«Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim toda a árvore boa dá bons frutos, porém a árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bom fruto, é cortada e lançada no fogo. Logo pelo seus frutos os conhecereis.» (Mateus 7:15–20)
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Em Lucas:
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«Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Pois cada árvore se conhece pelo seu fruto. Os homens não colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro tira o mal; porque a sua boca fala o de que está cheio o coração.» (Lucas 6:43–45)
Uvas não se vindimam de abrolhos e nem figos nascem de espinheiros, pois eles não produzem frutos. Um homem bom tira o bem do seu tesouro. Um homem mau tira o mal do mau tesouro que está em seu coração e [na realidade] ele fala o mal. Pois da abundância de seu coração, ele tira o mal.
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Interpretação
Os falsos profetas
O pregador e teólogo arminianoJohn Wesley observa que esta parábola contém um guia importante para reconhecer falsos profetas: Profetas legítimos convertem pecadores a Deus, ou ao menos confirmam e fortalecem a fé dos cristãos, enquanto falsos profetas não. Wesley também afirma que, por causa da simplicidade desta regra, ela pode ser adotada por pessoas com pouca capacidade de raciocínio profundo.[3]
Craig Keener aponta que de acordo com os termos do Antigo Testamento, um profeta era reconhecido como falso caso por dois motivos:
Caso ele distanciasse as pessoas do verdadeiro Deus (Deuteronômio 13), defendendo a idolatria ou negando a Lei de Moisés
Caso as palavras da sua profecia não se cumprissem[4]
Craig Keener também argumenta que "embora muitos judeus instruídos da não acreditassem que ainda existiam profetas tal como no Antigo Testamento, eles ainda acreditavam que falsos profetas ainda existiam [tradução livre]"[4]. Keener também indica que há registros de falsos profetas no primeiro século da era cristã[5] por autores como Flávio Josefo[4].
Assim como essa parábola, a Didaquê também apresenta o teste moral como uma maneira de avaliar a autenticidade de um profeta.[5]
Contraste entre figos e uvas contra espinhos e abrolhos
Craig Keener diz que "figos e uvas eram comumente cultivados juntos e eram dois do produtos mais comuns da agricultura da Palestina [tradução livre]"[4]. Keener também afirma que estes dois bens eram uns dois mais valiosos e consumidos nos tempos de Jesus enquanto espinhos e abrolhos eram desprezados pelos agricultores, pois atrapalhavam o trabalho no campo.[4]
Referências
↑Jesus in the first three Gospels by Millar Burrows, 1977 ISBN 068720089X pages 122 and 195