As origens do cristianismo no território da diocese de hoje, pode ser rastreada, com toda devida cautela, a Santo Isício (ou Hiscio), um dos sete viri apostolici que segundo a tradição trouxeram o evangelho para a Hispânia romana. Isício teria sido o fundador da Sé episcopal de Carteia, próximo de Algeciras, Sé que, devido a perseguições, teria sido transferida para o interior para Asidonia ou Assidona, a atual Medina Sidônia. Desta diocese se conhecem os nomes de alguns bispos não apenas na época visigótica, mas também durante a dominação muçulmana, até 1145.[1]
A prematura morte de Urbano IV impediu a realização da fundação, que todavia foi confirmada pelo sucessor papa Clemente IV com duas bulas: a primeira, emitida em 2 de fevereiro de 1266, com a qual o pontífice encarregava o bispo de Ávila Domingo Suárez de proceder à execução da bula do seu antecessor e de erigir a diocese de Cádis;[3]; a segunda, escrita em 25 de maio de 1267, com a qual Clemente IV encarrega alguns bispos espanhóis de proceder com a consagração do bispo eleito, o franciscano João Martins.[4] A primeira catedral da diocese foi a atual Igreja da Santa Cruz
Em 1344 Afonso XI também conquistou a cidade de Algeciras, que se tornou uma nova diocese, ereta em 30 de abril daquele ano por força da bula Gaudemus et exultamus do Papa Clemente VI, e unida in persona episcopi à de Cádis.[5] O Mosteiro de Algeciras foi transformado em catedral, com o nome de Santa Maria da Palma; foi destruída pelos muçulmanos, como toda a cidade, em 1379. Os bispos de Cádis mantiveram o duplo título até 1851, quando a diocese de Algeciras foi suprimida pela concordata.
Em 2 de novembro de 1589 o bispo Antonio Zapata Cisneros institui em Cádis um seminário diocesano, dedicado a São Bartolomeu.[6]
O século XVIII foi de grande desenvolvimento religioso e eclesiástico para a cidade episcopal e a diocese. Em 1722 o bispo Lorenzo Armengual de la Mota iniciou as obras da nova catedral, que será concluída em 1832 e aberta ao culto em 1838. Em 1749 e em 1768 por impulso do bispo Tomás del Valle o Hospital das Senhoras e o Hospital San Juan foram estabelecidos, respectivamente. Inúmeros institutos religiosos abriram suas residências em Cádiz com a construção de inúmeras igrejas.
No século XIX, aa diocese de Cádiz também passou por um período de crise e declínio, ligado em grande parte à queda do antigo regime e ao estabelecimento de um regime liberal e, principalmente, anticlerical. Em 1873 o prefeito anarquista Fermín Salvochea fechou algumas igrejas em Cádis.
No início do século XX o bispo José María Rancés y Villanueva soube como dar à diocese uma orientação pastoral forte e moderna, com foco na pregação, na difusão da imprensa católica e na ação social.
A partir de 1933, nas fontes do Vaticano, a diocese aparece com seu nome atual. Em 1980 cedeu uma pequena parte de território em vantagem da ereção da Diocese de Jerez de la Frontera.
↑Depois de João Martins, alguns historiadores inserem um bispo chamado Fernando, que seria mencionado em um documento datado de 7 de março de 1281; esse bispo, de existência incerta, é excluído de todas as outras fontes bibliográficas.
(em latim) Konrad Eubel, Hierarchia Catholica Medii Aevi, vol. 1, pp. 257–258; vol. 2, p. 157; vol. 3, p. 200; vol. 4, p. 192; vol. 5, p. 207; vol. 6, p. 222