Cedo demonstrou dotes de jornalista e polemista, bem como dramaturgo e romancista, e sendo membro do Partido Histórico, e apoiante político do duque de Loulé, fez parte da redacção da Gazeta do Povo e foi pouco depois nomeado director de O País, jornal afecto àquela corrente política. Na sequência do pacto da Granja, e da consequente fusão do Partido Reformista com o Partido Histórico, o jornal O País transformou-se no órgão oficioso do novo Partido Progressista e mudou o seu nome para O Progresso, ficando António Enes como redactor principal. Foi fundador de O Dia, periódico de que foi director político e redactor principal. Foi, ainda jornalista na Gazeta do Comércio e no Correio da Noite.[1]
Em 1891, e novamente em 1894,[1] foi nomeado Comissário Régio em Moçambique, onde deu provas de grande saber e competência, deixando o seu nome ligado a notáveis obras e feitos naquele território, sendo também o principal organizador da expedição de Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque contra o Império de Gaza.
Presidiu ainda ao comité que dirigiu os trabalhos do 5.º Congresso da Imprensa, que reuniu em Lisboa no ano de 1898. Ainda na area jornalística colaborou nas revistas Brasil-Portugal[3] (1899-1914) e Serões[4] (1901-1911) e no singular periódico Lisboa creche: jornal miniatura[5] (1884).
O seu nome foi atribuído a ruas de diversas localidades portuguesas, entre as quais Lisboa, Faro e Porto.[8] A atual Avenida Julius Nyerere, em Maputo, chamava-se Avenida António Enes até 1975.
Foi impressa uma série de notas de 1$00, 2$50, 5$00, 10$00, 20$00, 50$00, 100$00, 500$00 e 1.000$00 de Moçambique com a sua imagem.
António Ennes: Solene sessão comemorativa do cinquentenário do seu governo colonial, em 4 de Novembro de 1946. Lisboa: Academia Ciências de Lisboa, 1947 (81 pp. + 13 ilustrações).
Providências publicadas pelo Comissário Regio na Província de Moçambique, Conselheiro António José Ennes, desde 1 de Janeiro até 18 de Dezembro de 1895. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa, 1896 (251 pp.).
CAYOLLA, Lourenço. António Enes, Colecção Pelo Império, Lisboa: 1936.
NORTE, Amália Proença. Altas figuras do Império: Freire de Andrade, António Enes, Mouzinho, Salvador Correia, Pero da Covilhã, Serpa Pinto, Paiva Couceiro, João de Almeida. Lisboa: Ed. Império, 1940 (284 pp.).
Referências
↑ abcdefgRaízes e Memórias n.º 10, p. 179. Lisboa: Associação Portuguesa de Genealogia.
↑16 de Dezembro segundo Raízes e Memórias n.º 10, p. 179. Lisboa: Associação Portuguesa de Genealogia.