Doctor Who[nota 1] (br: Doctor Who[1]; pt: Doctor Who[2] ou Dr. Who[3]) é uma série de ficção científicabritânica, produzida e transmitida pela British Broadcasting Corporation (BBC) desde 1963. A série retrata as aventuras do Doutor, um alienígena da espécie fictícia de Senhores do Tempo do planeta Gallifrey que explora o universo em sua máquina capaz de viajar pelo espaço e pelo tempo, conhecida como TARDIS (Time and Relative Dimension in Space), cuja aparência exterior se assemelha a uma cabine de polícia londrina de 1963. Juntamente aos seus companheiros, o Doutor enfrenta uma variedade de inimigos, enquanto trabalha para salvar as civilizações, ajudar as pessoas comuns e corrigir erros.[4]
Começando com William Hartnell, diversos atores já atuaram na série como diferentes encarnações do Doutor. Em papel de destaque, já foram ao todo 19 atores dando vida a 17 encarnações, sendo quinze "oficiais" e duas versões especiais de John Hurt[5] e Jo Martin[6] (o Primeiro Doutor foi interpretado por três atores diferentes,[7][8][9] enquanto David Tennant interpreta tanto o Décimo quanto o Décimo Quarto Doutor). A transição de um ator para outro é descrita no enredo da série como regeneração, um processo biológico dos Senhores do Tempo pelo qual o personagem do Doutor assume um novo corpo e uma nova personalidade, que ocorre quando o personagem sofre uma lesão que seria fatal para a maioria das outras espécies.[10] Apesar de cada interpretação ser diferente, e em algumas ocasiões uma encarnação encontrar outra, elas são pensadas para serem aspectos do mesmo personagem. O Doutor atualmente é interpretado por David Tennant, que assumiu o papel depois da aparição final de Jodie Whittaker em 23 de outubro de 2022, mas que apenas fará sua aparição nos especiais de 60 anos da série, previstos para lançarem em novembro de 2023.[11]
A série é uma parte significativa da cultura popular britânica,[12][13] e em outros países se tornou um programa favorito clássico da televisão. O show tem influenciado gerações de profissionais da televisão britânica, muitos dos quais cresceram assistindo a série.[14] A série está listada no Guinness World Records como a série de ficção científica mais duradoura do mundo,[15] assim como a mais bem-sucedida.[16]
O programa originalmente funcionou de 1963 a 1989. Depois de uma tentativa frustrada de retomar a produção normal em 1996 com um piloto secreto na forma de um filme para a televisão, o programa foi relançado em 2005 pela BBC Wales, em Cardiff com a produção de Russell T Davies, que atuou como produtor executivo e escritor-chefe nos cinco primeiros anos. A primeira temporada no século XXI, com Christopher Eccleston como o Nono Doutor, foi produzida pela BBC.[17] As segundas e terceiras temporadas tiveram algum dinheiro de desenvolvimento contribuído pela Canadian Broadcasting Corporation (CBC), que foi creditada como co-produtora.[18]Doctor Who também gerou spin-offs em várias mídias, incluindo Torchwood (2006) e As Aventuras de Sarah Jane (2007), ambas as séries criadas por Russell T Davies; Class (2016), criada por Patrick Ness e co-Produzida por Steven Moffat; uma série de vídeos dividida em quatro partes chamado P.R.O.B.E (1994) e um único episódio piloto de K-9 and Company (1981). Houve também muitas paródias e referências culturais do personagem em outras mídias.[10]K-9 (2009), criada por Bob Baker e Paul Tams, apesar de não se passar no mesmo universo das demais, foi uma série anglo-australiana de 26 episódios que utilizou alguns elementos de Doctor Who, como o personagem K-9; é também a única a não ter sido transmitida originalmente pela BBC, e sim pela Ten Network, na Austrália, e pela Disney XD, na Europa.[19]
Antecedentes
Em 1955, surgiu a Independent Television (ITV), a primeira emissora comercial do Reino Unido. Com uma programação mais popularesca, a ITV começou a competir diretamente com a British Broadcasting Corporation (BBC) em termos de audiência; de acordo com a revista Veja, mais de 30% do público da BBC passou a acompanhar diariamente as produções da concorrente, que ia desde séries de TV que retratavam diversos tipos de heróis vivendo diferentes aventuras, em ambientes policiais ou de espionagens, bem como programas de época e outros importados da televisão estadunidense.[20] A BBC, que era a única emissora de TV britânica até então, ao ver sua audiência despencar, começou a oferecer um número maior de séries que passaram a fazer parte de sua programação voltada para documentários, teleteatros e diversos programas culturais.[21]
Em março de 1962, Eric Maschwitz, Auxiliar e Assessor do Controlador de Programação da BBC, pediu a Donald Wilson, Chefe do Departamento de Roteiros, para que o Grupo de Pesquisa do canal preparasse um estudo avaliando a viabilidade de a empresa produzir uma nova série de ficção científica.[22] O levantamento foi realizado por Alice Frick e Donald Bull — membros da equipe — e entregue no mês seguinte, recebendo muitos elogios de Wilson, Maschwitz e do Controlador de Programação Assistente, Donald Baverstock.[23] Uma outra análise, com ideias específicas para o formato, foi encomendada e entregue em julho. Preparado por Frick com outro membro do Departamento de Roteiros, John Braybon, esse relatório recomendou uma produção que tivesse como base a viagem no tempo, por esta ser uma ideia "particularmente digna de desenvolvimento".[24]
O gênero de ficção científica já havia sido testado na televisão britânica; na década de 1950, a própria BBC exibiu o arco avulso The Quatermass Experiment (1953), enquanto a ITV também exibiu arcos, iniciando com Target Luna (1960), que gerou três sequências, intituladas Pathfinders in Space (1960), Pathfinders to Mars (1960-61) e Pathfinders to Venus (1961).[25] Em dezembro, o canadense Sydney Newman tornou-se o novo Chefe de Drama da BBC Television. Fã do gênero, ele supervisionou diversas produções em seus cargos na Associated British Corporation (ABC) e na Canadian Broadcasting Corporation (CBC).[26] Em março de 1963, Baverstock — elevado à condição de Controlador de Programação — o avisou que havia uma lacuna no horário nas noites de Sábado entre o esportivo Grandstand e o programa de música pop Juke Box Jury.[27] Idealmente, a produção deveria ter um apelo às crianças, que já estavam habituadas ao horário, ao público adolescente de Juke Box Jury e aos espectadores adultos de Grandstand.[28] Newman decidiu que ficção científica seria o melhor estilo para o espaço. O produtor aproveitou o estudo supracitado e começou a participar de diversas sessões de brainstorming com Wilson, Braybon, Frick e outro escritor da equipe da emissora, C.E. "Bunny" Webber.[27]
Premissa
Doctor Who segue as aventuras de um renegado Senhor do Tempo do planeta Gallifrey que simplesmente atende pelo nome de "Doutor". Fugiu de seu planeta natal em uma TARDIS (abreviação para "Time and Relative Dimensions in Space" em português "Tempo e Dimensões Relativas no Espaço") Tipo 40 - o que lhe permite viajar através do tempo e espaço. Devido a um mau funcionamento do "circuito camaleão" da TARDIS, que normalmente permite que a TARDIS possa assumir a aparência de objetos locais para disfarçar-se, a TARDIS do Doutor permanece fixa como uma cabine telefônica policial britânica.[29] O Doutor raramente viaja sozinho e muitas vezes traz um ou mais companheiros para compartilhar essas aventuras. Como um Senhor do Tempo, o Doutor tem a capacidade de se regenerar quando seu corpo é mortalmente danificado, ganhando uma nova aparência e personalidade. O Doutor ganhou inúmeros inimigos recorrentes durante as suas viagens, incluindo Daleks, Cybermen e outros Senhores do Tempo renegados, como o Mestre.[30]
História
Doctor Who apareceu pela primeira vez na televisão pela BBC em 23 de novembro de 1963 às 17h16min20, no horário padrão de Londres, porém o episódio teve de ser reprisado na semana seguinte, pois na data do lançamento original, a BBC estava cobrindo o Assassinato de John Kennedy.[31][32][33] Seguindo discussões e planos que estavam em curso há um ano, o Chefe da divisão de Dramas, o canadense Sydney Newman, foi o principal responsável pelo desenvolvimento do programa, com o primeiro formato documentado para a série sendo escrito por Newman, juntamente com o Chefe do Departamento de Roteiro (mais tarde chefe de Publicações Periódicas) Donald Wilson e o escritor pessoal C.E. Webber. O escritor Anthony Coburn, o editor de histórias David Whitaker e a produtora inicial Verity Lambert também contribuíram fortemente para o desenvolvimento da série.[34] Waris Hussein, diretor dos primeiros episódios transmitidos, foi um dos primeiros imigrantes indianos com papel de destaque na televisão britânica, além de ser assumidamente homossexual.[35] O programa foi originalmente concebido para apelar a um público familiar,[36] como um programa educacional com viagens no tempo como um meio para explorar ideias científicas e momentos famosos da história.[37] Em 31 julho de 1963, Whitaker encomendou a Terry Nation que escrevesse uma história com o título de "Os Mutantes". Originalmente os Daleks e os Thals foram vítimas de uma bomba de nêutrons alienígena, mas posteriormente Terry Nation abandonou os alienígenas e transformou os Daleks em agressores. Quando o roteiro foi apresentado a Newman e Wilson, foi imediatamente rejeitado, uma vez que o programa não podia conter "monstros de olhos esbugalhados". A primeira série de episódios foi concluída e a BBC acreditava que era crucial que a seguinte fosse um sucesso, no entanto, "Os Mutantes" foi o único script pronto para ir ao ar e a equipe teve poucas opções a não ser usá-lo. Segundo a produtora Verity Lambert:[38]
Nós não tínhamos muita escolha — tínhamos apenas o episódio dos Daleks... Nós tivemos uma pequena crise de confiança porque Donald [Wilson] foi tão resoluto quanto a não usá-lo. Se tivéssemos algo pronto, teríamos usado.
O roteiro de Terry Nation tornou-se a segunda série de episódios de Doctor Who - "Os Daleks" (ou "Os Mutantes"). A série de episódios apresentou os alienígenas de mesmo nome que se tornariam os monstros mais populares da série, e foram responsáveis pela primeira explosão de merchandising da BBC.[39]
Na década de 1960 foram produzidos dois filmes considerados "fora da grade", tendo Peter Cushing como o personagem Dr. Who: "Dr. Who and the Daleks" (1965) e "Daleks' Invasion Earth: 2150 A.D." (1966), mudando as características dos principais personagens da versão original. As atuais referências os colocam como filmes existentes dentro do universo da série, porém os acontecimentos não são reais dentro do universo.[40][41]
A divisão de séries de Drama da BBC produziu 26 temporadas do programa, exibidas pela BBC 1. O primeiro ator a interpretar o papel do Doutor em 1963 foi William Hartnell que, devido a problemas de saúde, foi substituído por Patrick Troughton em 1966. Na época, o conceito atual de regeneração ainda não era bem estabelecido, e a troca não foi bem justificada na série. Em 1970, a série passou a ser transmitida em cores, substituindo o antigo formato em preto e branco. Com isso, o ator Jon Pertwee assumiu o papel do Doutor. Em 1974, Tom Baker assumiu o papel e permaneceu por 7 anos, sendo o ator a interpretar o Doutor por mais tempo. Em 1981, Peter Davison assume o papel aos 29 anos, sendo o ator mais novo, até os dias de hoje, a interpretar o personagem e permanece até 1986, sendo substituído pelo ator Colin Baker. Em 1986, a série quase foi cancelada por Michael Grade, porém no lugar do cancelamento, ocorreu um hiato de 18 meses sem nenhum episódio. Quando a série voltou, Sylvester McCoy assumiu o papel como a sétima encarnação do Doutor.[42][43] Porém, com a queda nos números de espectadores, o declínio na percepção pública do programa e um espaço de transmissão menos proeminente, a produção foi suspensa em 1989 por Jonathan Powell, controlador da BBC 1.[44] Ainda que (como co-estrela da série Sophie Aldred relatou no documentário Doctor Who: Mais de 30 Anos na TARDIS) tenha sido efetivamente, se não formalmente, cancelada com a decisão de não encomendar uma já planejada vigésima sétima temporada do programa para transmissão em 1990, a BBC repetidamente afirmou que a série iria retornar.[45]
Ainda que a produção própria estivesse interrompida, a BBC esperava encontrar uma produtora independente para relançar o programa. Philip Segal, um britânico expatriado que trabalhou para o braço televisivo da Columbia Pictures nos Estados Unidos, havia se aproximado da BBC sobre um tal empreendimento ainda em julho de 1989, enquanto a vigésima sexta temporada da série ainda estava em produção.[45] As negociações de Segal finalmente levaram a um filme para a televisão de Doctor Who, transmitido pela rede FOX em 1996, como uma co-produção entre a FOX, Universal Pictures, a BBC e BBC Worldwide. Embora o filme tenha sido bem-sucedido no Reino Unido (com 9,1 milhões de espectadores), não foi tão bem nos Estados Unidos, portanto não sendo considerado suficiente para a retomada da produção da série.[38]
Mídias licenciadas, como romances e peças de áudio, disponibilizavam novas histórias, mas um programa de televisão para Doctor Who permaneceu dormente até 2003. Em setembro desse ano,[46] a BBC anunciou a produção de uma nova série após vários anos de tentativas pela BBC Worldwide para encontrar apoio para uma versão de longa-metragem. Os produtores executivos da nova encarnação da série foram os escritores Russell T Davies e o Chefe de Drama da BBC Cymru Wales, Julie Gardner. A série foi vendida para muitos outros países em todo o mundo.[47]
A versão de 2005 de Doctor Who é uma continuação direta da série de 1963-1989,[nota 2] assim como o telefilme de 1996, estrelado por Paul McGann como o Oitavo Doutor. Isso a difere outras séries relançadas que ou foram reimaginadas ou reinicializadas (por exemplo, Battlestar Galactica [2004] e Bionic Woman [2007]), ou série a ter lugar no mesmo universo como o original, mas em um período diferente e com personagens diferentes (por exemplo, Star Trek: The Next Generation e spin-offs).[48] Desde o relançamento da série em 2005, já foram exibidas treze temporadas, com a confirmação da décima quarta que deve lançar em 2024[49], com diversos episódios especiais de páscoa, natal ou ano-novo todos os anos desde 2005, com exceção de 2018, e outros episódios especiais avulsos em 2009, 2013, 2022 e 2023.
Doctor Who finalmente voltou com o episódio "Rose" na BBC One em 26 de março de 2005. Com o retorno, Christopher Ecclestone assume o papel como a nona encarnação do Doutor, porém problemas internos levam ele a ser substituído no mesmo ano, para o especial de natal, pelo ator David Tennant. Nenhuma temporada completa foi filmada em 2009, devido a compromissos de Tennant para Hamlet, embora quatro especiais adicionais estrelando sua encarnação do Doutor foram transmitidos. Na Primavera de 2010[50]Steven Moffat substituiu Russell T Davies como escritor principal e produtor executivo. Com ele, o papel principal da série foi assumido pelo ator Matt Smith.[51] Em 2013, no aniversário de 50 anos da série, dentre diversos lançamentos exclusivos, o episódio "The Day of the Doctor", lançado na data do aniversário, apresentou duas novas encarnações do personagem. A primeira, interpretada pelo ator John Hurt, foi uma versão sombria que o Doutor tentou apagar de sua memória, tendo aparecido somente nesse especial. A segunda encarnação apresentada no especial de 50 anos da série foi a de Peter Capaldi, que assumiria o papel a partir da oitava temporada. Em 2016, novamente não houve nenhuma temporada completa, apenas o especial de natal "The Return of Doctor Mysterio". Em janeiro de 2016, Steven Moffat anunciou que ele estaria deixando a série após a conclusão da 10ª temporada, lançada em 2017, e que seria substituído por Chris Chibnall em 2018.[52] Chibnall já era conhecido pelos fãs por ter escrito episódios famosos, como "42", "Dinosaurs on a Spaceship" e "The Power of Three". Junto com Chibnall, foi anunciado que Jodie Whittaker assumiria o papel de Peter Capaldi como o Doutor (ou a Doutora), estrelando como a primeira atriz mulher a interpretar o papel do personagem.[53] Em 2020, o episódio "Fugitive of the Judoon" introduziu Jo Martin como uma encarnação que teria vivido antes da que foi interpretada em 1963 por William Hartnell. Além de ser a segunda atriz mulher a interpretar o papel, Jo Martin foi a primeira pessoa negra a dar vida ao Doutor, e voltaria a interpretar esse papel em episódios futuros. Tanto Chibnall quanto Whitakker anunciaram que, após a 13ª temporada, lançada em 2021, e alguns episódios especiais em 2022, ambos sairiam da série. Após 12 anos fora da produção, Russell T Davies foi anunciado como substituto de Chris Chibnall para os especiais de 60 anos da série, em 2023, e suas subsequentes temporadas. Com seu retorno, duas novas encarnações do Doutor também foram anunciadas, a décima quarta, interpretada novamente por David Tennant, e a décima quinta, interpretada por Ncuti Gatwa, primeiro homem negro a interpretar o papel do Doutor.[54]
Apesar da produção da série não parar em nenhum momento após sua retomada em 2005, a volta de Russell T Davies em 2023 foi encarada por muitos como uma nova retomada da série, que enfrentou nas temporadas produzidas por Chibnall seus anos mais difíceis desde 1989. Essa volta contou também com David Tennant, considerado o ator a interpretar o papel do Doutor mais querido pelo público adulto da série, além de diversas outras participações especiais nos episódios comemorativos de 60 anos. Além disso, uma parceria com a produtora Bad Wolf Ltd e com o serviço de streaming Disney+, trouxeram esperanças de que a audiência da série seja novamente alavancada.[55]
Produção
A produção original de Doctor Who era realizada com poucos recursos. Cada episódio de 25 minutos era registrado em vídeo (cenas de estúdio) e filmes de 16 mm (cenas em locação). A maquiagem, cenários e efeitos visuais eram precários, quase amadorísticos, mas a série fez enorme sucesso na Inglaterra, graças aos roteiros criativos que colocavam o Doutor e seus amigos em mirabolantes aventuras que aconteciam em diversos locais do espaço e do tempo. A série iniciou como um programa educacional para crianças, onde o Doutor conhecia figuras famosas do passado e participava de fatos históricos.[56] Mas rapidamente passaram a predominar as aventuras de ficção científica onde os heróis encontravam estranhas civilizações e criaturas extraterrestres. Normalmente um grupo de episódios, que costumava variar entre 4 e 6, formava um serial, ou uma história, e cada temporada era composta por alguns desses seriais. Em 1989, a BBC suspendeu Doctor Who, mesmo ainda com uma boa audiência, sob a alegação de que haveria apenas um hiato maior entre a 26.ª e a 27.ª temporada.[57] Na verdade, a BBC estava diante de um impasse — frente a outras séries contemporâneas de ficção científica norte-americanas, de produção bem mais sofisticada, Doctor Who não tinha como competir tecnicamente, e para enfrentar a concorrência seu orçamento teria que ser multiplicado. Como a BBC à época era comandada por executivos críticos ao gênero de ficção científica e que optaram por não liberar os recursos necessários, a série entrou num limbo do qual saiu apenas em 1996, com a tentativa frustrada de trazê-la de volta numa parceria com a FOX e a Universal.[58] Apesar de sofisticado, o telefilme foi considerado americanizado demais. Finalmente em 2005, a BBC do País de Gales trouxe de volta a série, com um nível de produção muito superior ao da original. A versão atual possui um orçamento que permite a utilização de elaboradas maquiagens e efeitos em computação gráfica (CGI).[59] Cada nova temporada é composta por entre 10 e 13 episódios de cerca de 45 a 50 minutos e um especial de natal ou ano-novo com cerca de 60 minutos, gravados em vídeo de alta definição e posteriormente passados para película de 35mm.[37] Exceto pelos especiais, os episódios, ainda que muitas vezes contando histórias autônomas, fazem parte de um arco que é desenvolvido ao longo da temporada. A 13ª temporada é uma exceção ao formato padrão, já que são apenas 6 episódios regulares contando uma mesma história, sendo também conhecida como Flux ou Fluxo, em português, também se destacando por ter o primeiro e único especial de páscoa, "Legend of the Sea Devils". As temporadas conservam e continuam a história clássica do Doutor, por meio do retorno de vilões e personagens secundários da série clássica, assim como a aparição de atores que interpretaram versões passadas do personagem — já tivemos a volta, dentre outros diversos outros, dos vilões Daleks, dos Cybermen, do Mestre, das antigas companheiras do Doutor Tegan e Sarah Jane, assim como a aparição de atores como Peter Davison, Tom Baker, Paul McGann, Colin Baker e Sylvester McCoy, que interpretaram o Doutor na série clássica e no telefilme de 1996.[59][60]
A série clássica de Doctor Who foi composta por 26 temporadas, exibidas a partir de 23 de novembro de 1963 até 6 de dezembro de 1989. Durante a exibição da série, cada episódio semanal fazia parte de uma história (ou serial, "Arco") — geralmente composta de 4 a 6 episódios de 25 minutos cada; nas últimas temporadas era composta de 3 episódios de 45 a 50 minutos cada. As exceções notáveis foram: "The Daleks' Master Plan" (1965-1966), que foi exibido em 12 episódios, a história final da 6ª temporada "The War Games" (1969) com 10 episódios e a 23ª temporada "The Trial of a Time Lord" (1986) que teve 14 episódios (dividido em 3 códigos de produção e 4 segmentos narrativos).[61]
Ocasionalmente as temporadas possuíam eventos que conectavam suas histórias, como a 8ª temporada, com o Doutor lutando contra o Mestre (Senhor do Tempo renegado e rival do Doutor), a 16ª temporada ("The Key to Time") que mostra a busca do Doutor e Romana I pela Chave do Tempo, a 18ª temporada mostrando a jornada do Doutor e Romana II no E-Space e a 20ª temporada com a trilogia "Black Guardian".[61]
Em 2005, o formato da série mudou com cada temporada possuindo entre 10 e 13 episódios de 45 a 50 minutos e um especial de natal ou ano-novo de 60 minutos de duração. Cada temporada inclui várias histórias individuais ou separadas em alguns episódios, todas conectadas num mesmo arco que geralmente é resolvido no episódio final. Alguns episódios, como "Journey's End" (2008), "The Eleventh Hour" (2010) e "Deep Breath" (2014) excederam o tempo de 1 hora de duração.[62] A exceção a esse formato é a 13ª temporada ("Flux"), que contém apenas 6 episódios, além de ser seguida por três episódios especiais: um de ano-novo, um de natal e um de regeneração.
Em 2008, a série começou a ser filmada em HDTV1080p com formato 16:9, com o especial "Planet of the Dead" (2008), e transmitido simultaneamente na BBC One e BBC HD. Após 1 década utilizando o formato 16:9, em 2018, com a 11ª temporada, foi implementada a utilização do formato 2:1.[63]
Mais de 800 episódios de Doctor Who foram televisionado desde 1963, variando entre os episódios de 25 minutos (1963 – 1983), episódios de 45 a 50 minutos (1984 – atualmente), três produções de longa-metragem (o especial de 20 anos "The Five Doctors", o telefilme "Doctor Who" e o especial de 50 Anos "The Day of The Doctor"), 15 especiais de natal, 5 especiais de ano-novo, 1 especial de páscoa e outros episódios especiais adicionais.[64]
Entre os anos de 1964 e 1973 uma grande quantidade de material de fitas de vídeo da BBC foi destruído ou reutilizado por conta de um mau-armazenamento que levou a deterioração da qualidade da transmissão. Isto incluiu muitos episódios de Doctor Who que foram originalmente transmitidos entre 1963 e 1968, nos períodos em que o Doutor era interpretado por William Hartnell e Patrick Trougthon. Ao todo, 97 dos 253 episódios produzidos durante os primeiros seis anos da série não foram mantidos nos arquivos da BBC.[65]
Alguns episódios foram recuperados pela BBC, a partir de arquivos de outros países que haviam comprado cópias para a transmissão e gravações caseiras feitas por fãs. Existem versões em áudios de todos os episódios perdidos, que foram gravados pelos telespectadores e clipes curtos de cada história, com exceção de "Marco Polo", "Mission to the Unknown" e "The Massacre of St. Bartholomew's Eve", que não têm nenhuma forma de vídeo.
Além destes, há fotografias dos bastidores feitas pelo fotógrafo John Cura, que foi contratado pela BBC para documentar muitos de seus programas nos anos 1950 e 60, incluindo Doctor Who. Essas imagens foram utilizadas pelos fãs para fazer reconstruções dos episódios. Essas reconstruções foram toleradas pela BBC, desde que não fossem vendidas em troca de lucro.[66]
Entre os episódios perdidos mais procurados está a quarta e última parte de "The Tenth Planet" (1966), que mostra a despedida de William Hartnell e a primeira aparição de Patrick Trougthon como o Doutor. O único vídeo existente desse episódio, são alguns segundo da cena de regeneração que foi exibida no programa Blue Peter, sendo reutilizada também no episódio de regeneração do décimo segundo Doutor "Twice Upon a Time".[67]
Em dezembro de 2011, foi anunciado que a terceira parte de "Galaxy 4" e a segunda parte de "The Underwater Menace" tinha sido devolvido à BBC por um fã que os tinha comprado nos anos 1980, sem perceber que a BBC não tinha cópias deles.[68]
Em 2013, ano que a série completou seus 50 anos, a BBC anunciou que onze episódios, do qual oito eram perdidos, foram encontrados em uma estação de retransmissão de televisão nigeriana.[69] Seis dos onze filmes descobertos foram a seis partes da história "The Enemy of the World", da qual todos, com exceção do terceiro episódio, estavam desaparecidos.[70] Além disso, também encontraram cinco partes de "The Web of Fear" que inclui os episódios 2, 4, 5 e 6 anteriormente faltante, apenas o episódio 3 desse arco continua desaparecido.[71]
Desde 2006, a BBC Studios, em parceria com outros estúdios de animação como Cosgrove Hall Films, Planet 55 e Big Finish, reconstruiu diversos episódios perdidos por meio de animações. Utilizando as faixas de áudio que foram recuperadas junto com as animações, esses episódios foram lançados globalmente em DVDs. Os primeiros episódios animados foram os dois perdidos da história The Invasion, da sexta temporada, em parceria com a Cosgrove Hall Films.[72] Em 2013, em comemoração ao aniversário de 50 anos da série, a BBC anunciou que cinco novas histórias teriam seus episódios perdidos lançados em animação, em parceria com os estúdios Planet 55, Big Finish e Qurios Entertainment, foram elas: The Reign of Terror,[73]The Tenth Planet,[74]The Ice Warriors,[75]The Moonbase[76] e The Power of the Daleks.[77] Nos últimos anos, outras sete histórias perdidas foram relançadas com episódios perdidos animados, em parceria com os estúdios Big Finish Creative, Sun & Moon e Shapeshifter Studios: The Macra Terror,[78]The Faceless Ones,[79]Fury from the Deep,[80]The Web of Fear,[81]The Evil of the Daleks,[82]Galaxy 4[83] e The Abominable Snowmen.[84] Em agosto de 2023, a BBC anunciou estar trabalhando no projeto de animação da história "The Underwater Menace", da quarta temporada, que estará disponível a partir de novembro de 2023.[85]
O Doutor, desde os princípios da série, esteve sempre envolto em mistério quanto a suas origens. No início da série, nos anos 1960, apenas se sabia que ele era um extraterrestre viajante e excêntrico, com um grande conhecimento sobre diversos assuntos diferentes, que combatia as injustiças encontradas ao explorar o Universo em sua nave, a TARDIS, que é capaz de viajar pelo espaço e pelo tempo. O nome da TARDIS foi cunhado pela neta do Doutor, Susan Foreman (Carole Ann Ford), que viajou com ele entre os anos de 1963 e 1965, e é uma sigla para "Time and Relative Dimension in Space" (Tempo e Dimensão Relativa no Espaço).[86]
A TARDIS é conhecida por ser maior por dentro do que por fora, e em alguns momentos, é entendida como tendo um espaço infinito em seu interior. Na série, já foi revelado que a nave contém uma piscina, uma biblioteca, um museu de arte, um closet, um aquário, um zoológico e uma garagem, por exemplo. O circuito camaleão é um dispositivo que deveria fazer com que a TARDIS transformasse sua aparência externa para adaptar-se ao ambiente, porém um defeito no circuito fez com que a nave ficasse para sempre com a aparência de uma cabine policial de Londres dos anos 1960.[87]
Eventualmente descobre-se que a figura sinistra e misteriosa do Doutor é uma espécie de renegado da sua própria espécie, os Senhores do Tempo (Time Lords), oriundos do planeta Gallifrey, da constelação de Kasterborous.[88]
Pouco se sabe sobre a origem do Doutor. A princípio, apenas sabemos que ele foi avô e, portanto, em algum momento foi pai. Esse fato é retomado em algumas temporadas posteriores. No final da 12ª temporada, descobrimos que na verdade o Doutor foi a semente criadora dos Senhores do Tempo. Como uma criança órfã, ele foi encontrado por uma cientista de Gallifrey, Tecteun. A cientista realizou diversos experimentos no Doutor ao perceber sua capacidade de regeneração, para assim poder transmiti-la para os outros habitantes de Gallifrey e, assim, criou os primeiros Senhores do Tempo.[89]
Mudanças de aparência
O Doutor tem a capacidade de regenerar o seu corpo quando está muito debilitado, como forma de evitar a morte. Este conceito foi introduzido em 1966, quando, por questões de saúde do ator principal William Hartnell os produtores estabeleceram esse conceito como forma de prolongar a série. Desde então tem sido uma característica definidora da série, sendo utilizada sempre que é necessário substituir o ator principal. No arco "The Deadly Assassin", de 1976, foi estabelecido, que um Senhor do Tempo pode regenerar apenas doze vezes, chegando a um total de treze encarnações. Porém, em "The Time of the Doctor", em 2013, o Doutor recebe dos Senhores do Tempo mais um ciclo de regenerações, o que proporcionou a continuação da série. No entanto, com a revelação de que o Doutor foi o primeiro indivíduo com a capacidade de regeneração, não é conhecida a quantidade de vezes que o Doutor pode regenerar.[90]
Até 2023, o personagem já passou por 34 encarnações. Além das quatorze principais e uma décima quinta já confirmada, já foram reveladas sete encarnações do Doutor criança, enquanto Tecteun realizava seus experimentos, oito encarnações tiveram seus rostos revelados no episódio de 1976 "The Brain of Morbius", e mais quatro encarnações especiais: a Doutora Fugitiva (Jo Martin), que viveu antes do Primeiro Doutor, o Doutor da Guerra (John Hurt), entre o oitavo e nono Doutor, o Doutor "Meta-Crisis" (David Tennant), que apesar de não ser uma encarnação, passou pelo processo de regeneração, e o Curador (Tom Baker), uma encarnação futura do Doutor apresentada no especial de 50 anos da série. Além disso, no episódio "The Power of the Doctor", de 2022, o Mestre (Sacha Dhawan) força uma regeneração a mais na 13ª Doutora (Jodie Whittaker), forçando-a a assumir sua aparência.[91]
Três dessas encarnações possuem o mesmo rosto — o de David Tennant. Nos episódios "The Stolen Earth" e "Journey's End", da quarta temporada, após ser atingido por um raio de um Dalek, o Doutor começa a regenerar, mas, antes de mudar a aparência, ele redireciona energia de regeneração para um jarro que contém uma mão sua (previamente decepada em "The Christmas Invasion"), e assim não muda de rosto. Como produto colateral dessa regeneração, a mão contendo energia regenerativa, ao entrar em contato com Donna Noble, acaba por gerar um clone humano do Doutor, o qual é deixado como companhia de Rose Tyler no universo paralelo onde ela vive. Inicialmente, a série não deixou claro se esta regeneração contaria para efeito da lista de regenerações, mas esta hipótese foi confirmada pelo 11º Doutor em "The Time of the Doctor". Novamente, Tennant interpretou o papel do doutor como a décima quarta encarnação nos especiais de 2023.[58]
Tom Baker também interpretou mais de uma encarnação do Doutor. A primeira protagonizou a série entre 1974 e 1981, enquanto a segunda, conhecida como o Curador, fez uma participação especial em 2013, num misterioso personagem que vivia como curador de uma galeria de arte. Posteriormente, foi revelado que o Curador era uma encarnação de um futuro indeterminado do Doutor, revelando que atores antigos poderiam voltar a interpretar esse papel, como fez Tennant em 2023.[92]
Em 2014, com a regeneração do Mestre (John Simm) para Missy (Michelle Gomez), foi introduzido que um Senhor do Tempo tem a possibilidade de mudar de sexo durante a sua regeneração. Após 2 anos dessa introdução, em julho de 2017 foi anunciado que a 13ª versão do Doutor seria interpretada por Jodie Whittaker, sendo assim a primeira mulher a interpretar o papel.[93]
Outros atores também interpretaram o Doutor em outras histórias, como é o caso de Rowan Atkinson, contudo estas encarnações não são consideradas canônicas, tanto pelos fãs, como pela própria BBC.[88] Entretanto, os filmes estrelados por Peter Cushing, apesar de não apresentarem uma versão canônica do Doutor, são canônicos dentro do universo da série. Em 2017, na novelização oficial do especial de 50 anos "The Day of the Doctor" foi confirmado que esses filmes existem como filmes dentro do universo da série. Relevando também que o Doutor e Peter Cushing eram amigos.[88] Essa revelação foi planeja para ser contada em 2013, os pôsteres desses filmes deveriam estar em exposição no Arquivo Negro, porém isso não aconteceu devido ao pouco tempo que o especial de 50 anos teve de produção que inviabilizou a compra da licença de uso. As encarnações cânones do Doutor na série, portanto, podem ser resumidas da seguinte maneira:
Outros atores a interpretar versões diferentes do Doutor foram: Michael Jayston em 1986, como Valeyard, uma fusão dos lados mais sombrios da natureza do Doutor, que surgiu entre a sua décima segunda e última encarnação; Colin Salmon, em 2022, como Doutor Moon, um upload da consciência do Doutor criado para permanecer na biblioteca onde sua esposa River Song morreu; Toby Jones, em 2010, como o Senhor do Sonho, uma manifestação sombria do Doutor capaz de controlar os sonhos das pessoas.[94]
Em raras ocasiões, outros atores estiveram substituindo o ator principal. No Especial de 20 anos, "The Five Doctors" (1983), Richard Hurndall interpretou o Primeiro Doutor, substituindo William Hartnell, que faleceu em 1975. Em "Time and the Rani" (1987), Sylvester McCoy interpretou brevemente o Sexto Doutor durante a sequência de regeneração, continuando a história como Sétimo Doutor. David Bradley também interpretou o Primeiro Doutor em dois episódios mais recentes, "Twice Upon a Time" (2017) e "The Power of the Doctor" (2022).
Encontro entre diferentes encarnações
Houve casos de atores que retornaram em datas posteriores para reprisar o papel do seu Doutor, em especiais de aniversário do programa ou para programas de caridade como o Children in Need e o Red Nose Day. Em 1973, William Hartnell e Patrick Troughton (Primeiro e Segundo Doutores, respectivamente) voltaram ao lado de Jon Pertwee para o especial de 10 anos, "The Three Doctors".[95] Em 1983, para o especial de 20 anos, Patrick Troughton e Jon Pertwee retornaram junto de Peter Davison para o especial "The Five Doctors".[96]Tom Baker, o Quarto Doutor, se recusou a voltar para gravar o especial, e sua participação foi feita com imagens do episódio incompleto "Shada", além de uma justificativa para a sua encarnação não ter aparecido dentro da história. O ator Richard Hurndall substituiu William Hartnell, que havia falecido em 1975. Em 1985, no especial "The Two Doctors", Patrick Troughton retornou novamente para sua última participação no papel ao lado de Colin Baker.[97] Em 1993, um especial de caridade para o Children in Need, foi produzido para comemorar também o 30º aniversário do programa, o "Dimensions in Time".[98] Para o especial, retornaram Jon Pertwee, Tom Baker, Peter Davison, Colin Baker e Sylvester McCoy (Terceiro - Sétimo Doutores), juntamente de alguns de seus companheiros. Em 1999, um especial não-canônico foi filmado para o Red Nose Day, um programa televisivo para caridade, similar ao Children in Need. No especial nomeado "The Curse of Fatal Death", Rowan Atkinson interpretou o Doutor, junto com outros atores britânicos: Richard E. Grant, Jim Broadbent, Hugh Grant e Joanna Lumley, a primeira encarnação feminina televisionada. Esse especial foi escrito por Steven Moffat, que anos depois viria a se tornar o produtor executivo do programa. Em 2007, Peter Davison retornou ao lado de David Tennant (10º Doutor) no mini-episódio "Time Crash", para o Children in Need. Em 2013, no especial de 50 anos,"The Day of The Doctor", David Tennant retornou para interpretar o Doutor junto de Matt Smith (11º Doutor). John Hurt, interpretou o Doutor da Guerra e Tom Baker fez uma participação especial como uma versão futura do Doutor, chamada de Curador. Ainda nesse especial, todas as encarnações anteriores a Matt Smith fizeram uma participação com imagens de arquivo, para ajudar a salvar o planeta natal do Doutor, Gallifrey. Em 2013 também, um especial de humor escrito por Peter Davison chamado "The Five(ish) Doctors Reboot" foi produzido. No especial, Tom Baker, Peter Davison, Colin Baker, Sylvester McCoy e Paul McGann tentam conseguir um papel no especial de 50 anos. Esse especial contou com a participação de vários atores e atrizes de Doctor Who. Mais recentemente, um encontro ocorreu entre o 12º Doutor (Peter Capaldi) e o Primeiro Doutor, interpretado por David Bradley, no especial de natal "Twice Upon a Time". O último encontro aconteceu no episódio "The Power of the Doctor", onde os atores David Bradley, Peter Davison, Colin Baker, Sylvester McCoy e Paul McGann deram vida às suas encarnações do Doutor ao lado de Jodie Whittaker, no episódio de sua regeneração parao Doutor de David Tennant.[99]
Revelações sobre o Doutor
Ao longo da história da série várias revelações, algumas posteriormente negadas, foram realizadas acerca do Doutor. Por exemplo, que o Primeiro Doutor (William Hartnell) não foi a primeira encarnação do Doutor;[100] que O Doutor é mais que um simples Senhor do Tempo, podendo ser meio-humano por parte da mãe (apesar de esta afirmação ser altamente contestada).[101] No primeiro episódio da série, é revelado que o Doutor tem uma neta, Susan Foreman, e, na temporada de 2006, é o próprio Doutor afirma que já foi pai, fato que foi abordado novamente em episódios futuros. Em 2005 é revelado que o Nono Doutor é o último sobrevivente da sua raça, e que o seu planeta foi destruído em um evento conhecido como a Última Grande Guerra do Tempo, cujo trágico desfecho teve participação direta do Doutor; porém, descobre-se outro senhor do tempo sobrevivente, o Mestre. Para impedir os Senhores do Tempo de causar a destruição do Universo e do tempo em si (tornando-os criaturas de pura consciência e sem corpo físico, apenas para escapar da guerra), o Doutor criou um bloqueio temporal em torno da guerra e causou a destruição de Gallifrey, tornando impossível que alguém voltasse no tempo para impedir tal desfecho. Ao fim da guerra, O Doutor acreditava ter extinguido não apenas a sua raça, mas também os Daleks, considerados por ele "a espécie mais maléfica de toda criação". No entanto, descobre-se em 2005 que alguns Daleks, incluindo o Dalek-Imperador, sobreviveram à guerra. É revelado também que familiares do Doutor morreram nesse evento.[102]
As mais importantes revelações recentes foram durante a 12ª temporada da série recente, de 2021, onde pela primeira vez a origem do Doutor é abordada, revelando que ele foi um órfão que serviu como rato de laboratório de Tecteun, uma cientista gallifreyana responsável pela criação dos Senhores do Tempo. Os episódios também revelam diversas encarnações passadas do Doutor, incluindo a Doutora Fugitiva, interpretada por Jo Martin, e primeira atriz negra a dar vida ao personagem. Apesar de controversa, uma vez que muitos fãs alegaram que essa informação desrespeitaria o passado da série, essa revelação se mantém no cânon oficial da série e foram as primeiras confirmações oficiais de que o Primeiro Doutor, e foi revelado que o plano original da série sempre foi que existissem outras encarnações antes do Primeiro Doutor.[100]
Companheiros
Desde 1963, mais de 60 personagens já foram apresentados como companheiros do Doutor, alguns viajando a bordo da TARDIS por diversas temporadas, enquanto outros não duraram sequer mais de um episódio. Os acompanhantes originais do Primeiro Doutor eram sua neta Susan Foreman (Carole Ann Ford) e os professores Barbara Wright (Jacqueline Hill) e Ian Chesterton (William Russell). A única história da série clássica em que o Doutor viaja sozinho é na 14.ª temporada, na história "The Deadly Assassin". O Doutor regularmente ganha novos companheiros e perde os antigos; às vezes eles voltam para casa, têm a memória apagada, encontram razões para permanecer na Terra ou acabam morrendo.
Alguns dos mais icônicos companheiros que não são recorrentes em nenhuma temporada, apesar de importantes pro desenvolvimento do Doutor, são Wilfred Mott (Bernard Cribbins), Sally Sparrow (Carey Mulligan), Vincent Van Gogh (Tony Curran), o cachorro robótico K-9 (John Leeson) e a esposa do Doutor, River Song (Alex Kingston).[107]
O Brigadeiro Lethbridge-Stewart (Nicholas Courtney) foi um dos personagens mais recorrentes na série clássica, aparecendo pela primeira vez ao lado do Segundo Doutor, continuando suas aparições ao lado dos Terceiro, Quarto, Quinto e SétimoDoutores. Em 2011, no episódio da 6.ª temporada "The Wedding of River Song" é dito que o Brigadeiro Lethbridge-Stewart morreu tranquilamente em seu sono, fazendo assim uma homenagem a Nicholas Courtney, que morreu no início de 2011. Em 2012, Kate Stewart (Jemma Redgrave), filha do Brigadeiro é introduzida na série, o substituindo como chefe na UNIT, organização militar responsável por combater ameaças extraterrestres. Kate aparece em diversas histórias e já está confirmada na série até 2024, se aventurando ao lado do Décimo, Décimo Primeiro, Décimo Segundo, Décima Terceira, Décimo Quarto e Décimo Quinto Doutores, além de conhecer o Doutor da Guerra no especial de 50 anos da série.[108]
Quando Sydney Newman encomendou a série, ele não queria "monstros de olhos esbugalhados". No entanto, os monstros se tornaram populares com o público e assim tornou-se importante para a série desde quase o início.[111]
Com renascimento do show em 2005, vilões clássicos de Doctor Who foram reintroduzidos aos poucos: os Autons, a consciência Nestene e os Daleks, vilões muito conhecidos pelos públicos, foram introduzidos já na 1.ª temporada, os Cybermen na 2.ª temporada, o Mestre na 3.ª temporada, os Sontarianos e Davros, criador dos Daleks, na 4.ª temporada, e os Senhores do Tempo (como Rassilon) nos Especiais de 2009, os Silurianos na 5.ª temporada, os Cybermats na 6.ª temporada, a Grande Inteligência e os Guerreiros de Gelo na 7.ª temporada, e os Zygons no especial de 50 Anos. Nos especiais de 2022, também tivemos a volta dos Demônios do Mar, relacionados aos Silurianos. Desde o seu retorno em 2005, a série também introduziu novos aliens, como os Oods, Judoons, Anjos Lamentadores e o Silêncio.
Além de aparições esporádicas de vários inimigos, três adversários tornaram-se particularmente emblemáticos: os Daleks, os Cybermen, e o Mestre.
Daleks
A raça Dalek, que apareceu pela primeira vez na segunda história do programa, em 1963,[112] são os vilões recorrentes mais antigos de Doctor Who, e também a primeira raça alienígena retratada como vilão de modo geral. Os Daleks eram originalmente conhecidos como Kaleds, originários do planeta Skaro, que sofreram mutações genéticas pelo cientista Davros e foram alojados em escudos de armadura mecânica, semelhantes a tanques móveis. As criaturas reais se assemelham a polvos com grandes cérebros. Seus escudos de armadura contêm um único olho em haste para permitir-lhes a visão, um dispositivo parecido com um desentupidor que serve com o propósito de uma mão e uma arma de energia direcionada. Sua principal fraqueza é o seu pedúnculo ocular; a maioria dos ataques a eles, incluindo os de armas de fogo e bastões de beisebol, vai cegá-los, fazendo com que eles enlouqueçam.
Os Daleks foram criados pelo escritor Terry Nation, que projetou eles para serem uma analogia aos nazistas,[113] e o designer da BBC Raymond Cusick.[114] A estreia dos Daleks na segunda história do programa, The Daleks (1963-64), fez tanto os Daleks como Doctor Who se tornarem muito populares. Um Dalek apareceu em um selo postal que comemorava a cultura popular britânica em 1999, fotografado por Lord Snowdon. Na nova série, os Daleks vêm em uma variedade de cores; a cor de um Dalek indica o seu papel dentro da sua espécie.[115] No episódio de 2012 "Asylum of the Daleks", cada geração da espécie Dalek fez uma aparição.[116]
Cybermen
Os Cybermen (no Brasil: Ciborgues; em Portugal: Ciber-Homens), eram originalmente uma espécie de humanoides totalmente orgânicos originários do planeta gêmeo da Terra, Mondas, que começaram a implantar partes artificiais em seus corpos. Isso levou os membros de sua raça a se tornarem ciborgues friamente lógicos e sem sentimentos. Com o fim de Mondas, eles adquiriram Telos como seu novo planeta natal. Eles continuam a ser um vilão recorrente dentro da franquia de Doctor Who, tendo aparecido pela última vez no episódio de regeneração da décima terceira Doutora, em 2022.[117]
A temporada de 2006 introduziu uma variação totalmente nova de Cybermen. Estes Cybus Cybermen foram criados em um universo paralelo pelo inventor louco John Lumic; ele estava tentando preservar os seres humanos através do transplante de seus cérebros em poderosos corpos de metal, enviando-lhes ordens usando uma rede de telefonia móvel e inibindo as suas emoções com um chip eletrônico.[118]
O Mestre é um Senhor do Tempo renegado, assim como o Doutor, porém que deseja dominar o universo. Era amigo do Doutor em seu planeta natal, Gallifrey, mas como cada um seguiu um lado diferente, o Mestre se tornou o arqui-inimigo do Doutor. Tal como acontece com o Doutor, o papel foi interpretado por vários atores, uma vez que o Mestre é um Senhor do Tempo capaz de se regenerar; o primeiro destes atores foi Roger Delgado, que continuou no papel até sua morte em 1973. O Mestre foi brevemente interpretado por Peter Pratt e Geoffrey Beevers até que Anthony Ainley assumiu e continuou a desempenhar o personagem até o hiato de Doctor Who em 1989. O mestre retornou no filme para a televisão de Doctor Who em 1996, e foi interpretado pelo ator americano Eric Roberts.
Após a volta da série em 2005, Derek Jacobi forneceu a reintrodução do personagem no episódio de 2007 "Utopia". Durante essa história o papel foi então assumido por John Simm que retornou ao papel várias vezes durante a era do décimo Doutor, e também fazendo uma participação especial na 10ª temporada.[120][121] A partir do episódio de 2014 "Dark Water", foi revelado que o Mestre havia se tornado uma encarnação feminina, usando o nome de "Missy" (abreviação de Mistress, o equivalente ao feminino de "Master", no inglês). Esta encarnação é interpretada por Michelle Gomez. Em 2020, o personagem voltou às telas, sendo interpretado pelo ator Sacha Dhawan.[122]
A música tema de Doctor Who foi umas das primeiras músicas eletrônicas para a televisão, e depois de cinco décadas continua sendo uma das mais facilmente reconhecidas.
O tema original foi composta por Ron Grainer e realizada por Delia Derbyshire junto com a BBC Radiophonic Workshop. O arranjo de Derbyshire, com edições menores, foi utilizada até o final da 17.ª temporada. é considerada como uma peça importante e inovadora da música eletrônicas, gravada antes da disponibilidade de sintetizadores comerciais. Um novo arranjo foi feito por Peter Howell na 18.ª temporada (1980), que foi substituído na 23.ª temporada (1986) por um arranjo feito por Dominic Glynn. Keff McCulloch produziu o arranjo para as três últimas temporadas (1987–89). Em 1996, o compositor norte-americano John Debney criu um novo arranjo do tema original para o filme. Para o retorno da série em 2005, Murray Gold foi responsável por criar o novo arranjo e modificando-o quatro vezes (2008, 2010, 2013 e 2014) durante a exibição da série. Em 2018, Segun Akinola, um ex-aluno da Royal Birmingham Conservatoire, foi encarregado de criar o novo arranjo para a série, após a saída de Murray Gold.
Música incidental
A música incidental do primeiro arco de Doctor Who, "An Unearthly Child", foi escrito por Norman Kay. Muitas dos arcos do período de William Hartnell foram feitas pelo pioneiro da música eletrônica Tristram Cary, cujos episódios incluem "Marco Polo", "The Daleks' Master Plan", "The Gunfighters" e "The Mutants'. Outros compositores neste período incluíam Richard Rodney Bennett, Carey Blyton e Geoffrey Burgon.
O colaborador musical mais frequente durante os primeiros 15 anos da série foi Dudley Simpson, que também é conhecido por criar o tema e as músicas incidentais de Blake's 7 e da versão original de The Tomorrow People. As primeiras músicas feita por Dudley Simpson em Doctor Who foi no arco "Planet of Giants" em 1964, passando a escrever as músicas nos Anos 1960 e 70, sendo a maioria das histórias no período de Jon Pertwee e Tom Baker.
Nos Anos 1980, o cargo de criação das músicas incidentais foi da Radiophonic Workshop. Paddy Kingsland e Peter Howell contribuiu na criação de muitas partituras neste período e outros contribuintes dessa época incluía Roger Limb, Malcolm Clarke e Jonathan Gibbs. Em 1986 a Radiophonic Workshop parou de produzir as músicas e Keff McCulloch passou a ser o principal compositor da série até o fim da série em 1989, contando com contribuições de Dominic Glynn e Mark Ayres.
A partir de 2005 todas as músicas incidentais foram composta por Murray Gold e Ben Foster e realizado pela BBC National Orchestra do País de Gales. Em 2008, 2010 e 2013 ocorreram a Doctor Who Proms, um evento realizado no Royal Albert Hall com a BBC Philharmonic e a London Philharmonic Choir sendo conduzido por Ben Foster apresentava as músicas de Murray Gold compôs para as temporadas atuais. Entre as músicas compostas a partir de 2005, as que mais se destacam são: "Doomsday" (2006), "All the Strange, Strange Creatures" (2007), "This Is Gallifrey: Our Childhood, Our Home" (2007), "Vale Decem" (2009), "The Mad Man with a Box" (2010), "I Am the Doctor" (2010), "The Long Song" (2013), "To Save the Doctor" (2013) e "This Time There's Three Of Us (The Majestic Tale)" (2013).
Transmissão
Internacional
Doctor Who foi transmitido internacionalmente pela primeira vez em 1964, um ano após a estreia da série no Reino Unido. Em 2013, a série atual está sendo transmitida semanalmente em mais de 50 países. Doctor Who é um dos cinco programas de maiores audiência da BBC Worldwide.[123]
Apenas quatro episódios tiveram sua exibição em outros países antes da estreia no Reino Unido. "The Five Doctors" foi exibido na BBC em 23 de Novembro de 1983, a emissora americana PBS exibiu o especial dois dias antes. Em 1988 os três episódios de "Silver Nemesis" foi exibido na TVNZ na Nova Zelândia, enquanto no Reino Unido só tinha sido exibido o primeiro episódio. Em 1996 a emissora canadense CITV, exibiu o filme dois dias antes da estreia na FOX nos Estados Unidos e quinze dias antes da transmissão britânica.
Em maio de 2018 foi anunciado que a Twitch iria transmitir todos os episódios da série clássica, das 26 temporadas, em ordem entre maio e julho, entre 11 e 19 horas (UTC-7, Horário do Pacífico) de forma gratuita pelo canal Twitch Presents.[124]
A série também é exibida por canais internacionais próprios da BBC, como a BBC Entertainment. Na versão europeia desse canal, os episódios são transmitidos apenas em inglês, sem qualquer tipo de tradução para outras línguas.[125]
Brasil
Antes do reavivamento da série, em 2005, Doctor Who jamais foi exibido pela televisão brasileira.[126] Porém, a Doctor Who Magazine exibiu um documento de 1979 que garantia a liberação para execução da música incidental composta por Dudley Simpson no Brasil, identificando, assim, que havia arquivos de arcos no Brasil — os arcos do Quarto Doutor desde Robot até The Invasion of Time (isto é, episódios da 12ª à 15ª temporada da série clássica). Estes arquivos são os mesmos que foram comprados pela distribuidora Time Life para distribuição da série nos Estados Unidos e na América Latina durante a mesma época.[127]
No Brasil, antes de 2005, foram lançados apenas os seguintes produtos:
sua prequela, o filme Dr. Who e a Guerra dos Daleks teve lançamento apenas televisivo em 1981 (posteriormente em DVD pela Dark Side, assim como o anterior);
o livro Doutor Who e a Mudança da História, baseado no arco Day of the Daleks, da 9ª temporada, de 1972, foi lançado pela editora Global em junho de 1975;
o VHS legendado Os Robôs da Morte, contendo uma versão editada do arco The Robots of Death, da 14ª temporada, de 1976, foi lançado pela distribuidora Video Network em 1988, como parte de um contrato assinado com a BBC em 1986; e
o VHS legendado do filme Doutor Who: O Senhor do Tempo, de 1996, foi lançado pela Universal nos anos 1990, sendo depois exibido pela televisão a partir do ano 2000, primeiramente pela Rede Globo, depois pelo SBT e, em suas últimas exibições, pela Rede 21.
Desde o reavivamento da série, ela passou a ser exibida no Brasil de forma regular. Primeiramente, em 2006, a extinta emissora People + Arts exibiu a primeira temporada da nova série - como também o fazia em outros países da América Latina. Com o fim do canal, a série só voltou ser exibida no Brasil em 2012 na TV Cultura, que exibiu as sete temporadas da série revivida até a exibição da oitava temporada, em 2015.
Entre 2011 e 2016, a série chegou a estar disponível no serviço de streamingNetflix.[128]
Em 2012, a Log On Distribuidora lançou a 1ª temporada da série moderna em DVD.[129]
Entre 2013 e 2015 a extinta BBC HD transmitiu a série na TV fechada.
Entre 2014 e 2015, a Paris Filmes lançou os boxes de DVDs da série moderna no Brasil, da 1ª à 9ª temporadas,[130] e ainda DVDs da Coleção Monstros, contendo um arco completo da série clássica e episódios da série moderna focando em um vilão específico.
Entre 2016 e 2017, o canal Syfy Brasil começa a exibir a série da 5ª à 9ª temporadas da série moderna, e exibe a 10ª temporada.
Em 2017, o serviço de VOD brasileiro Looke disponibilizou da 1ª à 9ª temporadas modernas e os especiais da série para aluguel ou compra pelo aplicativo, estando da 1ª à 8ª temporadas (e os especiais) ainda disponíveis para streaming exclusivo para assinantes do Looke Video Club. Em janeiro de 2019 foi anunciado que o episódio especial de Ano-novo, Resolution, estaria disponível no Brasil pelo serviço para aluguel ou compra.[131] Em fevereiro de 2019 a 11ª temporada também ficou disponível para aluguel ou compra. Em abril de 2019 o contrato do Looke com a BBC Studios acabou, e, consequentemente, todas as temporadas e especiais saíram do catálogo do serviço.
No final de maio de 2018 foi anunciada que a 11ª temporada estaria disponível exclusivamente no serviço de streaming da Sony, Crackle, que adquiriu os direitos da 11º temporada.[132] Porém, em janeiro de 2019 foi anunciado que o a Sony encerraria os serviços do Crackle no Brasil e na América Latina,[133] encerrando, assim, sua exclusividade.
Em 14 de outubro de 2019, o serviço de streamingGloboplay anunciou que adquiriu em um acordo com a BBC Studios, entre outras séries como Luther e MotherFatherSon,[134] todas as 11 temporadas da série moderna de Doctor Who e ainda a então futura 12ª temporada.[135][136] No total, o acordo feito entre a BBC Studios e o Grupo Globo inclui mais de 200 horas de produções entre séries e documentários.[134] Os episódios das 11 temporadas anteriores foram lançados em dezembro.[137] Apesar do lançamento dos episódios da 12ª temporada não serem simultâneos com a exibição original, os episódios passaram a ser lançados semanalmente a partir de 31 de janeiro, um mês após o início da transmissão original.[138]
Desde 19 de agosto de 2024, a 1ª temporada da série moderna está disponível gratuitamente no streaming +SBT. Com a 2ª temporada sendo adicionada ao catálogo em 12 de setembro. As demais temporadas serão adicionadas regularmente.[4]
Portugal
A série original nunca foi exibida por um canal português. Uma única aventura da série, The Robots of Death, de 1977, chegou a ser editada em VHS pela Transvídeo em 1988, com o título Os Robots Mortais.[139]
De acordo com um documento publicado pela ITV em junho de 1997, um canal de Portugal estava interessado em comprar o telefilme de 1996, mas tal compra nunca se realizou.[140] O telefilme acabaria por estrear no país diretamente em VHS em 1997, editado pela Edivideo, com o título O Doutor.[141]
Com o relançamento de 2005, a série começou a passar com alguma regularidade na televisão portuguesa. A primeira temporada da série moderna foi transmitida pelo canal People + Arts, entre 19 de janeiro de 2006 e 25 de junho de 2007.[142][143]
Entre 2008 e 2010, a SIC Radical transmitiu as primeiras quatro temporadas da série moderna. A série estreou no canal no dia 8 de junho de 2008.[147]
Entre 2010 e 2016, as primeiras sete temporadas (até The Day of the Doctor) foram transmitidas pelo Syfy. A série começou a ser transmitida no canal, com a primeira temporada, a partir do dia 7 de outubro de 2010.[148] A quinta temporada estreou no canal a 1 de setembro de 2011,[149] a sexta a 20 de outubro do mesmo ano,[150] e a sétima a 5 de novembro de 2013.[151]The Day of the Doctor, o episódio especial que celebra os 50 anos da série, teve a sua estreia no dia 25 de fevereiro de 2014.[152] A última transmissão da série no canal ocorreu a 29 de abril de 2016.[153]
Deep Breath, o primeiro episódio da oitava temporada, teve a sua estreia em Portugal através dos Cinemas UCI em Lisboa e no Porto, no dia 23 de agosto de 2014, com sessão única.[154]
A série moderna esteve disponível no catálogo da Netflix a partir de 31 de março de 2016.[155] Inicialmente foi anunciado que as primeiras oito temporadas estariam no serviço da Península Ibérica, no entanto, no dia em que a série foi adicionada, apenas as temporadas 5, 6 e 7 (e com apenas um episódio "novo", The Time of the Doctor) se encontravam disponíveis.[156] Duas temporadas foram adicionadas ao longo do ano: a oitava no dia 30 de abril,[157] e a nona a 1 de agosto.[158] A décima temporada teve a sua estreia a 30 de setembro de 2018.[159] A série foi removida do serviço no dia 30 de março de 2019, sem que as primeiras quatro temporadas tivessem sido adicionadas.[160]
Após a sua remoção da Netflix, a série foi adicionada ao catálogo da Prime Video no dia 3 de maio de 2019, mas com apenas as mesmo cinco temporadas que estiveram disponíveis no serviço anterior.[161] As primeiras quatro temporadas foram eventualmente adicionadas a 1 de setembro de 2021.[162][163]
Evolução do Logotipo
Logotipo entre 1963 e 1967.
Logotipo entre 1967 e 1969.
O logotipo original utilizado na era do Primeiro Doutor (e brevemente pelo Segundo Doutor) foi reutilizado no especial de 50 Anos "The Day of the Doctor" durante a era do Décimo primeiro Doutor. O logo utilizado no filme estrelado pelo Sétimo e Oitavo Doutor em 1996 é uma nova versão do logo utilizado na era do Terceiro Doutor. O logo de 1973-80 foi utilizado na última temporada do Terceiro Doutor e continuou na era do Quarto Doutor, o mesmo ocorreu com o logo de 1980-84 que foi utilizado na última temporada do Quarto Doutor, na era completa do Quinto Doutor e no primeiro arco do Sexto Doutor. O logotipo utilizado pelo Nono Doutor foi levemente modificado para o Décimo Doutor, mas manteve o mesmo padrão. O logo utilizado pelo Décimo primeiro Doutor teve o "DW" removido em 2012, mas manteve a mesma fonte. O logotipo de 2014-2017 é uma versão modificada da versão de 2012-2013, com a fonte mais grossa, sendo utilizada em toda a era do Décimo segundo Doutor. O logo utilizado pela Décima terceira Doutora é uma versão totalmente nova, e é utilizada atualmente na série. O logotipo utilizado pelo Oitavo Doutor é o logotipo principal da série clássica, sendo utilizado em todos os meios de comunicação, livros, áudios e objetos relacionados a série até hoje.
Universo Expandido
Audiodramas
Doctor Who possui um série de audiodramas, produzido pela Big Finish Productions, que apresentam atores ainda vivos da série clássica (como Tom Baker, Peter Davison, Colin Baker, Sylvester McCoy, e Paul McGann) reprisando seus papéis em novas histórias.
Após o sucesso da série em 2005, a BBC encomendou uma produção de uma série de 13 episódios intitulada Torchwood (um anagrama de "Doctor Who"), se passando na atual Cardiff e investigando atividades e crimes alienígenas. A série estreou na BBC Three, em 22 de outubro de 2006. John Barrowman reprisou seu papel de Jack Harkness, que havia aparecido em Doctor Who, outras atrizes que protagonizam a série são Eve Myles como Gwen Cooper e Naoko Mori. A segunda temporada de Torchwood foi ao ar em 2008; por três episódios, o elenco foi acompanhado por Freema Agyeman reprisando seu papel em Doctor Who, Martha Jones. A terceira temporada foi transmitida, de 6 a 10 de julho de 2009, e consistia em uma única história dividida em cinco partes intitulado Children of Earth. A quarta temporada, Torchwood: Miracle Day foi produzido pela BBC Wales, BBC Worldwide e da emissora americana Starz, a temporada estreou em 2011. Desde 2015, o programa ganhou uma série em formato de audiodrama pela Big Finish Productions. No Brasil, teve a primeira temporada lançada em DVD[129] e esteve disponível na Netflix entre 2016 e 2019.[164]
The Sarah Jane Adventures
Estrelado por Elisabeth Sladen que reprisou seu papel de Sarah Jane Smith, antiga acompanhante do Terceiro e Quarto Doctores. A série foi desenvolvida pela BBC; um especial foi ao ar no dia de Ano Novo de 2007, e a temporada completa começou em 24 de setembro de 2007. A segunda temporada foi exibida em 2008, destacando-se o retorno de Nicholas Courtney como Brigadeiro Lethbridge-Stewart. A terceira temporada em 2009, contou com uma aparição de David Tennant como o Décimo Doctor. Em 2010, ocorre mais uma aparição do Doctor, agora interpretado pelo Matt Smith e do retorno de Katy Manning reprisando seu papel de companheira do Terceiro Doctor, Jo Grant. Os episódios gravados da 5.ª temporada foi transmitida no Outono de 2011, mesmo com a temporada inacabada, foi feito um final e uma homenagem Elisabeth Sladen que faleceu no início de 2011. No Brasil, a série chegou a ser transmitida dublada pela TV Cultura.[165]
Class
Composta por 8 episódios exibidos pela BBC Three a partir de 22 de outubro de 2016, acompanhou um grupo alunos do sexto ano da escola Coal Hill School, presentada em Doctor Who desde sua aparição original em 1963 (como a escola onde a neta do Doutor, Susan, estudava e tinha aulas com Ian e Barbara, os primeiros companions do Doutor), tendo de lidarem com seus segredos, desejos, o stress da vida cotidiana, incluindo amigos, pais, escola, trabalho, sexo e tristeza, mas também os horrores que vêm da viagem no tempo. Em setembro de 2017, a série foi cancelada após apenas uma temporada.[166]
Livros
Livros de Doctor Who foram publicados a partir de meados dos anos sessenta até os dias atuais. De 1965 a 1991, os livros publicados eram adaptações de arcos exibidos na TV. No início de 1991 foi lançado uma extensa séries de livros Virgin New Adventures e Virgin Missing Adventures. No Brasil, o livro "Doutor Who e a Mudança da História" é uma tradução do livro "Doctor Who and the Day of the Daleks" que é uma novelização do arco homônimo de 1972. Desde o relançamento do programa, em 2005, novos livros foram publicados pela BBC Books. Em 2019, a editora Panini Comics anunciou que traria quadrinhos de Doctor Who em português para o Brasil, para venda online e em lojas físicas.[167] Em Portugal, um conjunto de dez novelizações da Target Books foi traduzido e publicado pela Editorial Presença, como parte da sua "Colecção Andrómeda", entre 1982 e 1983.[168]
Desde o começo da série, Doctor Who gerou centenas de produtos relacionados à série, desde brinquedos à jogos (de tabuleiro, de computador, de cartas, RPGs) e figuras colecionáveis. Elementos da série como réplicas da Chave de Fenda Sônica são vendidas. Miniaturas, bustos, camisetas, e muitos outros também são vendidos, por meios próprios da BBC e por licenciamento da marca.
Marmac-SP (10ª temporada) - parte dos doutores das temporadas anteriores;
The Kitchen Miami (10ª a 13ª temporadas).
TV Group Digital Brasil (Especiais de 2023 - presente)
Os quatro primeiros localizados em São Paulo e o quinto em Miami (A The Kitchen só abriu um estúdio em São Paulo em Janeiro de 2019).
A dublagem da 11ª Temporada (assim como a da 10° temporada) foi fortemente criticada pelo exagero de alterações e má interpretação, sendo criticada por dubladores como Pedro Alcântara, Wendel Bezerra e Guilherme Briggs.[171]
Nair Silva (Clone) Thiago Keplmair (BKS) Wallace Raj Pedro Alcântara (Marmac) Igor Lott (The Kitchen Miami)
Direção de dublagem
Clone BKS Marmac The Kitchen
Premiações
A série recebeu o reconhecimento da crítica e do público como um dos melhores programas de televisão britânicos, ganhando o British Academy Television Award 2006 de Melhor Série de Drama e por cinco anos consecutivos (2005–10) venceu o National Television Awards, durante a atuação de Russell T. Davies como produtor executivo.[172][173] Em 2011, Matt Smith tornou-se o primeiro Doutor a ser indicado ao BAFTA de Melhor Ator em um papel principal, e em 2016, Michelle Gomez tornou-se a primeira atriz feminina a ser indicada ao BAFTA pela série, na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu trabalho como a Missy.
Em 2013, o Prêmio Peabody honrou Doctor Who com um Peabody Institucional de "por evoluir com a tecnologia e com o tempo como nada mais no universo televisivo conhecido".[174] O programa está listado no Guinness World Records como a série de ficção científica televisiva de mais longa duração no mundo[175] e como a "mais bem-sucedida" série de ficção científica de todos os tempos — com base em seus índices de transmissão global, DVDs, venda de livros, e o tráfego no iTunes.[176] — e como a maior transmissão simultânea de um programa televisivo, pelo seu especial de aniversário de 50 anos.[177]
Em 1975, a 11ª temporada da série ganhou uma premiação no Writers' Guild of Great Britain por Melhor Roteiro numa Série para Crianças. Em 1996, a BBC Television venceu o Auntie Awards, celebrando os 60 anos da transmissão televisiva da BBC, onde Doctor Who foi votado como a "Melhor Série Popular" que a companhia já havia produzido, superando grandes nomes como EastEnders e Casualty.[178] Em 2000, a série foi listada em terceiro lugar na lista de 100 Melhores Programas Televisivos Britânicos do século XX.[179] Em 2005, Doctor Who ficou em primeiro lugar numa pesquisa produzida pela revista SFX sobre a "Melhor Série de Ficção Científica e Fantasia do Reino Unido de Todos os Tempos". Na lista do Channel 4 de 2001 das 100 melhores séries televisivas para crianças, Doctor Who ficou em nono lugar.[180] Em 2004 e 2007, a série foi ranqueada em número #18 e número #22 na lista de melhores séries de todos os tempos da TV Guide.[181][182] Em 2013, a TV Guide ranqueou a série em sexto lugar na categoria de ficção científica.[183]
↑Isso é frequentemente enfatizado no making-of que acompanha documentários da série Doctor Who Confidencial, bem como em flashbacks ocasionais para imagens de versões anteriores do Doctor.
Referências
↑«Doctor Who». Apple TV Brasil. Consultado em 5 de novembro de 2024
↑«Doctor Who». Apple TV Portugal. Consultado em 5 de novembro de 2024
↑Moran, Caitlin (30 de junho de 2007). «Doctor Who is simply masterful». Londres: News Corporation. The Times. Consultado em 1 de julho de 2007. [Doctor Who] is as thrilling and as loved as Jolene, or bread and cheese, or honeysuckle, or Friday. It's quintessential to being British.
↑Howe, Stammers, Walker (1994), pp. 157–230 ("Production Diary"). Newman is often given sole creator credit for the series. Some reference works such as The Complete Encyclopedia of Television Programs 1947–1979 by Vincent Terrace erroneously credit Terry Nation with creating Doctor Who, because of the way his name is credited in the two Peter Cushing films. Newman and Lambert's role in originating the series was recognised in the 2007 episode "Human Nature", in which the Doctor, in disguise as a human named John Smith, gives his parents' names as Sydney and Verity.
↑Deans, Jason (21 de junho de 2005). «Doctor Who makes the Grade». London. The Guardian. Consultado em 4 de fevereiro de 2007. But Mr Grade was not at the helm when Doctor Who was finally retired for good in 1989 — that decision fell to the then BBC1 controller, Jonathan Powell.
↑ abDoctor Who Magazine Eighth Doctor Special, Paninni Comics 2003
↑Jones, Paul (19 de abril de 2012). "Steven Moffat: the companion is the main character in Doctor Who, not the Doctor". Radio Times. BBC Magazines. Retrieved 28 de novembro de 2013.
↑Berkshire, Geoff (27 de março de 2013). "'Doctor Who' returns: Steven Moffat talks new companion Clara and Jenna-Louise Coleman". Zap2it. Retrieved 28 de novembro de 2013.
↑Orthia, Lindy A. (2010). ""Sociopathetic Abscess" or "Yawning Chasm"? The Absent Postcolonial Transition in Doctor Who". Journal of Commonwealth Literature 45 (2): 207–225. doi:10.1177/0021989410366891.
«The Doctor Who Reference Guide». — sinopses de praticamente todos os episódios televisivos, romances, dramatizações radiofônicas, HQs e vídeos derivados baseados na série. (em inglês)
«The Whoniverse». — um guia para os aspectos ficcionais do Doctor Who (em inglês)
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