Em matemática, a desigualdade do rearranjo[1] afirma que
para cada escolha de números reais
e cada permutação
de x1, . . ., xn. Se todos os números são diferentes, ou seja
então o valor mínimo é atingido apenas para a permutação que reverte a ordem, isto é, σ(i) = n − i + 1 para todo i = 1, ..., n, e o valor máximo é atingido apenas para a identidade, isto é, σ(i) = i para todo i = 1, ..., n.
Observe que a desigualdade do rearranjo não faz hipótese sobre o sinal dos números reais envolvidos.
Aplicações
Muitas desigualdades famosas podem ser provadas através da desigualdade do rearranjo, como a desigualdade das médias, a desigualdade de Cauchy-Schwarz e a desigualdade de Chebyshev.
Demonstração
A cota inferior pode ser obtida aplicando a cota superior a
Portanto, basta provas a cota superior. Como há um número apenas finito de permutações, existe pelo menos uma para a qual
é maximal. No caso de haver mais de uma permutação com esta propriedade, escolhemos σ sendo uma das com o máximo número de pontos fixos.
Procedemos agora com uma prova por absurdo para provar que σ precisa ser a permutação identidade. Assuma, portanto, por absurdo, que σ não seja a identidade. Então existe um j em {1, ..., n − 1} tal que σ(j) ≠ j e σ(i) = i para todo i em {1, ..., j − 1}. Então σ(j) > j existe k em {j + 1, ..., n} com σ(k) = j. Agora
Portanto,
Expandingo este produto e rearranjando termos, temos
Portanto a permutação
produzida de σ pela troca dos valores σ(j) e σ(k), tem pelo menos um ponto fixo a mais que σ, pois σ(j)= j e também atinge o máximo. Isto contradiz a escolha de σ.
Ademais, se
então temos a desigualdade estrita em (1), (2) e (3) e, portanto, o máximo só pode ser atingido pela identidade.
Referências
- ↑ Hardy, G.H.; Littlewood, J.E.; Pólya, G. (1952), Inequalities, ISBN 0-521-05206-8, Cambridge Mathematical Library 2. ed. , Cambridge: Cambridge University Press, MR 0046395, Zbl 0047.05302 , Section 10.2, Theorem 368