A esmorga é um filme galego realizado por Ignacio Vilar, e adaptado da obra homónima de Eduardo Blanco Amor. Está protagonizado por Miguel de Lira que interpreta Cibrán, Karra Elejalde como Bocas, e Antonio Durán "Morris" como Milhomes. A história está ambientada na cidade de Ourense, lugar onde se rodou o filme e onde decorreu a festa das três personagens principais.
A 15 de novembro de 2014, A esmorga foi projectado na inauguração da XIX edição do Festival de Cinema de Ourense[5] e estreou-se nos cinemas galegos a 21 de novembro do mesmo ano.[6][7] Graças aos sucessos alcançados nos cinemas galegos, o filme estreou-se em Espanha (em galego com legendas e dobragem em espanhol) a 8 de maio de 2015.[8]
Argumento
Cibrán (Miguel de Lira) é um operário que se junta com Raxada (Melania Cruz), uma ex-prostituta e mãe solteira. Numa manhã, a caminho do trabalho, é abordado por dois amigos bêbados, Bocas (Karra Elejalde) e o atormentado Milhomes (Antonio Durán "Morris"). Cibrán junta-se a eles no seu deambular incerto pela zona, deixando atrás de si um rastro de destruição.
Ficam embriagados na taberna da tia Esquilacha (Covadonga Berdiñas), e vão até a vivenda dum cacique local que chegou há pouco tempo de França, onde Bocas se apaixona pela misteriosa dona da janela; chegam a um palácio que Cibrán, já bêbado, põe fogo sem querer; num prostíbulo; galanteiam com uma mulher pueril e tola, Socorrito (Sabela Arán), que a cada manhã leva para passear um boneco num carrinho. Enquanto isso, Bocas é suspeito de ter matado um homem durante uma briga numa taberna, e além disso a homossexualidade reprimida de Milhomes não deixa de incomodar Bocas dum jeito que nenhum dos dois homens são capazes de compreender. Bocas e Milhomes iniciam uma espécie de missão suicida ao abrigo da bebedeira, à qual o infortunado Cibrán se juntou sem saber de nada. O álcool para Cibrán é o refúgio do que ele mesmo denomina “o pensamento”, uma terrível lucidez que lhe faz estar ciente de sua sórdida existência.
Na Galiza, o filme teve uma estreia limitada em somente vinte e seis salas, com dezoito cópias distribuídas,[9] e sua recepção entre o público foi maior do que se esperava, pelo que é considerado um dos filmes revelação de 2014.[10] Desde o seu lançado a 21 de novembro até o final de 2014, o filme foi visto por mais de trinta e sete mil e quinhentos espectadores galegos. Em vista do seu bom resultado de arrecadação, tornou-se a melhor estreia do ano em Espanha entre os filmes com menos de cem cópias, e com a quinta melhor média (três mil, quatrocentos e oito euros) do ano em Espanha, ficando apenas atrás de Ocho apellidos vascos, La isla mínima, Torrente 5 e El Niño,[11] estreando-se nos cinemas de Espanha na primavera de 2015.[12]
Reconhecimentos
Prémios Goya
Ignacio Vilar e Carlos Asorey foram nomeados na categoria de melhor argumento adaptado na XXIX edição dos Prémios Goya.[13]
Ano
Categoria
Destinatários e nomeados
Resultado
2015
Melhor argumento adaptado
Carlos Asorey Ignacio Vilar
Nomeado
Prémios Mestre Mateo
Haveria, ficou dito, outras possíveis "esmorgas" em nossos meiminhos; porém, esta que Ignacio Vilar vem filmar, demonstra a verdade dum cinema bem feito, dum cinema trabalhado com cuidado; um cinema, então, que dá gosto contemplar e aproveitar.
Nos Prémios Mestre Mateo de 2014, A esmorga obteve dezasseis nomeações em treze categorias, conseguindo seis prémios, entre eles de melhor actor para Antonio Durán "Morris" no papel de Milhomes, melhor fotografia e música original.
Ano
Categorias
Destinatários e nomeados
Resultado
2014
Melhor filme
Ignacio Vilar
Nomeado
Melhor realizador
Ignacio Vilar
Nomeado
Melhor actor
Antonio Durán "Morris"
Ganhador
Miguel de Lira
Nomeado
Karra Elejalde
Nomeado
Melhor actriz secundária
Mela Casal
Nomeada
Sabela Arán
Nomeada
Melhor argumento
Ignacio Vilar e Carlos Asorey
Nomeados
Melhor direcção de produção
Eva Rivas
Nomeada
Melhor direcção artística
Ángel Amaro
Ganhador
Melhor montagem
José Manuel G. Moyano
Nomeado
Melhor música original
Zeltia Montes
Ganhador
Melhor som
Xavier Souto
Nomeado
Melhor fotografia
Diego Romero Suárez Llanos
Ganhador
Melhor maquilhagem e estilismo
Susana Veira
Ganhadora
Melhor design de vestuário
Mar Fraga
Ganhadora
Festival de Toulouse
Na vigésima edição do "Festival de Cinema Espanhol de Toulouse" celebrado em outubro de 2015, o filme recebeu os prémios de melhor realizador para Vilar, o prémio de melhor actor para “Morrís”, Karra Elejalde e Miguel de Lira, e o prémio de melhor fotografia.[15]