Cais do Valongo

Sítio Arqueológico Cais do Valongo 

Sítio arqueológico do Cais do Valongo e da Imperatriz

Critérios vi
Referência 1548
Região Brasil
País  Brasil
Coordenadas 22° 53' 49.6" S 43° 11' 14.62" O
Histórico de inscrição
Inscrição 2017

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

O Cais do Valongo é um antigo cais localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, entre as atuais ruas Coelho e Castro e Sacadura Cabral.[1] Recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 9 de julho de 2017, por ser o único vestígio material da chegada dos africanos escravizados na América.[2]

Construído, em 1811, foi local de desembarque e comércio de escravizados africanos até 1831, com a proibição do tráfico transatlântico de escravos. Durante os vinte anos de sua operação, entre 500 mil e um milhão de escravizados desembarcaram no cais do Valongo.[1]

Em 1843, o cais foi reformado para o desembarque da princesa Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, que viria a se casar com o imperador D. Pedro II. O atracadouro passou então a chamar-se Cais da Imperatriz.[3]

Entre 1850 e 1920, a área em torno do antigo cais tornou-se um espaço ocupado por negros escravizados ou libertos de diversas nações - área que Heitor dos Prazeres chamou de Pequena África.[4][5]

História

Até meados da década de 1770, os escravizados desembarcavam na Praia do Peixe, atual Praça XV, e eram negociados na Rua Direita (hoje Rua 1º de Março), no centro do Rio de Janeiro, à vista de todos. Em 1774, uma nova legislação estabeleceu a transferência desse mercado para a região do Valongo, por iniciativa do segundo Marquês de Lavradio, Dom Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas, vice-rei do Brasil, alarmado com "o terrível costume de tão logo os pretos desembarcarem no porto vindos da costa africana, entrarem na cidade através das principais vias públicas, não apenas carregados de inúmeras doenças, mas nus".[5]

O mercado foi transferido, mas ainda não havia o ancoradouro, e a alternativa encontrada foi desembarcar os escravizados na alfândega e imediatamente enviá-los de bote ao Valongo, de onde saltariam diretamente na praia. Em 1779, o comércio de escravizados finalmente se estabeleceu na área do Valongo, onde teve seu auge entre 1808, com a chegada da família real portuguesa, e 1831, quando o tráfico negreiro para o Brasil foi proibido, passando a ser feito clandestinamente.[5]

A partir de 1808 o tráfico quase dobra, acompanhando o crescimento da cidade que, após a transferência da corte portuguesa para o Brasil, passa de 15 mil para 30 mil habitantes. Todavia só em 1811 o cais foi construído, passando o desembarque a ser feito diretamente no Valongo.[5] De 1811 a 1831, entre 500 mil e um milhão de escravos ali desembarcaram.[1] No fim dos anos 1820, o tráfico de escravizados para o Brasil vive o seu apogeu. O Rio de Janeiro era então um importante entreposto comercial de escravizados, e o Valongo era a principal porta de entrada dos negros vindos de Angola, da África Oriental e Centro-Ocidental - enquanto no Maranhão e na Bahia chegavam navios vindos da Guiné e da África Ocidental, respectivamente.[5]

Em 1831, o tráfico transatlântico de escravos foi proibido, por pressão da Inglaterra, e o Valongo foi fechado. Os traficantes passaram então a fazer o desembarque em portos clandestinos.

Em 1843, foi feito um aterro de 60 centímetros de espessura sobre o cais do Valongo para a construção de um novo ancoradouro, destinado a receber a princesa Teresa Cristina, futura esposa de D. Pedro II. O cais foi então rebatizado 'Cais da Imperatriz'. Mas este também acabaria por ser enterrado em 1904, durante a reforma urbana empreendida pelo prefeito Pereira Passos.[3][5]

Redescoberta

Em 2011, durante as escavações realizadas como parte das obras de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, foram descobertos os dois ancoradouros - Valongo e Imperatriz -, um sob o outro, e, junto a eles, uma grande quantidade de amuletos e objetos de culto originários do Congo, de Angola e Moçambique.[5][6] O IPHAN e a prefeitura do Rio de Janeiro elaboraram um dossiê para a candidatura do sítio arqueológico do cais ao título de Patrimônio da Humanidade da Unesco.[3][7][8] O sítio foi declarado patrimônio da humanidade na 41ª sessão do comitê da Unesco, em 2017.[9][10]

Em 16 de outubro de 2023, a arqueóloga Tania Andrade Lima, responsável pela descoberta do Cais, recebeu o prêmio internacional Hypatia Award 2023, da Confederação dos Centros Internacionais para a Conservação do Patrimônio Arquitetônico (CICOP Net). A homenagem aconteceu na abertura da 6.ª Bienal de Restauro Arquitetônico e Urbano (BRAU6), em Florença, na Itália, por seus serviços prestados à Arqueologia, à História e ao Patrimônio Cultural da humanidade.[11]

O Trabalho Arqueológico

Ainda em 2010, quando a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro iniciou as intervenções urbanas necessárias à implantação do Projeto Porto Maravilha naquela praça, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN solicitou à Prefeitura a realização de projeto de pesquisa arqueológica. À época, já era de conhecimento, tanto dos gestores públicos quanto dos pesquisadores, o elevado potencial arqueológico da área, sendo o objetivo principal desvelar o Cais do Valongo.

O projeto arqueológico realizado foi de monitoramento e escavação do Cais do Valongo / Cais da Imperatriz, e foi apresentado ao IPHAN para análise e aprovação em outubro de 2010.

A pesquisa arqueológica, iniciou-se em 25 de janeiro de 2011, e desenvolveu-se em praticamente toda a extensão da atual Praça Jornal do Comércio. Através das pesquisas confirmou-se o  elevado potencial arqueológico da região, e o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo foi registrado pela coordenadora da pesquisa no IPHAN, totalizando uma área de 2545,98 m2. O dossiê elaborado para a proposta de inscrição na lista do patrimônio mundial da UNESCO traz uma descrição minuciosa do trabalho arqueológico coordenado pela arqueóloga Tania Andrade Lima.

Entre os registros feitos estão os dados de 110 setores e 6 trincheiras escavadas e sobre o monitoramento que foi feito em toda extensão da Praça Jornal do Comércio. A grosso modo, a escavação mecânica foi realizada em toda a área pesquisada visando remover a capa de concreto e a camada de entulho inicial, e em alguns pontos foi adotado o procedimento de escavação manual. Realizou-se a peneiragem dos sedimentos provenientes das camadas com maior concentração de material arqueológico e / ou aquelas localizadas acima do calçamento do Valongo. No demais foi feita inspeção visual, descartando-se por vezes as camadas retiradas nos primeiros aproximados 60 cm de profundidade.[12]

A pesquisa alcançou plenamente o seu objetivo evidenciando e interpretando os superartefatos - as estruturas arquitetônicas do Cais da Imperatriz e do Cais do Valongo, e outras demais a eles direta ou indiretamente relacionados.

Mas, nenhuma pesquisa arqueológica pode se ater somente aos superartefatos, e neste sentido, a pesquisa realizada no Sítio Arqueológico do Cais do Valongo se debruçou também sobre os artefatos móveis. Foram desenterrados inúmeros, objetos quase todos carregados de profundo simbolismo religioso.

A Coleção

A coleção arqueológica coletada no Sítio do Cais do Valongo é considerada como excepcional – totaliza 1.200.000 peças - e nos dão acesso aos costumes, à vida cotidiana, ao simbolismo religioso e à resistência dos africanos escravizados.

Destacam-se os artefatos apotropaicos, ou os que protegem contra o mal. São amuletos e adornos utilizados tanto como afirmação de uma identidade em risco, como uma negociação de reposicionamento social: figas, crucifixos, contas, garras, búzios, cristais brincos e pulseiras. Testemunham, sobretudo, o encontro entre diversas culturas africanas que circularam pelo local e que, antes, não tinham necessariamente contato direto entre si, e destas com a sociedade brasileira.

As peças da coleção foram higienizadas, identificadas, classificadas, numeradas, inventariadas e acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e guardados em caixas.

A coleção arqueológica encontra-se depositada provisoriamente num espaço próprio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o Galpão B localizado na área portuária da cidade. A escolha do espaço destinado para as análises e guarda obedece ao princípio da permanência da coleção arqueológica próxima ao seu local de origem e dos que estão diretamente envolvidos com ele, respeitando o interesse público do bem público, valores postulados pelos documentos “Recomendações de Nova Delhi” (Conferencia Geral da UNESCO – 1956) e “Carta de Lausanne” (Carta para a proteção e a gestão do patrimônio arqueológico ICOMOS/ICAHM 1990) e plenamente adotados pelo IPHAN e pela Prefeitura do Rio de Janeiro.  A responsabilidade de salvaguarda do acervo, perante o IPHAN, é do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade -IRPH/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

O Patrimônio - Força Simbólica

O Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, na atualidade, além do seu enorme valor arqueológico intrínseco, é também compreendido como um memorial a céu aberto do tráfico atlântico de cativos africanos, e desta forma tem sido reconhecido e apropriado pela população do Rio de Janeiro. Esta apropriação é uma vitória para a Arqueologia, que assim cumpre seu papel político-social, de produzir conhecimento e socializá-lo.

O ressurgimento do Cais do Valongo a céu aberto trouxe para as proximidades do sítio arqueológico outros grupos culturais e manifestações ligados à celebração das heranças africanas. Esses grupos se juntaram aos que haviam resistido por muitos anos na região e que durante certo tempo tiveram que atuar de forma clandestina, em períodos de repressão a expressões da cultura negra popular. Praticantes de capoeira, fiéis de religiões de matriz africana, músicos ligados ao samba e outros ritmos e danças afro-brasileiros, viveram períodos em que celebrar sua fé e sua cultura chegou a ser motivo de perseguição e até prisão. E, mesmo depois desses tempos obscuros terem sido superados, ainda permaneceu muito vivo o preconceito. Ao desenterrar as pedras pisadas pelos africanos que chegaram como escravos no Valongo e ao expor aos olhos de todos os pequenos objetos que remetem às culturas tradicionais africanas, se conferiu ao sítio um reconhecimento oficial e material, como parte da história da cidade, do país e da humanidade. [12]

Entre os direitos fundamentais da pessoa humana está o direito à memória. Ter direito à memória significa não apenas poder recordar e afirmar livremente sua própria história como obter seu reconhecimento social. A memória é matéria prima para a constituição da identidade social e respeitála é, portanto, garantir a integridade do ser humano que nela alicerça o sentido de sua própria existência e de sua comunidade. O Sítio Arqueológico do Cais do Valongo é um símbolo material, um lugar de memória da escravidão africana e das heranças culturais que dessa história surgiram. Reconhecê-lo como patrimônio da humanidade é também conferir esse direito à população afrodescendente do Brasil e, por extensão, de todas as Américas, dentro do entendimento das políticas de reparação por séculos de escravidão e segregação racial.

Perspectiva Museológica

Desde o início dos trabalhos de pesquisa priorizou-se a localização do Valongo. Sobre isso a arqueóloga coordenadora ressalta que não se trataria de sobrepor um momento histórico em detrimento de outro. Como a classe dominante já havia se feito lembrar com a colocação do monumento em homenagem à chegada da Imperatriz, o projeto ora realizado tinha por principal objetivo trazer a luz os vestígios oriundos daqueles que ainda não haviam tido a chance de se fazer lembrar: os africanos escravizados.

Essa intenção nos mostra uma associação direta à museologia social, preocupada em jogar luz às formas e narrativas de preservação da memória dos povos e grupos marginalizados historicamente.

Sobre a musealização de sítios arqueológicos como o do Cais do Valongo, a pesquisadora Janaina Cardoso de Mello em seu artigo "Arqueologia e musealização in situ: Das pedras às pessoas"[13] evidencia a especificidade do processo e sua importância:

"A musealização dos sítios arqueológicos permite a comunicação do conhecimento de forma inteligível, o uso social do território, sua conservação, bem como um turismo responsável. Para além da idéia de uma Educação Patrimonial “de cima para baixo”, as trocas culturais que emergem a partir das impressões, reações, inquietações, dúvidas, apontamentos e interação da população com os trabalhos desenvolvidos pelos arqueólogos oferecem dinamismo e ressignificação plural à atividade acadêmica. Patrimônio cultural de todos, o sítio arqueológico musealizado subverte a idéia da cristalização do conhecimento no interior de um grupo específico expondo à céu aberto um saber construído na coletividade."[14]

Neste sentido, a museologia oferece uma série de ferramentas e elementos que fortaleceriam o Cais do Valongo como um espaço de memória devidamente preservado e também comunicado. Mas nesses 10 anos desde a redescoberta, são muitas as denúncias e apontamentos de profissionais da área sobre os problemas com a preservação e a ausência de um projeto museológico que garanta ao sítio arqueológico uma contextualização que informe à sociedade e proponha uma reflexão coletiva sobre o passado nacional. O diagnóstico é que o monumento sofreu uma musealização compensatória, isto é, uma musealização feita apenas para compensar um erro do passado que causou o apagamento e esquecimento do monumento e seu significado. Essa musealização compensatória no caso do Valongo se realizou apenas com a colocação de correntes em torno do espaço e a fixação de duas placas com breves dizeres indicando que ali era realizado o desembarque de escravos e mencionando os dois aterramentos. Enquanto isso, aponta a pesquisadora Rafaella Matos Coutinho, o Museu do Amanhã, localizado na mesma região, recebe milhares de visitantes semanalmente.[15]

Em 9 de julho de 2017, o Sítio ganhou o título de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, o que, a princípio lhe conferiria mais prestígio e maior proteção, destaque, cuidado e asseguraria o direito fundamental à memória. Porém, em julho de 2018, exatamente um ano após a aquisição do título, o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo corria o risco de perdê-lo devido ao não cumprimento pela Prefeitura e pela Ministério da Cultura, de todas as exigências da Unesco. Dentre as exigências não cumpridas estão a falta de conservação e a não criação de um Museu no armazém Docas Pedro II, conforme pactuado com a Unesco no dossiê de candidatura, que deveria destacar a importância do Cais do Valongo, explicar o impacto da imigração forçada e toda sua história.

A partir desses apontamentos foi construído um projeto de obras que visava sanar os problemas com alagamento e melhorar a comunicação do espaço. Em novembro de 2023 as obras foram concluídas e foi entregue no espaço um novo guarda-corpo, iluminação e sinalização informativa no padrão da Unesco. O local também recebe a exposição: "Valongo, Cais de Ancestralidades", que conta a história do cais e a relação com a região conhecida como Pequena África. [16]

Na ocasião da reabertura do sítio arqueológico, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, informou que outra etapa de obras no local será entregue em 2024. "A ideia é fazer um grande Centro Cultural, então, ele vai ter uma multidisciplinaridade, uma perspectiva diversa de ocupação. Enfim, essa concepção ainda vai ser melhor discutida, mas a ideia é que não seja só um museu, vai ter uma perspectiva de multiuso", afirmou.[17]

Referências

  1. a b c «Cais do Valongo: a história da escravidão no porto do Rio de Janeiro». Globo.com Educação. Globo.com. Consultado em 9 de Janeiro de 2015 
  2. «Cais do Valongo, no Rio, é declarado Patrimônio Histórico da Humanidade». g1 rio de janeiro. Consultado em 9 de julho de 2017 
  3. a b c «Cais do Valongo é candidato a Patrimônio da Humanidade». Ministério da Cultura do Brasil. 30 de setembro de 2014. Consultado em 9 de Janeiro de 2015 
  4. Moura, Roberto. Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro. 2ª ed.. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Dep. Geral de Doc. e Inf. Cultural, Divisão de Editoração, 1995 (Coleção Biblioteca Carioca), p. 13
  5. a b c d e f g Saiba tudo sobre o Cais do Valongo - o local por onde entravam os africanos escravos no Brasil no século XIX. Por Flávia Ribeiro. Aventuras na História, 18 de janeiro de 2013
  6. Daflon, Rogério (1 de Março de 2011). «Escavações de obra de drenagem da Zona Portuária encontram restos dos cais da Imperatriz e do Valongo.». O Globo Rio. O Globo. Consultado em 9 de Janeiro de 2015 
  7. «Valongo Wharf Archaeological Site». World Heritage Convention. Unesco. Consultado em 9 de Janeiro de 2015 
  8. Vídeo: Cais de Zona Portuária pode virar patrimônio da humanidade. TV Uol, 9 de maio de 2014.
  9. «Unesco declara Cais do Valongo Patrimônio da Humanidade - Notícias - Cotidiano». Cotidiano 
  10. OLIVEIRA, Maria Amália; MELO, Glenda; RIBEIRO, Leila (2022). Memória, patrimônio, e turismo em perspectiva no Cais do Valongo (Rio de Janeiro, Brasil). Curitiba: Editora UFPR. ISBN 9786587448831 
  11. «Arqueóloga carioca que descobriu o Cais do Valongo ganha prêmio internacional». G1. 12 de setembro de 2023. Consultado em 12 de setembro de 2023 
  12. a b Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN; Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Sítio Arqueológico Cais do Valongo: Proposta de Inscrição na Lista do Patrimônio Mundial. Rio de Janeiro: 2016.
  13. Mello, Janaina Cardoso de (2015). «Arqueologia e musealização in situ: Das pedras às pessoas». Horizonte de la Ciencia (em espanhol) (9): 27–37. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  14. Mello, Janaina Cardoso de (2015). «Arqueologia e musealização in situ: Das pedras às pessoas». Horizonte de la Ciencia (em espanhol) (9): 27–37. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  15. Coutinho, Rafaella (2019). «CAIS DO VALONGO, A HISTÓRIA ESQUECIDA:» (PDF). Rafaella Matos Coutinho, Universidade Federal Fluminense. CAIS DO VALONGO, A HISTÓRIA ESQUECIDA: A luta por direitos fundamentais em face do projeto de reurbanização Porto Maravilha: 27. Consultado em 13 de dezembro de 2023  line feed character character in |periódico= at position 39 (ajuda)
  16. «Obras de revitalização do Cais do Valongo, na Zona Portuária do Rio, são entregues». G1. 23 de novembro de 2023. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
  17. «Cais do Valongo é reaberto ao público». Ministério da Cultura. Consultado em 13 de dezembro de 2023 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Cais do Valongo

Read other articles:

Questa voce o sezione sull'argomento Stato di New York non cita le fonti necessarie o quelle presenti sono insufficienti. Puoi migliorare questa voce aggiungendo citazioni da fonti attendibili secondo le linee guida sull'uso delle fonti. Contea di TiogaconteaLocalizzazioneStato Stati Uniti Stato federato New York AmministrazioneCapoluogoOwego Data di istituzione1791 TerritorioCoordinatedel capoluogo42°10′12″N 76°18′00″W / 42.17°N 76.3°W42.17; -76.3�...

 

C. V. Raman Chandrasekhara Venkata Raman (चन्द्रशेखर वेङ्कट रामन्) (7 November 1888-21 November 1970) merupakan fisikawan India. Ia dilahirkan di Tiruchirapalli, Tamil Nadu. Dalam usia awal Raman pindah ke kota Visakhapatnam, Andhra Pradesh. Ia menamatkan BA and MA dalam Fisika dan Bahasa Inggrisnya dari Perguruan Tinggi Kepresidenan, Madras (kini Chennai). Ia menjadi anggota Pamong Praja India sebagai Asisten Jenderal Akuntan di Calcutta (kini Kolkat...

 

Artikel ini tidak memiliki referensi atau sumber tepercaya sehingga isinya tidak bisa dipastikan. Tolong bantu perbaiki artikel ini dengan menambahkan referensi yang layak. Tulisan tanpa sumber dapat dipertanyakan dan dihapus sewaktu-waktu.Cari sumber: Francesc Cambó – berita · surat kabar · buku · cendekiawan · JSTOR Francesc Cambó i BatlleLahir(1876-09-02)2 September 1876Verges, SpanyolMeninggal30 April 1947(1947-04-30) (umur 70)Buenos Aires, ...

Halaman ini berisi artikel tentang kelompok etnis perpaduan antara Eropa dan Indonesia. Untuk pengertian lain, lihat Orang Indo (disambiguasi). Artikel ini membutuhkan rujukan tambahan agar kualitasnya dapat dipastikan. Mohon bantu kami mengembangkan artikel ini dengan cara menambahkan rujukan ke sumber tepercaya. Pernyataan tak bersumber bisa saja dipertentangkan dan dihapus.Cari sumber: Orang Indo – berita · surat kabar · buku · cendekiawan · JSTOR (...

 

Autonomous entity in the Republic of Iraq This article is about the autonomous Kurdish political entity within the Republic of Iraq. For the wider geographical area of Iraq inhabited primarily by Kurdish people, see Iraqi Kurdistan. For the entire Middle Eastern region inhabited primarily by Kurdish people, see Kurdistan. For the autonomous Kurdish political entity within the Syrian Arab Republic, see Rojava. Autonomous region in IraqKurdistan Regionهەرێمی کوردستان (Sorani ...

 

Chemical compound PF-03654746Identifiers IUPAC name trans-N-Ethyl-3-fluoro-3-[3-fluoro-4-(1-pyrrolidinylmethyl)phenyl]cyclobutanecarboxamide CAS Number935840-31-6 YPubChem CID16119086ChemSpider25069700UNIIG3QE979K1XChemical and physical dataFormulaC18H24F2N2OMolar mass322.400 g·mol−13D model (JSmol)Interactive image SMILES CCNC(=O)[C@H]1C[C@@](C1)(F)C2=CC(=C(C=C2)CN3CCCC3)F InChI InChI=1S/C18H24F2N2O/c1-2-21-17(23)14-10-18(20,11-14)15-6-5-13(16(19)9-15)12-22-7-3-4-8-22/h5-6,9,14H...

ХристианствоБиблия Ветхий Завет Новый Завет Евангелие Десять заповедей Нагорная проповедь Апокрифы Бог, Троица Бог Отец Иисус Христос Святой Дух История христианства Апостолы Хронология христианства Раннее христианство Гностическое христианство Вселенские соборы Н...

 

French tennis player This biography of a living person needs additional citations for verification. Please help by adding reliable sources. Contentious material about living persons that is unsourced or poorly sourced must be removed immediately from the article and its talk page, especially if potentially libelous.Find sources: Sandrine Testud – news · newspapers · books · scholar · JSTOR (October 2011) (Learn how and when to remove this message) Sand...

 

قائمة الانتخابات في 2015  →2014 2015  دول عقد انتخابات: ■ – إنتخابات رئاسية ■ – برلمانية/تشريعية ■ – رئاسية وبرلمانية/تشريعية ■ – إستفتاء ■ – إستفتاء وتشريعية ■ – رئاسية وإستفتاء ■ – رئاسية وتشريعية وإستفتاء تحتوي هذه المقالة على الانتخابات التي نظمت في سنة 2015، وهي ا�...

روكويل سيتي     الإحداثيات 42°23′45″N 94°37′59″W / 42.395833333333°N 94.633055555556°W / 42.395833333333; -94.633055555556   [1] تقسيم إداري  البلد الولايات المتحدة[2]  التقسيم الأعلى مقاطعة كالهاون  عاصمة لـ مقاطعة كالهاون  خصائص جغرافية  المساحة 10.942257 كيلومتر مربع10.91675...

 

Artikel ini sebatang kara, artinya tidak ada artikel lain yang memiliki pranala balik ke halaman ini.Bantulah menambah pranala ke artikel ini dari artikel yang berhubungan atau coba peralatan pencari pranala.Tag ini diberikan pada Oktober 2022. Outcome-Driven Innovation (ODI) adalah strategi dan proses inovasi yang dikembangkan oleh Anthony W. Ulwick . Itu dibangun di sekitar teori bahwa orang membeli produk dan layanan untuk menyelesaikan pekerjaan.[1] Saat orang menyelesaikan pekerj...

 

Jean-Baptiste Say Jean-Baptiste Say (Lione, 5 gennaio 1767 – Parigi, 15 novembre 1832) è stato un economista francese. Principale economista classico francese[1], era anche giornalista e imprenditore nel cotone. È famoso per aver elaborato la Legge di Say (o legge degli sbocchi) e, più globalmente, per le sue posizioni liberiste. È stato uno dei fondatori dell'école spéciale de commerce et d'industrie di Parigi. Indice 1 Biografia 2 Legge di Say 3 Opere 3.1 Edizioni 4 Note 5 V...

习近平 习近平自2012年出任中共中央总书记成为最高领导人期间,因其废除国家主席任期限制、开启总书记第三任期、集权统治、公共政策与理念、知识水平和自述经历等争议,被中国大陸及其他地区的民众以其争议事件、个人特征及姓名谐音创作负面称呼,用以恶搞、讽刺或批评习近平。对习近平的相关负面称呼在互联网上已经形成了一种活跃、独特的辱包亚文化。 权力�...

 

Philémon Yang BiografiKelahiran14 Juni 1947 (76 tahun)Kamerun Inggris Prime Minister of Cameroon 30 Juni 2009 – 4 Januari 2019 ← Ephraïm Inoni – Joseph Ngute → Duta besar Data pribadiPendidikanUniversity of Yaoundé KegiatanPekerjaanpolitikus, diplomat Partai politikGerakan Demokrasi Rakyat Kamerun Penghargaan  Knight Grand Cross of the Order of Merit of the Italian Republic Philémon Yunji Yang (lahir 14 Juni 1947[1][2]) adalah seoran...

 

United States legal code section This article is part of a series on theUnited States Code United States Code Title 1 - General Provisions Title 2 - The Congress Title 3 - The President Title 4 - Flag and Seal, Seat of Government, and the States Title 5 - Government Organization and Employees Title 6 - Domestic Security Title 7 - Agriculture Title 8 - Aliens and Nationality Title 9 - Arbitration Title 10 - Armed Forces Title 11 - Bankruptcy Title 12 - Banks and Banking Title 13 - Census Title...

French instrument maker (1808–1835) This article needs additional citations for verification. Please help improve this article by adding citations to reliable sources. Unsourced material may be challenged and removed.Find sources: Hippolyte Pixii – news · newspapers · books · scholar · JSTOR (January 2019) (Learn how and when to remove this message) An early form of an alternating current electrical generator, magneto, built by Pixii Hippolyte Pixii ...

 

Kota setingkat subprefektur (Hanzi sederhana: 副地级市; Hanzi tradisional: 副地級市; Pinyin: fùdìjíshì), munisipalitas setingkat subprefektur atau munisipalitas wakil-prefektur, adalah sebutan tidak resmi untuk jenis divisi administrasi di Tiongkok. Sebuah kota sub-prefektur secara resmi dianggap sebagai kota setingkat county, tetapi secara de facto memiliki kekuatan yang lebih besar karena para kader yang bertugas di pemerintahannya lebih tinggi satu setengah tingkat ...

 

2021 film by Paul Verhoeven BenedettaTheatrical release posterDirected byPaul VerhoevenScreenplay by David Birke Paul Verhoeven Based onImmodest Acts: The Life of a Lesbian Nun in Renaissance Italyby Judith C. BrownProduced by Saïd Ben Saïd Michel Merkt Jérôme Seydoux Starring Virginie Efira Charlotte Rampling Daphné Patakia Lambert Wilson Olivier Rabourdin Louise Chevillotte Hervé Pierre Clotilde Courau CinematographyJeanne LapoirieEdited byJob ter BurgMusic byAnne DudleyProductioncomp...

Dogma of the Catholic Church Pope Pius IX (1846–1878), during whose papacy the doctrine of papal infallibility was dogmatically defined by the First Vatican Council Papal primacy, supremacy and infallibility Overview Primacy of Peter & Papal primacy Papal supremacy Papal infallibility First Vatican Council § Papal infallibility Patriarchscompared to popes Papal primacy Episcopal see § Catholic Church Apiarius of Sicca § Appeal to the bishop of Rome Pentarchy § After the East–West ...

 

拉斐尔·德尔列戈 拉斐爾·德爾列戈(西班牙語:Rafael del Riego;1784年4月9日—1823年11月7日),全名拉斐爾·德爾列戈-努涅斯(Rafael del Riego y Florez),西班牙將軍和自由主義政治家。 1784年4月9日,拉斐爾·德爾列戈出生[1]於阿斯图里亚斯的蒂内奥。1807年,奥维耶多大学畢業後,他遠赴馬德里從軍。1808年,在西班牙獨立戰爭中,他被法國軍隊俘虜,囚禁於埃斯科里亚尔�...