Perseguido pela polícia e condenado à prisão, entrou na clandestinidade pois havia sido indiciado em vários processos, especialmente no IPM (inquérito policial-militar) do CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo). Com este inquérito, o governo militar propunha-se a responsabilizar 46 estudantes por toda a agitação universitária, em 1968, em São Paulo.[6][7]
Após uma efêmera passagem pela indústria, escolheu o ensino e, em 1977, foi contratado pelo serviço francês da cooperação para lecionar física na Argélia, onde permaneceu onze anos.[8] Voltou para a França quando o governo argelino decidiu arabizar o ensino das matérias científicas. Passou então no prestigioso concurso de professores na França, a “agrégation” de física.
Em 1998, associou-se com Joëlle Fontaine, professora de história, para escrever “L’Image du Monde des Babyloniens à Newton”, livro destinado a promover um ensino interdisciplinar que foi bem acolhido pelas revistas científicas. Teve particular sucesso entre os professores secundaristas em razão, especialmente, da associação inédita de dois professores de matérias tão distantes no currículo francês: física e história. Em menos de um mês, a obra teve que ser reeditada.
O objetivo do livro era o de promover um trabalho pedagógico interdisciplinar e internacional na ocasião do trânsito de Vênus, em 8 de junho de 2004. Assim, alunos do hemisfério norte e do hemisfério sul deveriam observar e cronometrar o evento de maneira concertada, permutar os resultados para em seguida estabelecer a distância da Terra ao Sol, utilizando para o cálculo um método idêntico ao dos astronômos do século XVIII. Para coordenar este trabalho, foi criado um site, venus2004. No dia do trânsito e na semana seguinte o número de conexões foi tão elevado que o site ficou por momentos saturado.
Dois assuntos estão constantemente presentes nos livros de Arkan Simaan: a importância da busca da longitude no desenvolvimento da navegação (e, portanto, da ciência), e a violenta controvérsia entre os cartesianos e os newtonianos, disputa que marcou a ciência a partir do fim do século XVII até meados do século XVIII.
"Cette sentence vous fait plus peur qu'à moi-même : Giordano Bruno” (Cahiers rationalistes, 2000).
"La science au péril de sa vie – les aventuriers de la mesure du monde” (Vuibert / Adapt, Paris, 2001), prefácio de Jean-Claude Pecker. Este livro recebeu, em 2002, o “Prix spécial du livre d'astronomie”.
"Vénus devant le Soleil-comprendre et observer un phénomène astronomique” (Vuibert / Adapt, Paris, 2003). Este livro dedica-se ao trânsito de Vênus diante do Sol (que ocorreu no dia 8 de junho de 2004).
"L’Image du Monde de Newton à Einstein” (Vuibert / Adapt, Paris, 2005), prefácio de Jean-Claude Pecker.
"Le paradoxe de la science: Fritz Haber" (Cahiers rationalistes n° 579, novembro-dezembro de 2005).
"L’Écuyer d’Henri le Navigateur” (Éditions Harmattan, Paris, 2007). Trata-se de um romance histórico na corte do Infante D. Henrique, o Navegador, desde a tomada de Ceuta, em 1415, até o primeiro mercado de escravos africanos, em Lagos, em 1444.
"Un marin en Terre des perroquets", (Ancre de marine éditions, Saint-Malo, 2024), 156 p. ISBN-10:2841414787 ; ISBN-13: 978-2841414789. Trata-se de um relato romanceado da redescoberta do Brasil por Binot Paulmier de Gonneville, em 1504, baseado em documentos autênticos. Foi publicado no Brasil, em janeiro de 2024, pela Editora Insular de Florianópolis, com o título “Redescobrindo o Brasil, Um marinheiro na Terra dos papagaios” (SKU: 978-85-524-0423-1). Conta a aventura pouco conhecida do marinheiro francês, Binot de Gonneville, que desembarcou em São Francisco do Sul, SC, em 1504, e voltou para a França com um jovem indígena. É, portanto, a história do primeiro Francês a vir para o Brasil e do primeiro Brasileiro a ir para a França..
↑https://www.historia.uff.br/stricto/td/1730.pdf |Reorganização do movimento trotskista no Brasil– a formação da Organização Socialista Internacionalista (1968-1976). Um capítulo da IV Internacional no Brasil. Uma contribuição à história do trotskismo no Brasil |Tiago de Oliveira