Em consequência da ligação paterna ao absolutismo, a família foi obrigada a exilar-se para Paris, onde André Meireles foi educado. Frequentou o Prytanée do Château de Menars, instituição educativa ali fundada por Joseph de Riquet de Caraman, o 17.º príncipe de Chimay, e depois o Colégio Português de Fontenay-aux-Roses, localizado a sul de Paris, dirigido pelo pedagogo português frei José da Sacra Família, também exilado em França em resultado das suas simpatias absolutistas. Logo nesses tempos demonstrou grande aptidão para as letras.[1]
Na sequência das amnistias concedidas aos vencidos da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) e da restituição dos bens que lhes haviam sido sequestrados, a família regressou a Angra por volta de 1840, trazendo consigo o jovem André.
Filho segundo, ao mesmo tempo que se envolvia nos negócios da família procurou emprego na administração pública, conseguindo o lugar de tesoureiro da Alfândega de Angra do Heroísmo.
Com o apoio da família, apesar dos graves desentendimentos que opuseram seu pai ao irmão mais velho,[4] integrou-se na vida social, económica e administrativa e local.
Passou a ser colaborador assíduo da imprensa local, afirmando-se como um distinto jornalista. Seguindo a tradição familiar, ligou-se à facção política mais conservadora, acabando por integrar o Partido Regenerador quando este se estruturou na ilha Terceira. Foi então um dos fundadores do jornal A Terceira, órgão do Partido Regenerador, que dirigiu de 1859 a 1882, ano em que saiu de Angra do Heroísmo para Lisboa.
Em Lisboa foi chefe de secção do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, seguindo uma carreira administrativa naquele departamento governamental. Naquela cidade manteve a sua colaboração na imprensa, escrevendo para o Diário Português e a Opinião Popular, que chegou a dirigir. Alguns anos depois fundou o Jornal das Colónias. Foi também correspondente, em língua francesa, do L'Indépendance Belge de Bruxelas e de vários periódicos parisienses.
Para além de vasta obra dispersa por periódicos, deixou publicadas as biografias do Duque de Ávila e Bolama e do Marquês de Sá da Bandeira. Foi colaborador do Dicionário Larousse.