Após o casamento de sua irmã mais velha, Isabel, em 1615, com o futuro Filipe IV da Espanha, Cristina herdou o título de Madame Real (Madame Royale), título reservado a filha solteira mais velha do rei francês. Após o seu próprio casamento, o título foi herdado pela sua irmã mais nova, Henriqueta Maria.
Princesa do Piemonte
Cristina casou-se com Vítor Amadeu I, duque de Saboia, em 10 de fevereiro de 1619, no Palácio do Louvre, na capital francesa.[1] De 1619 até a ascensão de seu marido em 1630, ela ostentava o título de princesa do Piemonte. Descrita como volátil e frívola, Cristina introduziu os costumes franceses à corte de Saboia. Ela residia entre o Palácio Madama, Castelo de Valentino, bem como no Palácio Real de Turim, os quais implementou reformas. Ela também adquiriria a Vigna di Madama Reale, antiga residência de seu cunhado o cardeal Maurício de Saboia.
A princesa fazia todo o possível para garantir que sua corte rivalizasse em esplendor com a de sua irmã Henriqueta Maria, esposa de Carlos I da Inglaterra. Apesar de terem uma certa rivalidade, as duas irmãs mantiveram uma intensa correspondência ao longo da vida, o que evidenciou sua estreita relação. Cristina foi uma confidente da exilada rainha Henriqueta, que frequentemente escrevia para ela sobre suas experiências durante a Guerra Civil Inglesa.
Ela também encorajou o marido a reivindicar o título de Rei de Chipre e Jerusalém e não escondia que preferia ser uma rainha do que uma duquesa, ela também queria transformar o Ducado de Saboia em uma pequena França.
Depois de quatro anos de luta, Cristina saiu vitoriosa, graças ao apoio da França. Ela não somente manteve o ducado para seu filho, como também impediu a França de alcançar muito poder no ducado. Ao concluir-se a paz em 1642, Maurício se casou com sua sobrinha Luísa Cristina, abandonando o título de cardeal e pedindo dispensa ao Papa Paulo V. Maurício se tornou o governador de Nice. Cristina Maria continuou firme no controle do Ducado de Saboia, até que seu filho pudesse seguir seus passos.[2] Cristina morreu em Turim em 1637, aos 57 anos.[3]
Oresko, Robert (2004). "Maria Giovanna Battista of Savoy-Nemours (1644-1724): daughter, consort, and Regent of Savoy". In Campbell Orr, Clarissa (ed.). Queenship in Europe 1660-1815: The Role of the Consort. Cambridge University Press. pp. 16–55. ISBN 0-521-81422-7.
Parrott, David (1997). «The Mantuan Succession, 1627–31: A Sovereignty Dispute in Early Modern Europe». The English Historical Review. Volume CXII, Issue 445, February. Oxford Academic. pp. 20–65. doi:10.1093/ehr/CXII.445.20