Armando Corrêa da Silva, ou simplesmente Armando Corrêa, (nascido em 1931[1]) foi um pastor evangélico, empresário e político brasileiro, mais conhecido por conceder sua candidatura a presidência para o apresentador Silvio Santos durante as eleições presidenciais de 1989.
Vida pessoal
Armando Corrêa acumulou diversas profissões e empreendimentos durante sua vida, principalmente a pregação religiosa e a abertura de empresas. Durante a década de 1970, tentou criar suas próprias organizações religiosas, como a Congregação da Convergência Teológica Universal em São Paulo,[2] que oferecia cursos religiosos.[3] Além disso, se apresentava como pastor da Assembleia de Deus em suas campanhas, o que era negado pela instituição.[4] Também se destacava suas diversas propriedades e empreendimentos, tendo o Jornal do Brasil apurado 43 fazendas de sua posse em Roraima.[4]
Vida política
Com a eclosão de diversos novos partidos após o fim da ditadura militar, foi o fundador do Partido Municipalista Brasileiro (PMB), tendo o 26 como seu número eleitoral. Sua ideologia se definia "nem de esquerda, nem de direita e nem de centro", mas marcada pelo nacionalismo e pelos valores cristãos, tendo as igrejas evangélicas como sua principal base.[5] Lançou a si mesmo para a Prefeitura de São Paulo em 1985. Se colocando como candidato dos "explorados", obteve inexpressiva votação.[6] Em 1986, seu partido expandiu, atraindo candidatos expressivos como Alencar Furtado, oriundo do PMDB paranaense. Após negociação com Miguel Arraes, atraiu Antônio Farias para a sigla,[7] eleito senador por Pernambuco na chapa de Arraes. Em 1988, repetiu sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, também com resultado inexpressivo. Porém, a adesão de políticos garantiu maior força pelo Brasil, possibilitando a eleição de diversos prefeitos.[6]
Candidatura a Presidente
Chegou a ser pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 1989 pelo PMB, tendo o deputado paraense e presidente do diretório estadual Agostinho Linhares como seu candidato a vice. A candidatura, porém, enfrentou dissidências, inclusive no próprio Pará, onde uma fração estaria a apoiar Fernando Collor para a presidência.[8]
Apoio a Silvio Santos
Entretanto, duas semanas antes da disputa, Armando retirou sua candidatura em favor de Silvio Santos, que buscava um partido para alavancar sua carreira política. O apresentador e empresário passou a substituir Armando na disputa pelo mesmo partido, aparecendo em propagandas de televisão pedindo para que os interessados em votar em Silvio Santos marcassem "26-Corrêa" na cédula eleitoral, que já estava impressa para as eleições.[9]
A situação criou embaraço para o então candidato a vice de Armando, Agostinho Linhares, que exigia compensação de 600 mil cruzados novos por ser substituído pelo escolhido de Silvio, o senador Marcondes Gadelha. A quantia seria o valor gasto pela campanha que foi doado pelo irmão de Agostinho, João Alberto, então vice-governador do Maranhão.[1] Linhares aceitou um acordo com Silvio Santos, onde o apresentador o apoiaria nas eleições seguintes no Pará caso fosse eleito presidente. [10] Porém, irritado com a crise causada pela troca, Armando anunciou a destituição da presidência do diretório do ex-companheiro de chapa.[1]
Enquanto com reuniões frequentes para a costura de apoios e futuros cargos, adversários se mobilizavam contra a candidatura de Silvio Santos. O TSE informou que foram realizados 18 pedidos de impugnação após o anúncio da candidatura do apresentador na época. Por sete votos a zero, o tribunal entendeu que "Silvio Santos era inelegível por ser, de fato, dirigente de uma rede televisiva de alcance nacional, conquanto não constasse formalmente como seu diretor, e por ser a empresa concessionária de serviço público". O TSE também identificou irregularidades no registro provisório do PMB por conta de falta de diretórios pelos país, o que também impedia qualquer candidatura pela legenda, e determinou o fim do PMB.[9]
Após a Cassação
Após a cassação da candidatura de Silvio Santos, Armando Corrêa solicitou a seus simpatizantes um "voto de vingança". Segundo ele, esses votos seriam ou marcar o número 26 (que seria anulado), ou o voto em Lula, que segundo ele seria o "melhor de todos", sendo o candidato com os ideais mais próximos do PMB. A extinção do partido causou furor nos financiadores de campanha, que tinham a impressão de que o partido mantinha sua situação eleitoral em ordem. Ao final do 1º turno, obteve somente 4.363 votos.[11]
Depois das eleições, não teve mais destaque sobre sua vida política ou pessoal, tentando somente registrar uma nova agremiação, o Partido Municipalista Social Democrático (PMSD), que concorreu apenas em 1992 e teve seu registro definitivo negado.[12]
Referências
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