Zé da Flauta, nome artístico de José Vasconcelos de Oliveira[1] (Recife, Pernambuco, 28 de dezembro de 1954[2]), é um flautista, pifanista, compositor, produtor cultural e pesquisador recifense.[3]
Em 2001, ele foi coordenador de música da Secretaria de Cultura do Recife, onde desenvolveu vários projetos importantes para cultura musical da cidade, dentre eles a retomada do Frevo que perdia espaço para outras modalidades no carnaval. Além desse aspecto se preocupou em mostrar o Frevo como arte, linguagem musical, e chamar a atenção para a sistematização do gênero. Fundou a SpokFrevo Orquestra e mostrou que era possível se tocar Frevo fora do período carnavalesco com honra e categoria. Essa orquestra fez várias apresentações em mais de 100 festivais de jazz pela Europa, EUA, Índia, China, Tunísia, África do Sul, sempre com muito sucesso.
Esse modelo de tocar apenas o Frevo instrumental, sem poesia, sem passo e sem folia, sem o colorido sem confetes, serpentinas, pierrôs e colombinas, fez surgir o Frevo de Palco, uma evolução natural do Frevo de rua e também várias orquestras e compositores que se dedicaram ao estilo.
O Cd e DVD Passo de Anjo ao vivo, da SpokFrevo, produzido por Zé da Flauta recebeu em 2009 no Rio de Janeiro, quatro troféus no Prêmio da Música Brasileira.
Carreira
A paixão de Zé da Flauta pela música vem desde pequeno, quando estudou musica com a avó materna que era pianista e fazia trilhas sonoras para filmes mudos. Já na adolescência, estudou no Conservatório Pernambucano de Música e na Escola de Música do Recife. Em 1973 conheceu o músico e desenhista Lailson de Holanda e o guitarrista Paulo Rafael, com quem montou sua primeira banda, PHETUS. Participou ativamente do movimento psicodélico de Pernambuco que mais tarde ficou conhecido como UDIGRUDI. Nessa época também tocou e gravou com Marconi Notaro, Flaviola, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Ave Sangria, entre outros.[2] Em novembro de 1974 entrou para a banda que acompanhava Alceu Valença até abril de 1976 quando passou a integrar o Quinteto Violado.
Em 1980 voltou para banda de Alçeu onde ficou até setembro de 1986. Voltou aos estudos no Rio de Janeiro na Escola Antônio Adolfo, e teve aulas particulares com Eduardo Morelembaum. Alguns anos mais tarde, retornou seus estudos com o maestro Nenéu Liberalquino.
No final da década de 70, Zé monta seu primeiro estúdio de gravação, o CLAVE, e também um sêlo chamado MATITA DISCOS que lançou a Banda Flôr de Cactus, onde continha a música Giração, primeira música gravada do compositor e cantor Lenine, que fazia parte do grupo. Montou um departamento de Jingles e Trilhas e começou a trabalhar para publicidade de rádio e televisão, o que lhe rendeu nessa área 48 premiações.
Foi nesse estúdio que Zé da Flauta produziu em 1981 o álbum "Brazil: Forró - Music for Maids and Taxi Drivers",[2] que foi lançado 10 anos depois nos EUA, Europa e Japão, sendo indicado em 1991 ao Grammy Awards na categoria Traditional Folk.
Em meados da década de 1980, uma música de sua autoria - Zoar - composta em parceria com Carlos Fernando, foi gravada pela Banda de Pífanos de Caruaru.[2]Outras músicas suas foram gravadas por Jacinto Silva, Maclein Carneiro, Orquestra dos Meninos de São Caetano, Alceu Valença, Jefferson Gonçalves, Grupo Catavento, Urbanda, Banda Querozene Jacaré, Transversal Frevo Orquestra...
Durante a década de 90, participou do movimento Mangue, produzindo bandas, tocando com artistas como Chico Science, Cascabulho, Ortinho,,,
Trilhas-Sonoras
Zé da Flauta assina algumas trilhas-sonoras de filmes, como Ô de Casa (de Kátia Mesel), Arrecifes (de Régis Galvão), O Último Bolero no Recife (de Fernando Spencer), O Crime da Imagem (de Paulo Caldas e Lírio Ferreira), Incenso (Marcos Hanoi), Chega de cangaço (Marcos Hanoi) e O Rochedo e A Estrela (de Kátia Mesel). Esta última foi premiada nos festivais de cinema de Gramado, Brasília e Salvador.[2]
Ele também compôs para peças infantis, como a da Dom Chicote Mula Manca, que foi premiada em 2000 como melhor trilha infantil do ano.
Discografia
Solo
Participação em outros projetos
Referências