Nasceu em São Luís do Maranhão, filho do conselheiroFrancisco de Paula Pereira Duarte e de Carlota Joaquina Leitão Bandeira, através de quem descendia da família Belfort, de grande influência naquela província, cujo patriarca, o mestre de campo Lancelot "Lourenço" Belfort, foi um nobre irlandês que emigrara para o Maranhão em sua juventude. Viriato era seu trineto. Era sua irmã Augusta Carlota Bandeira Duarte (1820 - 1868), que, por seu casamento com Antônio Raimundo Teixeira Vieira Belfort, foi baronesa de Gurupi e viscondessa de Belfort.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Olinda, em 1840. Dois anos depois, foi nomeado para seu primeiro cargo de magistrado: o de juiz municipal da primeira vara de São Luís e seu termo, por decreto de 25 de maio de 1842. Após sete anos, por dec. de 16 de abril de 1849, foi removido para a comarca de Cuiabá, Mato Grosso, onde assumiu igualmente o cargo público de chefe de polícia da província. Todavia, pouco mais de um ano depois, foi removido para as comarcas de Cametá, Pará (dec. 10 de julho de 1850); Itapecuru, Maranhão (dec. 19 de janeiro de 1852); e para a primeira Vara do Crime de São Luís (dec. 22 de novembro de 1855), na qual permaneceu por nove anos. Iniciara sua carreira política em 1853, elegendo-se deputado à Assembleia Geral pela província do Mato Grosso, para a nona legislatura. Elegeu-se novamente nas três legislaturas seguintes por sua província natal.
Em 12 de maio de 1864, foi nomeado auditor-geral da Marinha. A Auditoria Geral da Marinha fora criada com a lei Eusébio de Queirós, em setembro de 1850, com o objetivo de julgar os casos de contrabando de africanos introduzidos no Brasil.
Por decreto de 24 de julho de 1872, foi nomeado desembargador da Relação do Maranhão, sendo removido para a recém-criada Relação de Ouro Preto, em decreto de 6 de novembro de 1873. Tornou-se presidente da mesma em 2 de janeiro de 1875. Dois anos depois, foi removido para a Relação da Corte.
Faleceu dois anos depois, aos 74 anos de idade, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi sepultado no Cemitério do Catumbi[1]. Fora casado duas vezes. A primeira, em 8 de junho de 1841, em São Luís, com sua parenta Rosa de Viterbo Gomes da Silva Belfort, filha do Barão de Coroatá, falecida em 10 de outubro de 1858; e a segunda, em 17 de setembro de 1859, com Mariana Fortunata da Silva Maia, viúva de Manuel Félix Pereira Júnior, e filha de José Antonio da Silva Maia. Deixou descendência de ambos matrimônios, oito filhos do primeiro e uma do segundo.
O afastamento do cargo de Chefe de Polícia de Mato Grosso
O presidente da província João José da Costa Pimentel acumulou queixas contra o Chefe de Polícia, e acabou por suspendê-lo das funções, o mandando transferir suas obrigações e o arquivo da Secretaria de Polícia ao juiz de Cuiabá [2]. A suspensão de Viriato Bandeira de Melo precisaria ser confirmada pelo governo imperial no Rio de Janeiro, e a Corte acabaria por exonerá-lo do cargo de Chefe de Polícia de Mato Grosso e o removendo para o Maranhão[3].
A primeira queixa dizia que os presos Antônio Rodrigues da Rosa e Francisco Pereira de Moraes Jardim não tinham sido denunciados à Justiça, e que sequer haveria processo judicial formalizado contra eles. O Chefe de Polícia negou, e disse que havia apresentado seus processos ao juiz quinze dias após suas prisões.
O caso de Antônio Rodrigues da Rosa, segundo a polícia, se tratava do furto de um escravo chamado Benedicto,de propriedade de Antônio José da Rosa, porque o escravo fora doado para a filha, casada com Antônio José, e como o sogro Antônio Rodrigues estivesse bêbado ao fazer a doação, acabaria temendo prejudicar os outros filhos herdeiros, e então furtou e escondeu o escravo no seu sítio, que depois seria recuperado em diligência policial.[4]
O caso de Francisco Pereira de Moraes Jardim, preso por estelionato foi realizar contrato de locação da escrava Gertrudes Rodrigues, que na verdade tinha sido liberta pelos herdeiros da sua ex-proprietária, entretanto, o liberto Benedicto Teixeira de Carvalho a amarrou com cordas e a repassou para Francisco Jardim, que sabendo ser a mulher liberta fraudou documento a reduzindo novamente à escravidão e a alugando para Luiz Ernesto Pinto e Pedro Gomes de Mello. A própria Gertrudes denunciou o caso à polícia.[4]
E ainda segue as queixas contra Viriato Bandeira de Melo.[5]
O oficial de justiça dos feitos da fazenda pública Francisco Antônio Jarcem teria abandonado seu emprego e mesmo assim a tesouraria tinha ordens do Chefe de Polícia para continuar a pagá-lo, no que foi negado por Viriato Bandeira Duarte, dizendo que a última diligência do oficial de justiça ocorrera em novembro, e como não apareceu no trabalho em dezembro mandou suspender seu pagamento na tesouraria.[6]
O Chefe de Polícia não teria atendido a ocorrência de Gaudiana Roza da Silva, em que alegava estar sendo espancada pelo marido José Delfino de Morais, com quem não morava mais junto. Segundo o Chefe de Polícia, caberia ao presidente da província assentar o marido agressor em um dos corpos militares da província.[7]
O diretor do Trem Naval (Distrito Naval) estaria recebendo ordens diretamente do Chefe de Polícia, que negou a quebra funcional alegando que apenas recebeu como preso o marinheiro Lourenço Ferreira da Costa, que assassinou o grumete Quintino Rodrigues, na região de Albuquerque, para onde seria recambiado por ser o distrito da culpa[8].
O presidente da província se queixou que o Chefe de Polícia alegando isonomia funcional e hierárquica não estaria fazendo os obrigatórios relatórios de ocorrências de segurança pública de Cuiabá, o que foi negado por Viriato Bandeira Duarte, que disse que apenas em uma semana não houve relatório porque a semana havia sido tranquila, e mesmo assim, o comandante da guarda fazia o relatório diário, porque o Chefe de Polícia tinha outras obrigações, mas, eles se reuniam uma vez por semana, e que encaminharia mensalmente o mapa consolidado ao Palácio do Governo.[9].