Esta página ou seção foi marcada para revisão devido a incoerências ou dados de confiabilidade duvidosa. Se tem algum conhecimento sobre o tema, por favor, verifique e melhore a coerência e o rigor deste artigo. Considere colocar uma explicação mais detalhada na discussão.(Novembro de 2016)
Barco é um artefato construído por um ser humano, capaz de flutuar e se deslocar sobre a água que envolve vários princípios da física e da geometria. Em termos navais, um barco é um navio pequeno o suficiente para ser transportado a bordo de um navio. Outra definição menos restritiva é uma embarcação que pode ser levantada para fora da água.
Toda construção feita de madeira, ferro, aço, fibra de vidro, alumínio ou da combinação desses e de outros materiais, com uma forma especial, servindo para transportar, pela água, pessoas ou cargas é sinônimo de embarcação e designada de vários modos em diversas culturas, e adaptado a vários tipos de propulsão.
Terminologia e definição
Designa-se por embarcação, grande barco e/ou "nave" (utilizado no Brasil muitas vezes como sendo de mesma espécie, segundo a maioria dos dicionários), porém para os especialistas existe distinção a todas as construções de grande porte, cujo objetivo é navegar, tanto no mar, como em lagos, rios, etc, independentemente do tamanho, forma de propulsão, calado função ou material de construção, dai a contradição dos dicionários com a técnica de construção naval.
As embarcações, dividem-se por vários tipos entre os quais se destacam: barcos de grande porte, navios, botes de uso Militar, que se transformam em Pontes flutuantes, pela Engenharia Militar, e outros como o da figura, que podem ser estendidos, com ligaduras, formando um grande plano de transporte, como os catamarãs de dois, três ou mais cascos. Estes ainda se subdividem em grupos, sub-grupos, famílias, com base em inúmeros critérios navais.
Dada a utilização generalizada do termo "barco" como unidades de boca (convés a quilha), ponte (boreste a bombordo) e pequeno calado (área submersa), vemos muitas vezes de forma errada à divisão entre embarcação e barco, ou entre embarcação e navio, devido ao pequeno navio e nave (soma de navios). Na realidade tanto um como o outro são primeiramente embarcações, devido a possibilidade de se processar nas suas unidades, dessa forma, e só depois Barco ou pequeno Navio, sendo veleiro, moto propulsado ou velomotor. Da mesma forma que um submarino convencional e um submarino atômico, às vezes do tamanho de pequenos porta-aviões ou balsas que possibilitam as justas posições, são embarcações. Ou seja, todos os barcos são embarcações, mas nem todas as embarcações são barcos, pois embarcação é maior que barco, no Brasil.
O que distingue um pequeno Navio de um barco, segundo os dicionários é o seu uso especifico ou seja, o porta-aviões é um grande navio, como o é também o submarino, os pequenos e grandes barcos tanto grandes como pequenos, de uso genérico como os chamados Iates em que existem verdadeiros Transatlânticos, são barcos grandes, embora haja Iates com o tamanho de pequenos navios.
História
Desde os tempos mais remotos, os barcos têm sido usado para transporte de curta distância.[1] Evidências circunstanciais, como um primitivo acampamento da Austrália de mais de 40 mil anos, e descobertas em Creta datadas de 130 mil anos[2] sugerem que barcos têm sido usado desde a Idade da Pedra. Considera-se[3] que os primeiros barcos tenham sido as canoas de tronco. Os mais antigos barcos descobertos por escavações arqueológicas são canoas de tronco de 7.000-10.000 anos atrás. O mais antigo barco recuperado no mundo é a canoa de Pesse, uma canoa de tronco escavado de Pinus sylvestris, construída entre 8200 e 7600 a.C. Esta canoa está exibida no museu Drents, na cidade holandesa de Assen.[4][5] Muitas outras canoas de tronco antigas têm sido descobertas.[6][7][8][9]
Um barco feito de junco de 7000 anos foi encontrado no Quaite.[10]
Os barcos representaram um importante papel no comércio entre as civilizações do vale do Indo e da Mesopotâmia.[13] Foram encontradas evidências de variados modelos de barcos em vários pontos do vale do Indo.[14][15]
O uru, um grande barco de madeira feito em Beypore, uma vila ao sul de Calcutá, no sudoeste da Índia, foi usado por árabes e gregos desde tempos antigos, como navios comerciais. Este gigantesco navio de madeira foi construído usando teca, sem qualquer ferro ou diagrama, e tem capacidade de transporte de 400 toneladas.
Quando o homem se sedentarizou, considerando o final da Pré-História e o início da Idade Antiga, procurou locais próximos aos grandes rios para praticar a agropecuária. Porém, essa atividade gerou um excedente de produção que precisava ser escoado, feito por terra e pelos grandes rios.
Somente os fenícios, por volta de 3000 a.C., desvendaram completamente o Mar Mediterrâneo. Em função da geografia local, com portos naturais e terreno acidentado e pouco fértil, no início, praticavam a pesca. Naturalmente, foram conquistando os postos de maiores comerciantes marítimos da Idade Antiga.
Os Fenícios ou seja, os povos que iriam formar mais tarde o povo filisteu, tiveram um papel fundamental para a navegação militar, em defesa e da comercial, influenciando todos os povos da Antiguidade com sua técnica naval e cultura, organizando o alfabeto para facilitar o comércio, divulgando os seus produtos e o seu conhecimento processual, além de desobstruir espaço para novas atividades comerciais, devido a força naval que dispunham.
Os gregos, na posse desse conhecimento (e também favorecidos pela geografia local) ficaram famosos mais tarde pelo comércio no Mediterrâneo, e desenvolvimento militar-naval, que foram, posteriormente superados pelos romanos na tecnologia das Naves Romanas, verdadeiras fortalezas flutuantes, que dominaram esse mesmo mar por séculos, passando até a chamá-lo de Mare Nostrum (nosso mar).
Medieval
No final da Idade Média, os portugueses aderiram à arte da navegação comercial com Naves, grandes barcos rápidos, que chegavam a 10 nós pelas velas e pela arquitetura do Casco, concretizando a descoberta das dimensões planetárias, a integração entre diferentes culturas e o comércio de produtos inusitados entre os diversos cantos do planeta (ver: Descobrimentos portugueses).
Nesta época deu-se inicio à Era dos DescobrimentosEuropeus entre o século XV e o início do século XVII, que começou com a conquista de Ceuta na África pelos portugueses. Este foi um período da história em que os Europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de comércio. Estas grandes viagens, reclamaram uma produção progressiva de embarcações, grandes Barcos, com o propósito da eficiência. Inicialmente, os portugueses praticavam a navegação de cabotagem empregando a barca e o barinel, pequenos Barcos.
No entanto, estas pequenas embarcações naves não resistiam às exigências do avanço para sul e foram substituída por caravelas. A partir daqui, as navegações continuaram em progressiva evolução.
No Oriente
Contudo, já algum tempo antes dos Europeus, na Ásia, os chineses tinham estabelecido uma vasta rede de ligações comerciais entre a África com os chamados juncos, Barcos que se acoplavam um aos outros, formando Bases Militares, nas Guerras pelas linhas de comércio, a partir da unificação de Sun Tzu, Ásia, África Oriental e o Egito desde as seguintes dinastias, a saber: dinastia Tang (618-907).
Na Dinastia Ming (1368-1684), foi desenvolvida uma enorme frota tributária dirigida pelo almirante Zheng He no século XV que superou todas as outras em tamanho total, graças a Sun Tzu, seu Império, a unificação da China, e a tecnologia naval chinesa.
Tipologia na América
Principais embarcações dos nativos da América pré-cabralina
Os nativos das Américas empregavam vários tipos de embarcações para a pesca, viagens, ou para a guerra. Tinham à disposição o mar e uma variedade de rios, lagos e igarapés. Nas águas, os ameríndiossul-americanos usavam jangadas e canoas de casca de árvores ou feitas de um só tronco. Os norte-americanos usavam canoas do mesmo tipo ou escavadas em um só tronco, caiaques, botes redondos, canoas com armação de madeira e revestida de casca, jangadas ou canoas de junco.[17]
Canoa de casca de árvore
Os kamaiurás do Mato Grosso faziam canoas de casca de jatobá. Armavam um andaime em torno da árvore ainda em pé e a casca era removida do tronco e submetida ao calor do fogo para se obter a forma desejada. Por ser leve, era facilmente transportada ou arrastada pela terra para transpor quedas d’água ou corredeiras muito fortes.[18] Os Tupinambá do litoral brasileiro construíam canoas de casca de árvore de maneira semelhante[19][20]
Os apiakás do Mato Grosso e Pará eram exímios construtores de canoas de casca de árvore. Os mundurukus do Amazonas, Pará e Mato Grosso aprenderam com eles a fabricá-las.[22] No Rio de Janeiro do século XVI os índios eram hábeis na fabricação de canoas de casca de árvores.[23] Alguns indígenas nômades faziam a canoa de casca de árvore para atravessar algum curso d'água e a abandonavam do outro lado[24]
Algumas tribosnorte-americanas faziam canoa de casca de bétula aderida a uma moldura de madeira. A casca poderia ser apenas uma ou vários pedaços emendados e calafetados com goma de abeto.[25]
Canoa de um só tronco de árvore
Canoa feita de um tronco de arvore conhecida como ubá, era comum entre índios amazônicos. Esta era confeccionada cavando o tronco recém-cortado com suas ferramentas originalmente de pedra. Em troncos secos muitas vezes se usava o fogo para cavá-lo. Os jurunas eram especialistas na fabricação deste tipo de canoa.[18] Os índios da bacia do rio Uaupés da Amazônia, por estarem em área de cursos d’água caudalosos, não podiam usar canoas de casca de árvore por serem frágeis e empregavam apenas as de tronco.[17]
A fabricação da ubá, ou canoa de um só tronco variava ligeiramente de uma tribo para outra. O antropólogo Eduardo Galvão descreveu sua fabricação:
As ubás, ou canoas de um só tronco, são fabricadas segundo técnica tradicional entre índios e caboclos da Amazônia. Escolhe-se um tronco bem linheiro, de madeira resistente à água, como itaúba. Depois de esgalhado e aparelhado o tronco é escavado a machado, enxó e fogo. Esculpe-se a forma externa de proa e popa a enxó e machado. Para controle da espessura do casco, são abertos furos, mais tarde fechados com tornos de madeira. O casco é então emborcado sobre um jirau baixo, sob o qual se acende um fogo espalhado e de pouca chama. Com o uso de tesouras de pau, após a madeira aquecida, forçam-se os lados para fora a fim de abrir a canoa. É uma operação lenta e requer cuidado para que o casco não rache. Não se usam cavernas de reforço, e a introdução de bancos fixos parece ser inovação recente. Todas estas operações obedecem, além de técnica propriamente dita, a de práticas de fundo místico-religioso. Época apropriada para a derrubada da madeira, abstenção de relações sexuais pelos fabricantes etc.
GALVÃO, Eduardo (1921-1976). Encontro de sociedades: Índios e brancos do Brasil. Prefácio de Darci Ribeiro. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1979, 300 p.
Os crichanás de Roraima faziam canoas de um só tronco escavado da árvore cajuaçu (Anacardium brasiliensi Barb. Rod.). A canoa mantinha externamente a forma primitiva do tronco, mas as duas extremidades eram chanfradas, formando a proa e a popa. Quando estavam navegando e queriam voltar no sentido contrário os índios se viravam e os que estavam originalmente na frente passavam a desempenhar o papel de pilotos e os de trás o de remadores.[26]
Canoa de junco
Canoas feitas de junco eram muito comuns entre os índios da Califórnia. Eram fáceis de serem feitas e geralmente duravam apenas uma temporada de pesca. Os Paiute moviam suas canoas com uma vara comprida que era apoiada no fundo. Contudo, muitas vezes o índio colocava seus apetrechos dentro da mesma e a empurrava, andando nos locais rasos ou nadando nos fundos. Em embarcações feitas de junco fazia-se um orifício no convés, por onde era possível fisgar peixes.[27]
Os Esquimó (Inuit) pescavam em uma embarcação chamada caiaque, feita de estrutura de madeira ou ossos de baleia e revestida de pele de foca ou outro animal. Podia ter um ou mais lugares e era impulsionada manualmente às vezes por remos de pá dupla. A pele de foca era também utilizada para se fazer boia que, amarrada em corda em cuja outra ponta estava o arpão, servia para indicar onde o animal arpoado se localizava.[28]
Jangada
Indígenas de várias tribos litorâneas se aventuravam ao mar em um tipo primitivo de embarcação chamada jangada, consitindo de alguns troncos atados entre si.[29][30]
A jangada nada mais era do que quatro ou mais troncos atados por lianas e podia transportar até seis pessoas. Era impulsionada por remos chatos manuseados por índios sentados com as pernas estendidas[31]
Navio, nau e nave designam, em geral, embarcações de porte maior que 20 metros (ou 65 pés).
Há, também, botes, chalanas, dingues, infláveis, etc que, apesar de também pertencerem a família das embarcações, são embarcações miúdas, quase sempre a serviço das maiores e que não tem mais do que 5m (15 pés) e obedecem a sua regulamentação própria e mais simples.
Para se fazer mover uma embarcação pode-se utilizar os remos, as velas, o motor, que pode estar instalado fora da embarcação e é denominado de fora de bordo[32]
ou dentro do barco, os inboard.[33] Com a aparecimento das mota de água (Jet ski) um novo sistema foi inventado, o jacto propulsor.
Ver também
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
↑ abCAVALCANTE, Messias S. Comidas dos Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.ISBN 9788582020364
↑ abGALVÃO, Eduardo (1921-1976). Encontro de sociedades: Índios e brancos do Brasil. Prefácio de Darci Ribeiro. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1979, 300 p.
↑MACEDO, Agenor F. de & VASCONCELOS, P. C. de. O índio Brasileiro. Rio de Janeiro, Ferreira de Mattos & Cia (Casa Mattos). 1935, 200 p.
↑STADEN, Hans (séc. XVI ). Duas viagens ao Brasil. Belo Horizonte, Edit. Itatiaia; São Paulo, Universidade de São Paulo. 1974, 216 p.
↑KNIVET, Anthony (1560 – c. 1649). As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet. Organização, introdução e notas de Sheila Moura Hue; Tradução Vivien Kogut Lessa de Sá. Rio de Janeiro, Zahar. 2008, 2ª Ed. 355p.
↑THEVET, André (1502-1590). 'A cosmografia universal de André Thevet, cosmógrafo do Rei. Coleção Franceses no Brasil – Séculos XVI e XVII, vol. II. Rio de Janeiro, Batel; Fundação Darci Ribeiro. 209, 186p
↑BATES, Henry Walter (1825-1892). Um naturalista no rio Amazonas. Belo Horizonte, Edit. Itatiaia; São Paulo, Edit. da Universidade de São Paulo. 1979, 300 p.
↑GANDAVO, Pero de Magalhães (c. 1540-c. 1580 ). Tratado da Terra do Brasil; História da Província Santa Cruz. Belo Horizonte, Edit. Itatiaia; São Paulo, Edit. da Universidade de São Paulo. 1980, 150 p.
↑NIEUHOF, Joan (1618-1672). Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil. Belo Horizonte: Edit. Itatiaia; São Paulo: Edit. da Universidade de São Paulo. 1981, 410 p
↑LÉRY, Jean de (1534-1611). Viagem à terra do Brasil. Belo Horizonte, Edit. Itatiaia; São Paulo, Edit. da Universidade de São Paulo. 1980, 303 p.