A Bertha Benz Memorial Route é um roteiro turístico temático em Baden-Württemberg[1] na Alemanha e membro do Roteiro Europeu do Património Industrial.[2] A partir do seu início em 2008, qualquer pessoa pode seguir as pisadas da primeira viagem de longa distância, feita de automóvel em 1888.
História
Em 1886 quando o Dr. Karl Benz inventou o automóvel em Mannheim, na Alemanha (Patente No. 37 435)[3][4] ninguém manifestava interesse em comprá-lo.
No princípio de agosto de 1888,[5]Bertha Benz com os seus filhos Eugen e Richard (14 e 15 anos), fez o percurso de Mannheim para Pforzheim, sem o conhecimento do marido, num dos automóveis recentemente construídos, o Benz Patent-Motorwagen Nr. 3.[6] Com o feito, ela tornou-se a primeira pessoa a fazer de automóvel uma viagem de longa distância, percorrendo 104 km (64 milhas). Os trajetos feitos anteriormente tinham sido curtos, tratando-se apenas de experiências com mecânicos assistentes.[7][8]
Apesar de Bertha Benz ter manifestado como objectivo da viagem, fazer uma visita à mãe,[9] ela tinha outra ideia em mente. Ela pretendia demonstrar ao marido, que o automóvel se poderia tornar um êxito financeiro, uma vez mostrada a sua utilização ao mundo inteiro.[6] Na sua opinião, o marido nao tinha comercializado a invenção adequadamente.
Durante o trajecto Bertha viu-se confrontada com vários problemas. O combustível utilizado era a ligroína,[10] uma mistura de hidrocarbonetos extraídos do petróleo bruto, de pontos de ebulição compreendidos entre 70 °C e 120 °C[11] e que tinha de ser adquirido numa farmácia. A ainda existente Stadtapotheke em Wiesloch, a alguns quilómetros a sul de Heidelberg, tornou-se na primeira estação de gasolina no mundo.[12]
Usando um dos seus ganchos de cabelo, Bertha Benz limpou o tubo do combustível, que estava obstruído e com uma liga das meias conseguiu isolar um fio.[13]
Bertha e os filhos deixaram Mannheim de madrugada e chegaram em Pforzheim ao anoitecer. Eles apressaram-se a comunicar o êxito da viagem via telegrama a Carl Benz[9] e fizeram a viagem de regresso a Mannheim, três dias mais tarde.
As pessoas assustavam-se à passagem do automóvel e a viagem recebeu imensa publicidade,[14] como Bertha Benz tinha previsto. O relato da viagem e a publicidade foram muito úteis para Carl Benz. Melhoramentos úteis puderam ser feitos com base nas sugestões da esposa, como a introdução de uma mudança adicional para as subidas.[15]
Organismo responsável
Em 2007 uma iniciativa sem fins lucrativos, liderada por Edgar e Frauke Meyer, fundou duas sociedades, a Bertha Benz Memorial Route e.V. e a Bertha Benz Memorial Club e.V., para comemorar o facto histórico.
Em 25 de Fevereiro de 2008 as autoridades alemãs aprovaram oficialmente a Bertha Memorial Route como roteiro turístico e histórico, um monumento dinâmico de 194 km de cultura industrial alemã.
O Roteiro
Ida
De Mannheim a Pforzheim aproximadamente 104 km (64 milhas) na direcção sul.
O caminho original tomado por Bertha Benz passa por lugares hoje quase esquecidos e conduz a uma das mais pitorescas regiões da Alemanha, a região dos vinhos de Baden.
Este roteiro do património industrial inclui algumas estradas romanas na planície setentrional do curso alto do Rio Reno, como por exemplo, a Bergstrasse (estrada da montanha), passa ao longo de uma serra muito arborizada, Odenwald e de Kraichgau. Pouco antes de Karlsruhe, segue através do vale do rio Pfinz na direcção de Pforzheim, para o Norte da Floresta Negra (Schwarzwald).
Como Bertha Benz temia as subidas com o automóvel,[16] na viagem de volta ela tomou um outro caminho, seguindo ao longo do Rio Reno até chegar a Mannheim.
↑(Karl Volk:) Carl Benz. Lebensfahrt eines Erfinders. Koehler & Amelang 1925, unchanged reprint München 2001, ISBN 3-7338-0302-7. (Onlineversion), chapter "Die ersten Fahrten: Im Fabrikhofe & Auf der Straße"
↑Winfried A. Seidel: Carl Benz. Eine badische Geschichte. Edition Diesbach, Weinheim 2005, ISBN 3-936468-29-X, page 38: Article in the "Badische Landeszeitung", June 4, 1886, and in the "Generalanzeiger", Sept 5, 1886.
↑ ab(Karl Volk:) Carl Benz. Lebensfahrt eines Erfinders. Koehler & Amelang 1925, unchanged reprint München 2001, ISBN 3-7338-0302-7. (Onlineversion), chapter: "Wir fahren in die Welt! Die erste Fernfahrt".
↑* (Karl Volk:) Carl Benz. Lebensfahrt eines Erfinders. Koehler & Amelang 1925, unveränderte Neuauflage München 2001, ISBN 3-7338-0302-7. (Onlineversion), chapter: "Der neue Wagen holt sich auf der Münchener Ausstellung 1888 die Große Goldene Medaille".
↑(Karl Volk:) Carl Benz. Lebensfahrt eines Erfinders. Koehler & Amelang 1925, unchanged reprint München 2001, ISBN 3-7338-0302-7. (Onlineversion), at the end of the chapter: "Wir fahren in die Welt! Die erste Fernfahrt".
↑neulingen.de For the return trip she preferred the smoother road via Bauschlott.
(Karl Volk:) Carl Benz. Lebensfahrt eines Erfinders. Koehler & Amelang 1925, unveränderter Nachdruck München 2001, ISBN 3-7338-0302-7. (Onlineversion)
Angela Elis: „Mein Traum ist länger als die Nacht. Wie Bertha Benz ihren Mann zu Weltruhm fuhr". Hoffmann und Campe, Hamburg 2010, ISBN 978-3-455-50146-9.
Hans-Erhard Lessing u.a. (Hg): Die Benzwagen. Reprint der Unternehmensschrift von 1913. Wellhöfer-Verlag, Mannheim 2008.