Wesley BarbosaCorreia ou Wesley Correia (Cruz das Almas-BA, 21 de outubro de 1980) é um poeta, ficcionista, ensaísta e professor brasileiro.[1][2]
Wesley Correia graduou-se em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS (2002), onde também cursou Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural (2005). É doutor em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia – UFBA (2015), tendo realizado Doutorado Sandwich na Universidade de Lisboa – UL (2014). Como poeta e ficcionista, tem participado de antologias publicadas no país e como ensaísta tem publicado títulos de crítica literária e cultural em revistas especializadas. Foi professor de Literatura Brasileira na Universidade do Estado da Bahia – UNEB e representou o Brasil, ao lado de outros poetas, no XI Festival Latino-americano (Colômbia, 2007). Em 2009, integrou a coletânea Carlos Drummond de Andrade, produzida pela Fundação SESC, com o poema Estudo sobre café[3]. Participou como convidado das edições de 2017 e 2018 da FLICA - Feira Literária Internacional de Cachoeira[1] e da FLIPELÔ - Feira Literária Internacional do Pelourinho[4]. Atualmente, colabora com o blog O Coletivo[5], além de ser professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA, onde coordena o Curso de Pós-graduação em Estudos Étnicos e Raciais: Identidades e representação – CPgEER. Seus poemas foram traduzidos para o inglês, espanhol e romeno.
Sobre Íntimo Vesúvio, Aleilton Fonseca, membro da Academia de Letras da Bahia, diz "A percepção do social permeia todo o conjunto de textos, e se torna mais aguda em alguns poemas decisivos como ilação e compromissos assumidos pelos pelos poetas" e ainda "(...) Para Wesley Correia, a poesia é um ritual iniciático que dissipa as sombras, reúne os elementos e instaura as epifanias. Em cada poema, a palavra entra em combustão, pois borbulha em línguas de fogo, caldo de sentidos, abrangências e incandescências de uma explosão de sentidos que o poeta prospecta e deixa fluir, expondo a céu aberto o magma poético do seu Íntimo Vesúvio.”[9][14]
"Que os deuses são negros na Bahia de Todos os Santos já sabemos, mas que Deus, dado religioso e cultural de origem semita, senhor dos “brancos”, seja negro é um atrevimento de um afrodescendente que noutra época significaria pesado castigo. No entanto, ao ser arte de provocar, destabilizar, gerar emoções e transmitir estados de alma, a poesia é expressão do sujeito criador, produto das partidas, das chegadas, e das multiplicações do autor, e, nesse sentido, se Deus é negro é porque Wesley Correia é a face poética da negritude" - parte da resenha de Deus é Negro por João Ferreira Dias[15].
“'Deus é negro', de Wesley Correia é um livro carregado de significantes e significados, onde mergulha nos elementos do Candomblé para trazer na beleza da poesia negra as vivências em torno da relação do ser consigo, e assim com a natureza, pois para o Candomblé são elementos que se completam e não se pode separar. O livro é dividido em três partes: Da partida, Da Chegada e Da Multiplicação, pensando a trajetória do negro em formato repleto de magia, beleza e vida com uma poesia de alta qualidade. A provocação já começa desde o título escolhido, onde o poeta demarca o seu lugar de fala, usando a arte para que esta palavra continue ganhando um significado ainda mais positivo (...)" - Humberto Manoel de Santana Júnior, em seu artigo Literatura Negra e a Academia: quando o sujeito negro ganha voz e corpo.[16]