Candedo é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Candedo do Município de Murça, freguesia com 28,89 km² de área[1] e 821 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 28,4 hab./km².
A freguesia de Candedo encontra-se na parte sul do Município de Murça, fazendo fronteira com o vizinho Município de Alijó.
O remoto povoamento da área na qual atualmente se situa a freguesia pode ser comprovado através de uma série de vestígios arqueológicos.
É uma freguesia com uma história importante, já referida nas Inquirições de 1220, ordenadas por D. Afonso II. A área em que atualmente se encontra, foi abrangida pelo foral concedido a Abreiro em 1225.
Em termos de património edificado, salienta-se a Capela de Nossa Senhora do Carmo, com os seus três retábulos em talha dourada no interior. Terá sido construída no século XVIII e remodelada em meados do século XX.
É de salientar a importância das suas água termais das Caldas de Carlão, ou de Santa Maria Madalena. As suas águas têm excelentes propriedades terapêuticas para doenças da pele, reumáticas, músculo-esqueléticas, das vias respiratórias e doenças do aparelho digestivo.
Demografia
A população registada nos censos foi:[2]
População da Freguesia de Candedo[3] |
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Ano | Pop. | ±% |
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1864 | 1 498 | — |
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1878 | 1 515 | +1.1% |
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1890 | 1 404 | −7.3% |
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1900 | 1 414 | +0.7% |
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1911 | 1 454 | +2.8% |
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1920 | 1 437 | −1.2% |
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1930 | 1 554 | +8.1% |
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1940 | 1 925 | +23.9% |
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1950 | 1 971 | +2.4% |
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1960 | 2 009 | +1.9% |
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1970 | 1 702 | −15.3% |
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1981 | 1 752 | +2.9% |
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1991 | 1 134 | −35.3% |
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2001 | 1 126 | −0.7% |
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2011 | 1 002 | −11.0% |
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2021 | 821 | −18.1% |
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Distribuição da População por Grupos Etários[4]
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Ano
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0-14 Anos
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15-24 Anos
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25-64 Anos
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> 65 Anos
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2001
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141
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137
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542
|
306
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2011
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102
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111
|
458
|
331
|
2021
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48
|
70
|
407
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296
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Património arqueológico
Castelo de Porrais
Conhecido, localmente, como Alto da Torre ou Alto do Castelo, foi um povoado fortificado da Idade do Ferro. A sua utilização como reduto defensivo prolongou-se pelo tempo e chegou mesmo à Idade Média. Erguido sobre um esporão com excelentes condições estratégicas e ampla visibilidade sobre o vale do Rio Tinhela, era defendido por uma muralha em "pedra seca" de xisto e granito. Uma segunda linha de muralha encontrava-se a uma cota inferior. Não foram muitos os fragmentos cerâmicos encontrados, sendo que os que o foram são de fabrico manual, micáceos e porosos.
Mamoa da Senhora dos Montes
Localizada no Lombo das Colmeias, a mamoa data do período Neolítico e terá sido utilizada entre quatro mil e dois mil a. C.. O seu diâmetro máximo tem cerca de dezoito metros e a sua altura máxima ronda um metro e vinte. Nota-se uma grande cratera de violação na zona central e muita pedra miúda à volta devido à destruição da couraça pétrea. Servia para enterramentos de mortos.
Necrópole de Campas do Ladrilho
A Necrópole situa-se na Serra do Alva e é está data como sendo da Idade Média. Foram encontradas no local algumas campas, denominadas localmente como as "campas dos mouros".
Termas e diversos
Da época romana são alguns achados isolados em Caldas de Carlão, na margem esquerda do Rio Tinhela, perto da sua confluência com o Rio Tua. Aqui apareceram, em finais do século XIX, diversos vestígios romanos, como moedas, cerâmicas, uma ânfora e mosaicos. A nascente, que ainda existe e que é conhecida como Fonte Santa, fazem crer que aqui pode ter existido um edifício termal do período imperial.
Articulada com estas termas e, obviamente, com uma estrada a passar no local, era a Ponte de Caldas de Carlão. É uma ponte sobre o rio Tinhela, de um arco de volta perfeita, em granito, com pedra granítica aparelhada. O atual tabuleiro da estrutura, em betão, é de construção posterior.
Referências