A Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA) é a única base aérea da Marinha do Brasil e a sede de seu Comando da Força Aeronaval e todos os seus esquadrões subordinados. Entretanto, ela não sedia a totalidade da Aviação Naval Brasileira, pois vários esquadrões localizados em outros pontos do país estão subordinados aos Distritos Navais.[2]
Em 2020 operavam da base os esquadrões de helicópteros de Instrução (HI-1), Antissubmarino (HS-1), de Esclarecimento e Ataque (HA-1) e Emprego Geral (HU-1 e HU-2) e o 1.º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1).[3] Esse complexo também abriga o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN) e organizações de apoio da Aviação Naval. Como organização, a base apoia o pessoal das demais organizações, executa e fiscaliza o serviço militar na região, faz a manutenção e reparos de 2.º e 3.º escalões nas aeronaves e opera uma Divisão Industrial.[2]
Desde a recriação da Aviação Naval, a cidade de São Pedro da Aldeia já havia sido escolhida para uma base devido à sua localização estratégica perto do Rio de Janeiro. Entretanto, a princípio os helicópteros da Marinha operavam de um heliponto no quilômetro 11 da Avenida Brasil, uma localização problemática devido à proximidade do intenso tráfego aéreo do Aeroporto do Galeão. Em 1962 o CIAAN foi transferido a São Pedro da Aldeia, mesmo com as obras da base ainda incompletas. A mudança antecipada foi forma da Marinha se precaver contra a Força Aérea Brasileira (FAB) em sua disputa pela aviação embarcada. Em junho desse ano um avião da FAB foi quase metralhado pela Marinha ao sobrevoar a base. O presidente João Goulart proibiu temporariamente os voos da Marinha, levando ao episódio da “Revoada” em setembro, um protesto de aviadores navais na base contra a decisão.[4]
A BAeNSPA foi ativada oficialmente em 1966, um ano após a resolução do conflito com a FAB. Ela foi subordinada ao ComForAerNav, cuja sede foi transferida para a base em 1971; até então, ele funcionava no porta-aviões Minas Gerais. O aeródromo passou a servir de alternativa ao tráfego aéreo da região do Rio de Janeiro, além de sediar uma unidade da FAB, a 2.ª Esquadrilha de Ligação e Observação,[5] até 1995.[2]
Além dos fins militares, a base inclui o Museu da Aviação Naval.[6] O complexo da BAeNSPA ocupa 1.241 hectares, dos quais 3/4 são áreas verdes ocupadas por brejos, mangues, savanas e restingas remanescentes da Mata Atlântica. Essa área contém sítios arqueológicos de aldeias tupinambás.[7]
Ver também
Referências
- ↑ BRASIL, Decreto de 9 de agosto de 1990.
- ↑ a b c FGV Projetos (2016). 100 anos da Aviação Naval (PDF). Rio de Janeiro: FGV Projetos e ComForAerNav . p. 17, 119, 148, 165.
- ↑ «Força Aeronaval, organização atual» (PDF). Revista Asas (Edição especial (105): Força Aeronaval da Marinha do Brasil). 2020 . p. 40-41.
- ↑ Falconi, Paulo Gustavo (2009). Aviação naval brasileira: rivalidades e debates (PDF) (Doutorado em História). Universidade Estadual Paulista . p. 86, 111-113, 132, 137-140.
- ↑ INCAER (1990). História Geral da Aeronáutica Brasileira vol. 2: de 1921 às vésperas da criação do Ministério da Aeronáutica. Belo Horizonte; Itatiaia; Rio de Janeiro: INCAER . p. 541-543
- ↑ Santos, Miriam Benevenute; Gran, Marcus (julho–dezembro de 2018). «As instituições da Marinha no Rio de Janeiro e a preservação de bens culturais». Museologia & interdisciplinaridade. 7 (14)
- ↑ Yamamura, Flávia Yuri (2009). Estudo das áreas verdes da Marinha do Brasil localizadas no Estado do Rio de Janeiro: subsídios para um plano de gestão (PDF) (Mestrado em Saneamento Ambiental). Universidade do Estado do Rio de Janeiro . p. 48-49.
Ligações externas
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