Quando criança, Carlos viveu com seus pai em Londres, onde seu irmão Afonso nasceu. Depois que seu pai, liberal demais para o gosto dos carlistas, deixou sua mãe, os infantes acompanharam a princesa de volta à Módena, onde passaram a viver. O duque Francisco V, irmão de Beatriz, foi o grande responsável pela educação de Carlos e Afonso e foi a principal influência no início de suas vidas. Carlos logo demonstrou sua simpatia pelo conservadorismo, muito diferente de seu pai. Devido aos seus estudos, passou a adolescência entre Praga, Veneza e Viena.[2]
Jaime (1870-1931), Duque de Madrid', pretendente carlista ao trono espanhol (como Jaime III) e pretendente legitimista ao trono francês (como Jacques I). Não se casou.
Elvira (1871-1929), infanta de Espanha. Não se casou, mas teve descendentes.
Beatriz (1874-1961), infanta de Espanha, casada com o príncipe Fabrício Massimo de Roviano, com descendência.
Alice (1876-1975), infanta de Espanha, casada em primeiras núpcias com o príncipe Frederico de Schönburg-Waldenburg, com descendência. Casou-se em segundas núpcias, morganaticamente, com Lino del Prete, com descendência.
Margarida morreu em 29 de janeiro de 1893. No ano seguinte, Carlos decidiu casar-se novamente e pediu o auxílio da mãe na procura de uma noiva. A princesa Beatriz sugeriu-lhe duas candidatas: a princesa Teresa de Liechtenstein' (filha do príncipe Alfredo de Liechtenstein) e a princesa Maria Berta de Rohan (filha do príncipe Artur de Rohan).
Após conhecer as duas pretendentes, Carlos escolheu a princesa Maria Berta. O casamento foi celebrado em 28 de abril de 1894, pelo Cardeal Schönborn, em sua capela privativa em Praga. A nova esposa do príncipe tinha uma personalidade forte e dominadora, o que tornou este casamento bastante impopular entre os carlistas.[4] Conforme assinalou o historiador Jaime del Burgo: Todos os autores concordam que este segundo casamento foi desastroso, não apenas para Dom Carlos e sua família, mas também para o Partido Carlista.
Atividade política
Em julho de 1868, Carlos realizou uma reunião em Londres com as principais figuras do carlismo para relançar o movimento, aproveitando a crise do regime isabelino. Em setembro deste mesmo ano após a queda de Isabel, o movimento carlista foi engrossado pelo movimento neocatólico, os representantes desse movimento afirmavam que Carlos seria a única pessoa que poderia tirar o pais da anarquia reinante.[5]
Em 3 de outubro desse mesmo ano, após a renúncia de seu pai, o príncipe se tornou pretendente carlista ao trono espanhol, embora seus partidários já o considerassem rei legítimo desde 1864, quando assim foi chamado pela Princesa da Beira em sua Carta a los españoles.
Em outubro de 1869, entregou o comando político e militar do movimento a Ramón Cabrera, que renunciou no ano seguinte devido a desentendimentos tanto com Carlos quanto com outras figuras importantes do movimento carlista.[6]
No mês de abril, após a conferência carlista realizada em Vevey, Suíça, que criou um conselho central do partido para atuar legalmente na Espanha, Carlos decidiu assumir pessoalmente o comando do movimento.[7]
A Comunhão Católico Monárquica, o partido carlista presidida por Francisco Javier Fernández de Henestrosa y Santisteban, Marquês de Villadarias, mantinha representações locais nos municípios onde o carlismo já havia sido implantado. O ideário carlista passou a ser divulgado maciçamente em eventos organizados pelo partido. Tal estratégia rendeu aos carlistas a conquista de 50 cadeiras no Câmara dos Deputados, nas eleições de 1871 na época do reinado de Amadeu I.[8]
A via militar acabou por prevalecer quando Carlos deu a ordem para que seus partidários iniciassem um levante armado, em 21 de abril de 1872, dando início à Terceira Guerra Carlista. Em 2 de maio, o líder carlista cruzou a fronteira francesa e assumiu o comando dos revoltosos, mas em 4 de maio o general Domingo Moriones invadiu seu acampamento na cidade de Oroquieta, obrigando o pretendente a safar-se em território francês e encerrando, temporariamente, a insurreição no País Basco e em Navarra.[9]
Em 16 de julho de 1873, Carlos cruzou novamente a fronteira, dessa vez por Zugarramurdi, e atravessou todo o País Basco e Navarra com seu exército, concentrando-se principalmente em Estella e Durango.[10]
Entretanto, com a derrota definitiva das forças carlistas em 28 de fevereiro de 1876, Carlos voltou ao exílio. A partir deste momento o carlismo modificou sua natureza insurrecional para uma atuação política se dividindo em tendencias onde a atuação no Estado parecia mais importante que a defesa do candidato a rei.[11]
Em 1879, nomeou Cândido Nocedal como seu representante na Espanha, mas sua política gerou desentendimentos e divisões entre os carlistas espanhóis, obrigando Carlos a assumir novamente a chefia do movimento após a morte de Cándido, em 1885, até 1890.[13]
↑López, Fernando Martínez; Canal, Jordi; López, Encarnación Lemus (2010). París, ciudad de acogida:. el exilio español durante los siglos XIX y XX (em espanhol). [S.l.]: Marcial Pons Historia, pp.112-113. ISBN9788492820122