Pelo decreto nº 40.526, de 08/02/1956, foram-lhe fixados os actuais limites.
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano
0-14 Anos
15-24 Anos
25-64 Anos
> 65 Anos
0-14 Anos
15-24 Anos
25-64 Anos
> 65 Anos
2001
2 548
3 590
13 281
5 365
10,3%
14,5%
53,6%
21,6%
2011
2 108
2 016
12 028
5 925
9,5%
9,1%
54,5%
26,8%
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%
Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%
História
Dos estudos realizados, tudo aponta para que as origens da freguesia estejam associadas ao primitivo povoado que nasceu, se desenvolveu e prosperou à sombra tutelar da antiga igreja românica, que ainda hoje existe no Largo do Priorado e que pertenceu a um convento de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. A construção da igreja é anterior à da própria Sé Catedral, sendo provavelmente a igreja mais antiga do Porto, construída quando Portugal ainda nem sequer existia politicamente.
Aqui ocorreu a conversão em massa do povo Suevo, anos antes dos Francos, com Clóvis.[carece de fontes?] Diz quem sabe destas coisas[quem?] que a Norte do Douro a igreja românica de Cedofeita é o único monumento do género que nos ficou do período medieval.[carece de fontes?]
Na frontaria do templo, mesmo por cima da porta principal, está gravada no granito uma inscrição latina que dá o ano de 559 como o da fundação da igreja. O teor da inscrição e, sobretudo, a indicação daquele ano como sendo o da fundação do templo suscitou e alimentou, durante anos, uma apaixonada discussão entre historiadores e investigadores que acabou com a conclusão de que a inscrição é apócrifa, por tanto não verdadeira, e que terá sido ali colocada aquando de uma remodelação feita no templo e redigida sem qualquer fundamento histórico.
Os mais antigos e fidedignos documentos que se conhecem, relacionados com o mosteiro de Cedofeita, remontam à Baixa Idade Média. São dois: uma bula do Papa Calisto II, datada de 1120, a qual apenas cita o mosteiro; e a carta de doação de D. Afonso II, do ano de 1218, na qual, com base em informações dos próprios abades e cónegos regrantes, o monarca faz saber que "D. Afonso, nosso senhor e avo (Afonso Henriques) reparara o dito mosteyro e anovadamente o dotara".[verificar]
Fundação do mosteiro durante o Reino Suevo
A escassez de documentação referente à fundação da igreja de Cedofeita deu azo a diversas lendas, sendo duas delas as mais recorrentes.
Uns sustentam que foi fundada pelo rei suevo Reciário, que reinou em 446 e que foi o primeiro dos reis suevos a abraçar o Cristianismo. Outros dizem que a fundação da igreja se deve ao rei Teodomiro, também suevo, que a terá mandado construir em 14 de janeiro de 459, e nela se fez batizar conjuntamente com o seu filho Ariamiro, pela mão de São Martinho de Dume. Com este Santo Evangelizador, vieram as relíquias de São Martinho de Tours. Conservam-se num altar dedicado à sua devoção, na Igreja Nova, junto a outras de Martinho de Dume.
Consta que Teodemiro, não encontrando remédio para a enfermidade de seu filho Ariamiro, recorreu a S. Martinho de Tours aonde mandou embaixadores com ofertas de tanta prata e ouro quanto pesasse o filho enfermo. E com tanta fé Teodomiro acreditou neste milagre que logo a seguir à partida dos seus embaixadores ordenou que se começasse a construção de uma igreja em honra de S. Martinho.
O empenho posto no levantamento do templo foi tal que quando os embaixadores chegaram com as relíquias já ela estava concluída. E foi devido à rapidez da construção que veio a dizer-se «Cito Facta», o que significa «Feita Cedo» e que veio a dar CEDOFEITA.
Domínio muçulmano
Em 755, durante o domínio muçulmano, os cristãos das terras do Mosteiro de Cedofeita receberam um salvo-conduto para a cidade do Porto e permissão para a prática da fé cristã dentro de portas fechadas, mediante um pagamento anual de 50 pesantes. Esta permissão foi dada através de uma «Carta de Jusgo» a troco de outros 50 pesantes, reproduzida por Egidio Johanes em 1229:[4]
“
É esta carta de jusgo e consentimento de Abdalassis Abhrem Mahomet per illah illalah, senhor da cidade do Porto, e da gente de Nazaré, pela qual ordeno que os presbíteros e cristãos do Mosteiro de Cedofeita que moram junto à dita cidade do Porto, e o seu mosteiro, possuam os seu bens em paz e quietação, sem opressão, vexame ou força dos Sarracenos; com a condição que não digam as missas senão com as portas fechadas, e não toquem as suas campainhas: e paguem pelo consentimento 50 pesantes de boa prata anualmente, e possam sair e vir à cidade com liberdade e quando quiserem, e não vão fora das terras do meu mando sem o meu consentimento e vontade: assim o mando; e faço esta carta de salvo conduto, e a dou ao dito mosteiro para que a possua para o seu sossego (jusgo).
”
A origem da colegiada
Depois de se ter introduzido nas igrejas catedrais o sistema da vida em comum, passou a ser tão grande o número de clérigos que procuravam servi-la, que em muitas igrejas paroquiais se estabeleceram Colégios clericais com organização semelhante à dos Cabidos. Certos mosteiros também se transformaram em colégios de cónegos por ser permitido aos monges que se apartavam da sua regra seguir o instituído por que se regiam os cabidos.
Esta foi a origem das colegiadas, que dos cabidos se distinguiam por serem presididas pelo pároco, com o título de Prior, ao passo que os cabidos eram presididos pelos bispos.
Desconhece-se a data da fundação da Colegiada de S. Martinho de Cedofeita. De 1221 existe um documento que a ela se refere. Mas é muito provável que a sua criação seja anterior àquela data.
D. Nicolau de Santa Maria diz que já antes de 1118 a Colegiada existia e que tinha Prior e Cónegos que viviam segundo a regra de Santo Agostinho. As Colegiadas no século XVI formavam dois tipos: o das insignes, ao qual pertenciam a de Cedofeita e a de Guimarães, por exemplo; e o das menores.
A Colegiada de Cedofeita distinguiu-se também pelos varões ilustres que nela serviram, entre os quais a figura cimeira do Prior D. Nicolau Monteiro, que foi bispo do Porto, doutor em cânones pela Universidade de Coimbra, confessor da rainha D. Luísa de Gusmão, bispo eleito de Portalegre e da Guarda, conselheiro de Estado, mestre dos filhos de D. João IV, embaixador deste monarca ao pontífice Urbano VIII advogando eficazmente em Roma a justiça de Portugal contra as pretensões de Castela. Além desta grande figura da Igreja, também se notabilizaram na Colegiada de Cedofeita: S. Pascásio, discípulo do primeiro prior, S. Martinho de Dume; D. Beltrão de Monfaves, que foi prior e depois cardeal; D. Gonçalo Pereira, deão do Porto, arcebispo de Braga, avô do Condestável do reino, D. Nuno Álvares Pereira; D. Henrique (infante), irmão de D. João III, arcebispo de Braga e Évora, cardeal e depois rei de Portugal; D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, prior comendatário e depois bispo do Porto.
O ermo de Cedofeita
Ao dobrar o ano de 1571, o prior e cónegos da Colegiada de S. Martinho de Cedofeita mandaram ao bispo do Porto uma petição: queriam sair do sítio onde estavam e sugeriam a mudança para junto da Porta do Olival. Diziam os da Colegiada, na referida petição: "Se há igreja que tenha necessidade mui urgente para se trasladar e mudar de êrmo e despovoado para povoado e lugar da cidade acomodado para isso, é esta igreja de S. Martinho de Cedofeita, por muitas razões…". E entre as razões invocadas alegavam que a «igreja não é bem servida, principalmente quando as cheias e tempestades do Inverno e as calmas do Verão tornam impossíveis ou difíceis as longas jornadas entre a Porta do Olival (na Cordoaria) e o longínquo lugarejo de Cedofeita…
Havia ainda outra razão. "A igreja estava num lugar ermo e despovoado e os fregueses, que eram pescadores e lavradores, moravam muito afastados dela e durante a semana ninguém assistia aos ofícios divinos e por vezes até havia dificuldade em arranjar quem ajudasse às missas…".
O couto
Não há dúvida de que existiu o «Couto de Cedofeita», apesar de alguns historiadores afirmarem que é falsa, que não existiu, a «Carta de Couto» que teria sido conferida por D. Afonso Henriques. Um documento datado de 1849 pormenoriza que o Couto começava no fim da Rua da Rainha (hoje de Antero de Quental), corria pelo Monte Pedral até ao Carvalhido, na Rua da Natária, e confrontava com Paranhos. Do Carvalhido seguia pela Rua da Carcereira até à Cova do Monte, fim da Quinta do Vanzeller, partia com Ramalde e com a estrada para Lordelo e vinha ao Douro. Acompanhava o rio até ao começo da Calçada de Monchique (que ficava já dentro do COUTO) e daí subindo à Rua dos Carrancas partia com Miragaia. Continuava até ao Adro dos Enforcados (traseiras do Hospital de Santo António) onde confrontava com Santo Ildefonso, seguia pelo Rua do Paço até à cerca dos frades do Carmo, Travessa do Carregal, chegava ao canto do Hospital do Carmo, circuitava a Praça dos Ferradores (hoje de Carlos Alberto) até ao cunhal do Palácio dos Balsemões, Rua das Oliveiras e Sovela, Campo de Santo Ovídio, Rua da Lapa e lado poente da Rua da Rainha até Paranhos. Todo este território, que hoje está incorporado no tecido urbano da cidade e intensamente povoado, era, ainda na segunda metade do século XVII, simples arrabalde campesino da cidade.
Quando se terá verificado a integração do Couto de Cedofeita no tecido urbano da cidade do Porto? A resposta, pelas razões já atrás várias vezes referidas (escassez de fontes e falta de documentos) não é fácil de dar. Mas é muito provável que a integração se tenha feito na transição do século XVI para o século XVII. Ou talvez antes. De certeza, sabe-se que a Mesa Grande da Relação, em 9 de Outubro de 1710, ampliou a área limitada pela Muralha Fernandina com as das freguesias contíguas: Vitória, Miragaia e Santo Ildefonso; e também com as de Massarelos e Cedofeita. Esta medida da Mesa Grande, que fixava os novos limites da cidade, já abrangia a área do Couto de Cedofeita.[5]
Anexação à cidade do Porto
Em 1834, a freguesia de Cedofeita, juntamente com a de Bonfim, foi anexada por ordem de D. Pedro IV à cidade do Porto.[6]
Brasão — Escudo de vermelho, urna de prata, encimada, por coroa real de ouro, carregada com um coração de vermelho; em chefe, à dextra, balança de pratos e, à sinistra, roda dentada, ambas de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro: «CEDOFEITA»;
Bandeira — amarela. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro;
Selo — nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Cedofeita — Porto».
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Religião
Capela de Nossa Senhora do Socorro / Capela do Senhor do Olho Vivo