Ximango ou Chimango[1] é o apelido pelo qual eram chamados uma das duas correntes inicialmente havidas no Brasil, durante o período regencial, e que apoiava o governo; formavam o Partido Moderado e sofria a oposição dos exaltados, também chamados jurujubas ou farroupilhas (lenço vermelho, que tinham sido pacificados por Luiz Alves de Lima e Silva, conhecido como "Caxias" pelas tropas e pelo Exército brasileiro), que procurava derrubá-los. Mais tarde tiveram a oposição também do Partido Restaurador, apelidado de Caramurus.[2]
Durante o período regencial os ximangos eram contrários à descentralização e às reformas, queriam a ordem, a continuação da monarquia e do voto censitário (baseado nos recursos econômicos), boas relações com a Inglaterra e a manutenção do Brasil como país agrícola e exportador. Enquanto que os exaltados eram favoráveis a reformas para melhorar a situação dos mais pobres e reinvidicavam: direito total de manifestação, regime republicano, voto para todos, independentemente de suas posses, independência da Inglaterra, industrialização e autonomia de províncias.[3]
Identificavam-se por lenço branco envolvendo o pescoço; seus antagonistas regionais eram os maragatos, de lenço vermelho. Caracterizavam-se politicamente pela tendência governista (perpetuar-se no poder), enquanto os maragatos costumavam adotar posição oposicionista, a nível estadual.
Na Revolução de 1923, no Rio Grande do Sul, os ximangos eram os adeptos de Borges de Medeiros, que tentava a reeleição permanente aos governos do estado, com o "apoio do governo central (uma vez que este não tinha conhecimento da "política estadual")", enquanto os maragatos apoiavam Assis Brasil. Borges de Medeiros foi chamado satiricamente de Antônio Chimango, em obra literária atribuída a Ramiro Barcelos publicada sob a pseudo-autoria de Amaro Juvenal.