Edoardo «Dino» Alfieri (Bolonha, 8 de dezembro de 1886 - MilĂŁo, 2 de janeiro de 1966) foi um polĂtico e diplomata italiano da ideologia fascista. Foi no governo Mussolini o Ministro da Cultura Popular, tendo controlo sobre a propaganda e a censura estatal. Posteriormente, tambĂ©m foi embaixador da Itália na Santa SĂ© e na Alemanha nazi.
Nasceu em Bolonha em 8 de dezembro de 1886. Estudou direito na Universidade de Génova, onde se formou. Na sua juventude, ele trabalhou como jornalista e tornou-se membro da Associação Nacionalista Italiana. Lutador da Primeira Guerra Mundial, depois juntou-se ao Partido Fascista Nacional fundado por Benito Mussolini.
Entre 1929 e 1932 serviu como subsecretário do Ministério das Corporações.
Admirador de Joseph Goebbels, em junho de 1936 foi nomeado ministro da imprensa e da propaganda. Alfieri transformaria este departamento ministerial no novo Ministério da Cultura Popular, em maio de 1937.
Durante seu mandato, ele conseguiu aumentar o controle do Estado italiano sobre a cultura, bem como a censura. Em junho de 1938, emitiu a chamada "Lei Alfieri", pela qual um monopĂłlio do Estado foi estabelecido, ficando com o Estado italiano o direito exclusivo de comprar e distribuir filmes estrangeiros na Itália; Em resposta, os quatro grandes estĂşdios cinematográficos de Hollywood deixaram o mercado italiano. Em outubro do mesmo ano assinou um acordo com Dionisio Ridruejo, delegado nacional da propaganda da Espanha franquista, estabelecendo a base para a co-produção de filmes comerciais entre os dois paĂses. Ele permaneceu no cargo atĂ© outubro de 1939, sendo sucedido por Alessandro Pavolini.
Apesar de nĂŁo ser um diplomata, em dezembro de 1939 foi nomeado embaixador da Itália na Santa SĂ©. Mais tarde, em maio de 1940, foi nomeado embaixador na Alemanha nazi. Embora Alfieri tenha sido a favor da entrada da Itália na segunda guerra mundial, mais tarde deu parabĂ©ns a Mussolini por manter o paĂs neutro. Depois, durante os primeiros anos da guerra já com a Itália envolvida, os relatĂłrios que enviou de Berlim foram marcados pelo otimismo, embora, a partir de outubro de 1942, a atitude de Alfieri tenha mudado, especialmente com a mudança de curso da guerra e as sucessivas derrotas militares italianas.
Durante a reuniĂŁo do Grande Conselho Fascista em 25 de julho de 1943, Alfieri foi um dos hierarquistas fascistas que votaram a favor da demissĂŁo de Mussolini. Seria condenado Ă morte in absentia pela RepĂşblica de SalĂł, embora para o resto do conflito permanecesse escondido na SuĂça. Ele nĂŁo retornou a nenhuma posição relevante.
Retornaria à Itália após o fim da guerra mundial, juntando-se ao Partido Nacional Monárquico.
Alfieri morreu em MilĂŁo em 2 de janeiro de 1966.
Bibliografia
- Ruth Ben-Ghiat (2004). Fascist Modernities. Italy, 1922-1945. [S.l.]: University of California Press
- Pierre Blet (2004). PĂo XII y la Segunda Guerra Mundial. Madrid: Ediciones Cristiandad
- Peter Broucek (1983). Ein General im Zwielicht. II. [S.l.]: Hermann Boehlaus Nachf.
- Gianluca Falanga (2008). Mussolinis Vorposten in Hitlers Reich. Italiens Politik in Berlin 1933-1945. [S.l.]: Christoph Links Verlag
- David Forgacs; Gundle, Stephen (2007). Mass Culture and Italian Society from Fascism to the Cold War. [S.l.]: Indiana University Press
- Robin Healey (1998). Twentieth-century Italian Literature in English Translation. [S.l.]: University of Toronto Press. ISBN 0-8020-0800-3
- MacGregor Knox (1999). Mussolini Unleashed, 1939-1941. [S.l.]: Cambridge University Press
- Benjamin G. Martin (2016). The Nazi-Fascist New Order for European Culture. [S.l.]: Harvard University Press
- Manuel Nicolás Meseguer (2004). La intervención velada: el apoyo cinematográfico alemán al bando franquista (1936-1939). [S.l.]: Universidad de Murcia
- Ugo Spirito e Anthony G. Constantini (2000). Memoirs of the Twentieth Century. Amsterdam: Editions Rodopi
ReferĂŞncias