Já em relação aos tipos de células, o corpo humano contém centenas de estruturas celulares diferentes, mas notavelmente, o maior número de células contidas em um ser humano saudável (embora não corresponda a maior massa) não são células humanas, mas sim de bactérias que residem no trato gastrointestinal.[2]
Elementos químicos
Considerando a composição química do corpo humano, é possível afirmar que mais de 99% de toda a massa de um ser humano padrão é composta por apenas seis elementos químicos distintos: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e fósforo.[3][4] Considerando o 1% da massa restante, é possível afirmar que 0,85% correspondem a outros cinco elementos somados: potássio, enxofre, sódio, cloro e magnésio.[4] Todos os demais elementos somados juntos não alcançam a massa do magnésio, o menos abundante dos 11 elementos citados nesta lista.[5]
Principais elementos que compõem um corpo humano saudável (incluindo sua porção líquida)
Em relação à composição química completa do corpo humanos considera-se que, usualmente, estejam presentes 61 distintos elementos químicos. Alguns dos elementos listados na tabela exposta não são reconhecidos como nutrientes essenciais, embora sejam componentes do corpo humano.[6] Outros, embora essenciais podem ser danosos quando presentes em grandes quantidades.[7]
Em média, o organismo de um humano adulto pesando 70 quilos contém cerca de 7×10 27 átomos,[8] o que corresponde a 7 000 000 000 000 000 000 000 000 000 (7 octilhões) de átomos,[9] distribuídos em ampla gama de elementos químicos.[10]
Os 61 elementos mais abundantes encontram-se exibidos na tabela abaixo. Dentre eles destacam-se alguns metais cuja presença é essencial para o bom funcionamento do organismo do ser humano. Essas substâncias são conhecidas popularmente como sais minerais e sua presença e manutenção da quantidade necessária para um metabolismo adequado está diretamente ligada à ingestão de alimentos capazes de fornecê-los.[11]
Distribuição e abundância de elementos químicos em um corpo humano, considerando um indivíduo adulto saudável, com massa aproximada de 70kg.
Nem todos os elementos presentes no corpo humano encontrados em quantidades traço apresentam papéis essenciais para a vida. A ciência acredita que alguns desses elementos são simples contaminantes secundários sem função biológica (exemplos: césio e titânio), enquanto outros são considerados tóxicos ativos, podendo ser danosos conforme a quantidade (cádmio e mercúrio, por exemplo). Em alguns casos essa função pode ser alterada conforme a quantidade presente no organismo. O arsênio, por exemplo, é considerado tóxico, mas especula-se que ele desempenhe algum papel biológico quando presente em quantidades ínfimas no organismo.[36]
Presença de elementos químicos inusitados
Dentre os componentes presentes na composição do corpo humano, observa-se a existência de alguns elementos químicos inusitados, ainda que a maior parte deles estejam presentes em quantidades traço.
Embora presente em quantidades ínfimas, metais usualmente tido como raros e de grande valor comercial, tais como prata, titânio e ouro podem ser detectados por análises instrumentais.[37] No caso do ouro, por exemplo, estima-se que exista cerca de 0,2 miligramas do metal no corpo de cada ser humano,[38] sendo que a maior parte destes átomos de ouro encontram-se em circulação na corrente sanguínea.[39] Embora não apresentem nenhum papel biológico conhecido, alguns estudos apontam que o ouro e a prata podem impactar o desenvolvimento de algumas células do sistema nervoso humano.[40]
Adicionalmente, elementos conhecidos por apresentarem elevada radioatividade se mostram presentes em quantidades infinitesimais, incluindo berílio, rádio, tório e urânio.[41] Diversos isótopos radioativos de outros elementos químicos também encontram-se em circulação nos organismos humanos,[42] tais como potássio-40, carbono-14, rubídio-87 e trítio.[43] Contudo a reduzida quantidade desses elementos normalmente presentes nos seres humanos, elimina qualquer motivo de preocupação em relação à possíveis impactos ou riscos à saúde decorrentes de seus níveis de radioatividade.[43]
Substâncias moleculares
Em relação às moléculas mais comumente presentes no organismo humano, é possível destacar as seguintes substâncias:[44]
De um ponto de vista molecular, a composição média de uma célula típica do corpo humano, com dimensão de 20 micrometros pode ser resumida na tabela a seguir:[45]
↑ abcdefSubcommittee on the Tenth Edition of the Recommended Dietary Allowances, Food and Nutrition Board; Commission on Life Sciences, National Research Council (1 de fevereiro de 1989). «9-10». Recommended Dietary Allowances: 10th Edition. [S.l.]: National Academies Press. ISBN978-0-309-04633-6. Consultado em 18 de junho de 2016. (pede registo (ajuda))
↑Hillyer, Julián F.; Albrecht, Ralph M. (2001). «Gastrointestinal persorption and tissue distribution of differently sized colloidal gold nanoparticles». Journal of Pharmaceutical Sciences. 90 (12): 1927–1936. ISSN0022-3549. PMID11745751. doi:10.1002/jps.1143
↑Anke M. "Arsénico". En: Mertz W. ed., Trace elements in Human and Animal Nutrition , 5ª ed. Orlando, FL: Academic Press, 1986, 347-372; Uthus EO, "Evidencia de la esencialidad arsenical", Environmental Geochemistry and Health , 1992, 14: 54-56; Uthus EO, esencialidad del arsénico y factores que afectan su importancia. En: Chappell WR, Abernathy CO, ediciones Cothern CR, Arsenic Exposure and Health . Northwood, Reino Unido: Science and Technology Letters, 1994, 199-208.
↑published, Jacklin Kwan (27 de setembro de 2021). «How radioactive is the human body?». livescience.com (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2022
↑«Radioactive Human Body». sciencedemonstrations.fas.harvard.edu (em inglês). Consultado em 13 de abril de 2022