Batalha de Jerusalém

Batalha de Jerusalém
Primeira Guerra Mundial

General Allenby a entrar em Jerusalém no dia 1 de Dezembro de 1917.
Data 17 de Novembro a 30 de Dezembro de 1917
Local Costa do mar Mediterrâneo, a norte de Jafa, até às Montanhas da Judeia, e à volta de Jerusalém
Desfecho Vitória do Império Britânico
Beligerantes
Reino Unido Império Britânico Império Otomano
Império Alemão Império Alemão
Comandantes
Reino Unido Douglas Haig
Reino Unido Edward Bulfin
Reino Unido Philip Chetwode
Harry Chauvel
Império Alemão Erich von Falkenhayn
Império Alemão Friedrich Kreß von Kressenstein
Cevat Çobanlı
Ali Fuat Cebesoy
Forças
Força Expedicionária Egípcia: Sétimo Exército
Oitavo Exército
Baixas
18 000 mortos, feridos ou desaparecidos 51 000[1]
  • 3 540 mortos
  • ~9 416 mortos devido a doenças
  • ~22 455 feridos
  • 9 100 desaparecidos
  • 6 435 capturados

A Batalha de Jerusalém (oficialmente designada por "Operações de Jerusalém" pelos britânicos) teve lugar entre 17 de Novembro e 30 de Dezembro de 1917, imediatamente após a vitória da Força expedicionária egípcia (FEE) na Batalha da colina de Mughar, ocorrida na sequência das vitórias da Força expedicionária egípcia nas batalhas de Bersebá e Gaza, durante a Campanha do Sinai e Palestina da Primeira Guerra Mundial. Antes da captura de Jerusalém ficar efectivamente controlada, tiveram lugar duas batalhas nas Montanhas da Judeia, a norte e a leste de Hebrom–Entroncamento ferroviário: Batalha de Nebi Samwill, entre 17 e 24 de Novembro; e a Defesa de Jerusalém, de 26 a 30 de Dezembro de 1917. No âmbito das Operações de Jerusalém, também se realizou uma segunda tentativa, bem sucedida, para avançar através de Nahr el Auja - Batalha de Jafa -, embora Jafa tivesse sido capturada depois da Batalha de Mughar Ridge a 16 de Novembro. Esta operação teve lugar entre 21 e 22 de Dezembro de 1917, na região compreendida entre o entroncamento ferroviário de Tul Keram, caminhos-de-ferro de Jafa e o mar.[2]

Esta série de batalhas foi realizada com sucesso pelos XX e XXI Corpos e pelo Corpo do Deserto a Cavalo do Império Britânico, contra uma forte oposição otomana do Sétimo Exército, nos montes da Judeia, e do Oitavo Exército, a norte de Jafa, na costa mediterrânica. A perda de Jafa e Jerusalém, juntamente com a perda de 80 km de território durante o avanço da FEE desde Gaza, constituiu um sério revés para o Exército Otomano e para o Império Otomano.[3]

O resultado destas vitórias para as forças britânicas, foi a captura de Jerusalém e o estabelecimento de uma nova linha estratégica fortificada. Esta, estendia-se desde norte de Jafa, na planície marítima, passando pelas Montanhas da Judeia até Bireh, a norte de Jerusalém, continuando para leste do Monte das Oliveiras. Com a captura da estrada entre Bersebá e Jerusalém, via Hebrom e Belém, juntamente com uma significativa área de território otomano a sul de Jerusalém, a cidade ficou controlada. A 11 de Dezembro, o general Edmund Allenby entrou na cidade de Cidade Antiga, a pé, em sinal de respeito pelo local sagrado, pelo Portão de Jafa, em vez de se apresentar a cavalo ou dentro de um um veículo. Foi o primeiro cristão, em muitos séculos, a controlar Jerusalém, local de muito significado para muitas crenças. O primeiro-ministro britânico, David Lloyd George, descreveu a captura como "um presente de Natal para o povo britânico." Allenby acrescentou, "As guerras dos cruzados ficaram completas ". A batalha representou uma significativa vitória moral para o Império Britânico.[4]

Referências

  1. Edward Erickson, "Ordered to Die", 2001, p. 237-238.
  2. Battles Nomenclature Committee 1922, p. 32
  3. Duffy, Michael. «The Fall of Jerusalem, 1917». First World War.com. Consultado em 12 de Junho de 2011. Cópia arquivada em 4 de Junho de 2011 
  4. Baker, Chris. «The Long, Long Trail: British forces involved in Egypt and Palestine». 1914-1918.net. Consultado em 12 de Junho de 2011. Cópia arquivada em 11 de Junho de 2011 

Bibliografia

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