Andrew ganhou notoriedade após trabalhar na divulgação do Caso Snowden. A partir de junho de 2013, documentos acerca de um sistema de vigilância global organizado pelos Estados Unidos, através da sua agência de segurança NSA, receberam atenção do público em todo o mundo.[5] As revelações baseiam-se em documentos confidenciais expostos pelo americano Edward Snowden e mostram detalhes acerca das atividades de vigilância da NSA e sobre programas até então desconhecidos do público mas que têm grandes implicações na privacidade dos indivíduos.[6][7][8][9]
Na ocasião, tornou-se de conhecimento público o fato de que os Estados Unidos vêm operando sistemas de monitoramento e vigilância das comunicações eletrônicas em todo o mundo. Os programas de vigilância global têm vários objetivos e capacidades, entre elas a de interceptar comunicações por e-mail, voz, vídeo, fac-símile e qualquer outro meio de comunicação em qualquer parte do mundo.[10]
Vazamento de conversas envolvendo a Operação Lava Jato
Em 9 de junho de 2019, uma série de reportagens revelou trocas de mensagens entre membros da Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro, justificando a hipótese de haver motivação política na operação.[13]
As transcrições indicaram que Moro cedeu informação privilegiada à acusação, auxiliando o Ministério Público Federal (MPF) a construir casos, além de orientar a promotoria, sugerindo modificação nas fases da operação Lava Jato; também mostraram cobrança de agilidade em novas operações, conselhos estratégicos, fornecimento de pistas informais e sugestões de recursos ao MPF.[14][15]
Os vazamentos tiveram ampla repercussão.[16][17] Sérgio Moro, a força-tarefa da Lava Jato e o MPF questionaram a autenticidade, a legalidade e a origem dos dados.[18][19][20] Em 24 de julho de 2019, a Polícia Federal prendeu o hacker responsável pela invasão do celular de Moro e de várias outras autoridades, como parte da Operação Spoofing.[21] Em outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Gilmar Mendes, anunciou que irá acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para tentar atestar a autenticidade dos dados vazados.[22] Entretanto, tal validação pode não ser tecnicamente possível devido às facilidade de se editar conversas do Telegram após uma invasão.[23]
Natalia Viana, Mariam Saleh, Andrew Fishman, Alice Maciel, Rafael Neves, Marina Amaral, Bruno Fonseca e Larissa Fernandes (Agência Pública, em parceria com o The Intercept Brasil)