Após várias disputas sobre a autoria de Sodade, entre outros com Amândio Cabral e Luís Morais, finalmente em Dezembro de 2006 o tribunal reconheceu Armando Soares como verdadeiro autor da famosa música. Armando Soares contou ao jornal A Semana que fez a música nos anos 50 do século XX na despedida de um grupo de amigos que ia embarcar para São Tomé e Príncipe, o que era habitual naquela época.
A música Sodade tornou-se emblemática de Cabo Verde e da sua cultura, após a interpretação de Cesária Évora mas também de muitos outros cantores cabo-verdianos e estrangeiros. Sodade tornou-se um verdadeiro hino não-oficial das ilhas da saudade.
Sodade descreve com grande simplicidade o dilema de ter que partir e querer ficar, que sofriam os emigrantes cabo-verdianos em geral e, em particular, os contratados semi-escravos para as roças de cacau e café de São Tomé e Príncipe.
“Quem te indicou Esse caminho longínquo? Esse caminho Para São Tomé Saudade Da minha terra de São Nicolau Se me escreveres Eu te escreverei Se me esqueceres Eu te esquecerei Até ao dia Que tu voltares”
— Armando Zeferino Soares, Sodade (tradução)
“Quem mostra' bo Ess caminho longe? Ess caminho Pa Sã Tomé Sodade Dess nha terra d’Sã Nicolau Si bô 'screvê' me 'M ta 'screvê be Si bô 'squecê me 'M ta 'squecê be Até dia Qui bô voltá”