Artavasdes, Artoasdes ou Artabazo (Artabazus) são as formas latinas do armênio Astavasde (em armênio/arménio: Արտաւազդ, Artawazd),[2] que derivou do avéstico Axavasda (Ašavazdah-), "aquele que promove a justiça", através do iraniano antigo *Artavasda (*Artavazdah).[3][4] Foi registrado em persa médio como *Ardevaste (*Ard-vast), em grego como Artabasdo (Αρτάβασδος, Artábasdos), Artauasdes (Αρταουάσδης, Artaouásdēs), Artabazes (Αρτάβαζης, Artábazēs) e Artabazo (Αρτάβαζος, Artábazos) e em árabe como Artabatus (em árabe: ارتاباتوس).[2]
A fonte que o menciona com clareza são as Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino, segundo as quais era naapetes (chefe de sua família) e asparapetes (comandante-em-chefe) do Reino da Armênia antes de ser sucedido por seu filho Vache.[1]Moisés de Corene não faz quaisquer menções aos Mamicônios nesse contexto e substituiu Artavasdes por certo homônimo da família Mandacúnio, cuja existência é contestada como uma fabricação do autor para substituir o histórico Artavasdes. Em seu relato, afirmou que Artavasdes serviu como tutor e pai adotivo dos reis arsácidas (dayeak), o que confirma a posição privilegiada dos Mamicônios à época,[6] e que foi responsável por levar o futuro Tiridates III(r. 298–330) ao Império Romano após o assassinato de seu pai, Cosroes II(r. 279/80–287).[7][a] De acordo com Moisés, quando Tiridates ascendeu ao trono, nomeou Artavasdes como asparapetes em recompensa.[8]Agatângelo afirmou que recebeu a missão de buscar em Cesareia Mázaca os filhos de Gregório, o Iluminador, os futuros Aristácio I e Vertanes I, e levá-los à Armênia.[9] Deve ter morrido após 314, no contexto das guerras de Tiridates III no norte do país.[4][10]
Notas
[a]^Segundo Moisés de Corene, as ações de Artavasdes teriam irritado o xainxáArtaxer I(r. 224–242), que ordenou que sua família fosse exterminada, sobrevivendo apenas sua filha que foi levada para Cesareia Mázaca por Tazates de Asócia, com quem se casou.[7] Esse relato fantasioso está em desacordo com a cronologia das personagens citadas, haja vista Artaxer não ser contemporâneo de Cosroes II, bem como atribuiu aos sassânidas a extinção dos Mamicônios, que continuariam existindo até a Idade Média. Cyril Toumanoff justificou que a narrativa buscou dar o motivo à extinção dos Mandacúnios, cuja última menção conhecida ocorreu no início do final do século V, antes de Moisés de Corene redigir sua obra.[11]
Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Արտավազդ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã
Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard
Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung
Moisés de Corene (1978). Thomson, Robert W., ed. History of the Armenians. Cambrígia, Massachusetts; Londres: Harvard University Press
Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs les princes caucasiens et lempire du VIe au IXe siècle. Paris: de Boccard. ISBN978-2-7018-0226-8
Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press
Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila