"Before the Flood" é o quarto episódio da nona temporada da série de ficção científicaDoctor Who, transmitido originalmente através da BBC One em 10 de outubro de 2015.[1] É a segunda parte de um episódio divido em dois capítulos, sendo a conclusão da história iniciada em "Under the Lake"; ambos foram escritos por Toby Whithouse e dirigidos por Daniel O'Hara.[2]
Os dois episódios se passam em períodos de tempo diferentes - "Under the Lake" ocorre no ano de 2119 e "Before the Flood" no ano de 1980.[2][3] Neste episódio, o alienígena viajante do tempo chamado de Doutor (Peter Capaldi) volta mais de um século no tempo antes da cidade vista em "Under the Lake" ser naufragada para buscar entender o motivo da existência de fantasmas homicidas no futuro e quem os criou.[4]
Enredo
O episódio começa com a explicação do Doutor (Peter Capaldi) sobre o paradoxo de bootstrap para o público: um viajante do tempo hipotético decide voltar no tempo para conhecer Beethoven, cuja música ele admira. No entanto, ele descobre que Beethoven nunca realmente existiu. O viajante do tempo, em seguida, decide publicar a música de Beethoven como se fosse sua, essencialmente, "tornando-se" Beethoven. Mas o Doutor pergunta, como a música se originou primeiro, então? "Quem compôs a Quinta Sinfonia?".
O episódio em seguida, continua com os acontecimentos de "Under the Lake". O Doutor chega com Bennett e O'Donnell na base do Exército em 1980, antes de ter sido alagada, no dia em que a nave pousou. Eles encontram o Tivolian Prentis, ainda vivo, neste ponto, e percebem que a escrita ainda não tinha sido feita na parede. Prentis revela que a nave é um carro fúnebre carregando um conquistador falecido chamado Fisher King. De volta ao futuro na base subaquática, Clara, Cass e Lunn percebem que o fantasma do Doutor está proferindo uma lista de seus nomes em vez de coordenadas. Quando o Doutor contacta Clara, ele é informado sobre o seu fantasma, de modo que ele fica abalado por saber de seu futuro. Clara o encoraja a tentar mudar os acontecimentos, mas o Doutor afirma que ele não pode, e finalmente deve aceitar que ele deve morrer para manter os eventos em movimento. Ele tenta obter informações de seu fantasma, mas em vez disso, este abre a gaiola de Faraday onde os outros fantasmas estavam presos. Em 1980, é revelado que o Fisher King está vivo, escrevendo as palavras na parede do navio e matando Prentis antes de fugir.
O'Donnell, Bennett e o Doutor correm, mas eles se separam e O'Donnell é morta pelo Fisher King. Bennett reprime o Doutor por ele permitir que O'Donnell morresse depois que o Doutor revela que a lista de nomes que seu fantasma estava repetindo era a ordem em que os membros da tripulação morreriam. Após Clara ocupar a posição de próxima vitima, o Doutor diz a Bennett que ele está tentando salvar Clara, não a si mesmo. Ele tenta voltar para o futuro para conseguir isso, mas a TARDIS não o deixa sair - o Doutor está trancado em seu fluxo de tempo - e em vez disso eles voltam meia hora. O Doutor e Bennett observam os eventos anteriores de si mesmos, incapazes de interagir ou interferir. O fantasma de O'Donnell aparece no futuro e rouba o telefone de Clara, seu único meio de contato com o Doutor. Clara percebe que, como Cass se recusou a permitir Lunn a entrar na nave, ele nunca viu a escrita na parede. Portanto, a mensagem não está codificada em seu cérebro, e os fantasmas não iriam atacá-lo. Lunn sai da gaiola e localiza o telefone, mas cai numa armadilha dos fantasmas, que o trancam dentro do quarto principal.
Deixando Bennett na TARDIS, o Doutor confronta o Fisher King. A criatura revela que os fantasmas que ele criou sinalizariam para o seu povo enviar uma armada para conquistar a Terra. Ele também provoca a falta de vontade do Doutor em alterar o futuro, mas o Doutor o repreende por violar as almas daqueles que matou simplesmente para seus próprios fins. O Doutor então diz ao Fisher King que ele está apagando a escrita da parede da nave espacial, ou seja, ninguém no futuro vai descobrir a mensagem. O Fisher King volta a nave apenas para descobrir que a escrita ainda está lá. Ele percebe que o Doutor lhe enganou, usando uma das células de energia (mostrado como desaparecida no episódio anterior) para destruir a parede da barragem, inundando a cidade e matando o Fisher King. O protocolo de segurança da TARDIS ativa com Bennett ainda dentro, mas o paradeiro do Doutor permanece desconhecido enquanto a cidade é inundada.
Após evitar serem mortas pelo fantasma de Moran, Clara e Cass se reagrupam com Lunn no hangar. Quando eles chegam, a câmara de estase se abre e o Doutor sai de dentro dela. O Fisher King é ouvido rugindo e os fantasmas seguem o som, só para serem presos novamente dentro da gaiola de Faraday com o fantasma do Doutor, que foi relevado ser um holograma controlado usando seus óculos sônicos.
O Doutor informa os sobreviventes que a UNIT iria retirar a gaiola da base com os fantasmas dentro e apagar da memória a escrita da mente de todos. Depois de Clara confortar Bennett devido a morte de O'Donnell, ele convence Lunn a admitir seu amor por Cass. Ele faz, e eles se beijam. O Doutor e Clara voltam para a TARDIS, agora totalmente operacional, com a ameaça fantasma eliminada. O Doutor diz a Clara que a ordem das pessoas morrendo era inteiramente ficcional, mas que ele colocou seu nome como segundo para motivá-lo a entrar em ação assim que possível. Clara questiona o Doutor a respeito de como ele sabia o que tinha que fazer, e ele informa que ele sabia o que fazer devido o que seu holograma dizia, porque ele descobriu através dela dizendo-lhe o que já havia acontecido do futuro; um paradoxo de bootstrap, conforme explicado na introdução do episódio.
O amplificador da guitarra também visto no prólogo tem uma placa dizendo Magpie Electronics, uma loja originalmente de propriedade de Mr. Magpie, visitada pelo Décimo Doutor e Rose Tyler no episódio "The Idiot's Lantern".[6] O nome aparece muitas vezes em equipamentos eletrônicos longo da série, tais como a televisão de Martha Jones em "The Sound of Drums".[7]
O'Donnell menciona as antigas companheiras Rose Tyler, Martha Jones e Amy Pond, bem como Harold Saxon e eventos de "Kill the Moon". Ela também menciona "o ministro da Guerra", mas o Doutor não tem conhecimento disto, presumindo que isso vai ser em seu futuro.[7][8]
O protocolo de segurança 712 da TARDIS apareceu pela primeira vez em "Blink".[9] Hologramas na sala do console incluem o Programa Emergencial Um ("The Parting of the Ways") e a "interface de voz" com um recurso holográfico ("Let's Kill Hitler").[7]
Referências externas
Durante prólogo do episódio, o Doutor menciona que ele conheceu o real Ludwig van Beethoven - um "homem muito bom, muito intenso".[7]
O'Donnell faz alusão a famosa frase de Neil Armstrong durante a primeira caminhada na Lua: "É um pequeno passo para o homem, um salto gigante para a humanidade". O Décimo primeiro Doutor fez uso da linha de Armstrong quando ele derrotou o Silêncio em "Dia da Lua".[7]
O agente funerário Tivolian Prentis tem cartões de visita com o lema "Que o remorso esteja com você." Este é um trocadilho com o slogan de Star Wars "que a força esteja com você".[7]
Produção
Excepcionalmente, o tema de abertura do programa foi realizado com uma guitarra elétrica para o episódio. A inclusão do instrumento foi motivada por uma piada do ator Peter Capaldi, que tocou o tema do episódio, assim como a Quinta Sinfonia de Beethoven no prólogo. Capaldi anteriormente tinha sido um dos principais membros de uma banda de punk chamada Dream Boys, ao lado do apresentador Craig Ferguson.[5]
Transmissão e recepção
"Before the Flood" foi transmitido na noite de 10 de outubro de 2015 através da BBC One. O show teve um aumento considerável na audiência, tendo sido visto por 4,38 milhões de pessoas, número acima das 3,74 milhões na semana anterior. O episódio teve uma participação de 21,5% da audiência disponível e pouca concorrência com a Copa do Mundo de Rugby de 2015. Doctor Who ficou em quarto lugar na audiência geral do sábado.[10]
Recepção crítica
O episódio recebeu excelentes avaliações por parte da crítica. A IGN elogiou o episódio, dando uma nota nove de dez (incrível). Eles elogiaram a solução para o episódio em particular, bem como as performances de Capaldi e o elenco convidado.[11] Dan Martin do The Guardian elogiou o desempenho de Coleman acreditando que ela e Capaldi "agora certamente são um dos pares mais bem sucedidos na história de Doctor Who". Ele elogiou o projeto do Fisher King, admitindo que ele ficou realmente com medo do monstro.[12]
Morgan Jeffrey do Digital Spy escreveu que o episódio foi "assustador e inteligente", e uma melhoria em relação ao episódio anterior. Mas ele estava desapontado com a falta de tempo de tela dado ao personagem de Prentis e alguns dos membros da tripulação da base. No geral, ele disse que essa foi a melhor história escrita por Toby Whithouse desde "School Reunion".[13]
O site Den of Geek deu ao episódio um comentário positivo, elogiando Capaldi dizendo: "ele parece como se pertencesse àquilo... ele esteve em excelente forma". No entanto, eles criticaram a concepção e utilização do Fisher King, dizendo: "não é realmente muito boa. É decepcionante mesmo." Para eles, o episódio foi mais "irregular do que o da semana passada, mas eu não estou reclamando sobre a força dos dois episódios, eu sinto que este formato de história tem sido benéfico para a nona temporada de Doctor Who até agora."[14] No entanto, Catherine Gee do The Telegraph deu ao episódio três de cinco estrelas, argumentando que o episódio "precisava de mais do Fisher King."[15]