Coronilla glauca, comummente conhecida como sena-do-reino[1], é uma espécie de planta com flor pertencente à família das fabáceas e ao tipo fisionómico dos fanerófitos.[2]
A autoridade científica da espécie é L., tendo sido publicada em Centuria I. Plantarum ... 23. 1755.
Nomes comuns
Além de «sena-do-reino» esta espécie dá ainda pelos seguintes nomes comuns: serra-do-reino[2] e pascoinhas[3] (nome que partilha com a espécie coronilla scorpioides[4] e a subespécie Coronilla repanda subsp. dura).[5]
Etimologia
Quanto ao nome científico desta espécie:
- O nome genérico, Coronilla, provém do latim, tratando-se do diminutivo do étimo cŏrōna[6] (coroa; grinalda), significando, por isso, «coroazinha; grinaldazinha».[7]
- O epíteto específico, glauca[8], também provém do latim, tratando-se de uma declinação do étimo, glaucus, e significa «verde-acinzentado; azul-cerúleo».[9]
O nome comum, «pascoinhas», é alusivo à Páscoa, festividade que coincide, grosso modo, com a altura do ano em que esta espécie floresce.[10].
Descrição
Esta espécie trata-se de um arbusto glabro de folha permanente.[11]
Caracteriza-se pelos caules cilíndricos e erectos, que podem alcançar até 150 centímetros de alta, de feitio erecto, maciços, com entrenós curtos, densamente ramificados e de coloração acastanhada.[11]
Do que toca às folhas, são pecíoladas, com 2 a 3 pares de folíolos.[11] Os folíolos são pecíolados e de formato mais ou menos obovado, encontrando-se truncados no ápice.[11] Têm a margem escamosa, sendo que, por vezes, o folíolo terminal pode ser maior que os folíolos laterais.[11]
Conta com estípulas têm um formato que alterna entre o lanceolada e o elíptico-lanceolado.[11] São membranosas, mais ou menos amplexicaules (abraçam o caule), amiúde aparecem soldadas entre si e são caducas.[11]
Relativamente às inflorescências, estas exibem entre 4 a 13 flores, contando com um pedúnculo que pode ser 1 a 2 vezes mais comprido do que a folha que lhe corresponde.[11] O pedúnculo é de formato cilíndrico.[11]
Quanto às bractéolas podem medir até 0,4 milímetros e são geralmente caducas.[11] As flores têm o seu próprio pedicelos, que pode medir entre 2,6 a 5 milímetros, é que é geralmente maior do que o cálice.[11]
O cálice, por seu turno, mede entre 2,8 milímetros e 4,2 milímetros. É mais ou menos papiloso e conta com um lábio superior maior do que o inferior.[11] O lábio inferior é serrilhado, com dentes de 0,3 a 0,5 milímetros de largura por 0,6 a 0,8 milímetros de comprimento.[11]
A corola é de cor amarela.[11]
Distribuição
Marca presença em grande parte da orla mediterrânica, abarcando o Sul de França e costa Albanesa, a Leste[11], e incluindo quase toda a Península Ibérica e as Ilhas Baleares, a Oeste.[2]
Portugal
Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental e no Arquipélago da Madeira.[3]
Em termos de naturalidade é nativa de Portugal Continental de introduzida no Arquipélago da Madeira.[3] Em Portugal Continental, marca presença em quase todas as zonas, exceptuando-se as do Nordeste, Noroeste, Terras Quente e Fria Transmontanas, Centro-Norte, ambas as zonas do Centro-Leste, Sudoeste Montanhoso, Sotavento Algarvio e ilhas Berlengas.[2]
Ecologia
Trata-se de uma espécie rupícola que medra em moitas mediterrânicas, clareiras e orlas de matagais ribeirinhos, barrancos sombrios, encostas marinhas e bosques esclerófilos.[3][11]
Privilegia solos de substracto pedregosos de substracto calcário.[11]
Também costuma ser usada como espécie ornamental[2], amiúde na colonização de taludes de estradas.[3]
Protecção
Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.
Referências
Ligações externas