Virginie Boutaud

Virginie Boutaud
Virginie Boutaud
Virginie cantando com o Metrô, em 1985
Informações gerais
Nome completo Virginie Adèle Lydie Boutaud
Também conhecido(a) como Virginie
Nascimento 27 de fevereiro de 1963 (61 anos)
Local de nascimento São Paulo
Brasil
Origem São Paulo
País Brasil
Gênero(s) new wave
Instrumento(s) violão
Período em atividade 1978–presente
Gravadora(s) Epic Records
Afiliação(ões) Metrô
Virginie & Fruto Proibido
Itamar Assumpção
Arrigo Barnabé
Joe Euthanazia
Supla
Kid Vinil
Don Betto
Philippe Kadosch
Ira!
Fernanda Takai

Virginie Adèle Lydie Boutaud ep. Manent (São Paulo, 27 de fevereiro de 1963), conhecida no meio artístico como Virginie Boutaud ou simplesmente Virginie, é uma cantora, compositora e atriz franco-brasileira.

Tornou-se conhecida como vocalista da banda de new wave Metrô.

Biografia

Juventude

Virginie é filha de emigrantes franceses recém-chegados. Desde os dois anos e meio estudou no Lycée Pasteur, colégio franco-brasileiro de São Paulo. Aos treze anos foi contratada pela TV Cultura para participar do programa Oum le Dauphin, escola de francês para crianças. Aos quinze anos, sua turma de amigos já contava com Alec Haiat, Yann Laouenan, Daniel "Dany" Roland e Xavier Leblanc. Seu maior passatempo era cantar e tocar violão. Sua mesada era ganha em gravações de comerciais (Guaraná Taí, fitas cassete da BASF - premio de melhor interpretação feminina no festival brasileiro da produção publicitária do ano de 1986 - Maionese Gourmet, Coconut Nestlé, Sorvetes Kibon, Shell, Hering, Bic) e fotos em editoriais de moda e capa de revistas como Vogue, Interview, Capricho e Claudia.

A Gota Suspensa e Metrô

Em 1979, integrou com seus amigos a banda de rock progressivo experimental A Gota Suspensa, formada em 1978. Antes de focalizar em sua carreira musical, levada à TV pelo sucesso de publico, Virginie, que já era modelo, também experimentou a vida de atriz. Foi Irma, na novela Os Imigrantes (1981), ano em que terminou o colégio. Em 1983 abandonou a faculdade de artes cênicas, que cursava na faculdade de Belas Artes em São Paulo, para dedicar-se à Gota. Em 1984, seguindo a linha já anunciada com o álbum híbrido A Gota Suspensa, os cinco amigos continuaram evoluindo em sua linguagem musical, atraídos por um som pop e acessível, inspirados por Rita Lee, Blondie, Telephone e Laurie Anderson, entre outros. A assinatura de um contrato com a CBS, no ano de 1984, os confrontou em sua vontade de assumir de vez o POP: mudaram de nome e passaram a ser o Metrô. Seu primeiro lançamento foi o compacto com as canções "Beat Acelerado" e "Sândalo de Dandi", pela Epic Records, com produção de Luis Carlos Maluly e Alexandre Agra.

Em fevereiro de 1985 foi lançado primeiro álbum do Metrô, Olhar, que colecionou sucessos com "Tudo Pode Mudar", "Johnny Love" e "Tititi", que catapultou a banda à fama e às estradas do Brasil. Com a ruptura ao ritmo de vida no entanto apareceram divergências e da grande fadiga surgiram dúvidas, foi aí que veio a ruptura da banda.

Virginie teve oportunidade de participar com Metrô nos filmes Areias Escaldantes de Francisco de Paula, e Rock Estrela, de Lael Rodrigues.

Outros projetos

Em 1988, após ter conseguido sair da depressão pós ruptura e conhecido outros ares, outras tribos, a convite do produtor Glauco Guerin, Virginie conheceu outra turma e foi criado o projeto Virginie & Fruto Proibido. Banda formada por Dom Betto (autor, compositor e interprete do hit "Pensando nela", na guitarra), Nilton Leonardi (baixo) e Albino Infantozzi (bateria). O álbum Crime Perfeito saiu pela Epic no mesmo ano. A canção "Más Companhias" seria incluída na trilha sonora da telenovela de 1988 Fera Radical. Neste álbum Virginie foi co-autora de sete canções com Dom Betto, e cantou autores como Itamar Assumpção (que tal o impossível), assinando também a parceria de "il était une fois" com o francês Philippe Kadosch.

Algum tempo depois, Virginie resolveu dar um tempo na carreira musical e foi trabalhar no Consulado da França, em São Paulo. Lá conheceu o diplomata francês Jean-Michel Manent, com quem acabou se casando e viveu fora do Brasil. Viveram na Namíbia, na França, no Moçambique, no Uruguai, e finalmente, Madagascar. Tiveram duas filhas, Marie Hélène (Mahé) e Mélanie.

Em 1988, foi protagonista da campanha nacional de vacinação do Ministério da Saúde ao lado de Zé Gotinha.

Em 1989, Virginie fez uma participação especial no último álbum do cantor gaúcho Joe Euthanazia, intitulado Joe, nas faixas "Ligação Direta" e "Uma Rajada de Balas". A interpretação de Virginie tornou atemporais os sucessos "Tudo Pode Mudar" e Johnny love, ambas parcerias com Joe. No mesmo ano foi convidada por Supla a cantar a musica "Borboleta Rosa" no primeiro álbum solo do rockeiro. Participou igualmente da releitura de "O Vira", uma de suas canções fetiche, sucesso dos Secos e Molhados no album de Jairzinho e Simony, lançada igualmente em versão em espanhol pela CBS. Virginie também cantou com João Penca e Seus Miquinhos Amestrados a faixa "Sem Ilusões" do álbum Além da Alienação e com Kid Vinil, em Kid Vinil e os heróis do Brasil, cantou "Assassinato Anônimo". Foi nesta época igualmente que Virginie fez parceira com Arrigo Barnabé escrevendo versões para canções como "O gato" e "Numa praia do Brasil", esta ultima defendida junto com Arrigo no festival "O som das águas" em 1987. As versões francesas "Mon chat" e "Sur une plage du Brésil" foram gravadas em francês em co-produção de Arrigo e Virginie e continuam inéditas até hoje.

Em 1995, fez uma curta aparição contracenando com Marco Nanini e Marcos Palmeira no filme de Carla Camurati Carlota Joaquina, Princesa do Brazil.

Em 1999, Virginie se casou em Windhoek, Namíbia, com Jean-Michel Manent. Durante sua vida fora do Brasil, Virginie sempre esteve envolvida em trabalho voluntário ligado à educação e crianças carentes e crianças deficientes, antes de se estabelecer em Saint Orens de Gameville, cidade próxima de Toulouse na França, onde vive desde 2013. Jean-Michel faleceu de um câncer fulgurante em 7 de junho de 2015.

Volta do Metrô

Em 2002. Virginie foi convidada a reativar o Metrô por Dany e Yann. (Alec decidiu não participar por razões pessoais e devido a seu envolvimento com outros projetos, Xavier decidiu ser apenas creditado como músico convidado). O álbum Déjà Vu foi o primeiro álbum com inéditas e muitas releituras do Metrô desde A Mão de Mao (1987 - com Pedro d'Orey na voz). Em 2004, Virginie, Dany, André Fonseca e Donatinho realizam uma série de shows promovendo Déjà Vu pelo Brasil, França, Londres, Moçambique e Portugal. Em Lisboa participaram de um álbum-tributo à Amália Rodrigues com a música "Meu Amor, Meu Amor" (Meu Limão de Amargura).

Em 8 de novembro de 2014, Metrô se reuniu na formação original em São Paulo para um show presente celebrando o 50º aniversário do colégio onde se conheceram, o Lycée Pasteur : por coincidência era também o 30º aniversário do Metrô.

O Metrô se encontrou regularmente em shows e composições desde então. Lançaram o single autobiográfico Dando voltas no mundo, comemorando parcerias com Guilherme Arantes na inédita "Nos mapas do universo " e Ruben Jacobina em "A vida é bela lalaiá", single lançado em 2017.

Em 2016, Metrô e Sony Music lançaram uma reedição especial de 30 anos de seu primeiro álbum, Olhar, duplo CD que inclui todas as faixas do álbum original, muitas fotos, remixes, faixas demo e apresentações ao vivo da turnê Olhar de 1985. Até 2019, Virginie trabalhou com inclusão de crianças especiais em escolas. (AVS). Sempre atenta e em contato com seus fãs, ela continua compondo e participa regularmente a ações de apoio e promoção contribuindo com associações laicas de ajuda aos mais carentes e em defesa dos direitos humanos de forma geral, mas também da natureza e dos animais, promovendo o antispecismo (Virginie é Vegana desde 2015). Veio regularmente ao Brasil matar saudades e/ou atendendo a convites para participar em shows nos quais dividiu a cena com artistas como Ritchie, Kiko Zambianchi, George Israel, Autoramas, Rubem Jacobina, ... Em 2019 Virginie retomou a musica compondo e gravando com parceiros especiais, montando projetos musicais para curtir a vida e resistir contra qualquer obscurantismo rebatendo com alegria.

Em 2021, criou o supergrupo Bruxas Exorcistas formado por diversas vocalistas femininas Érika Martins (Autoramas), Lovefoxxx (Cansei de Ser Sexy), Apolonia Alexandrina (Anvil FX), Maria Paraguaia (Grupo Escambau e Cigarras, Moquette), Camila Costa e Emilie Ducassé.[1]

Virginie tem lançado regularmente parcerias, produções Musicais solo e participações em álbuns de artistas diversos como Ira!, Fernanda Takai, Anyfaces, Roberto Gava, Metrô e Jully entre outres. Como compositora também tem interagido com artistas como Ivor Lancelotti, Erika Martins e Roberto Gava.

Em maio de 2023, Virginie voltou aos palcos cantando em francês e português, suas duas línguas natais, em apresentações em São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói, participando como o também ex-aluno maestro Joao Carlos Martins, da festa de comemoração dos cem anos do colegio francês Lycée Pasteur no qual também estudaram Rita Lee, o médico Drauzio Varella, o economista Paul Singer e a jornalista Lillian Witte Fibe. A vida é bela, No Balanço das horas, tudo pode mudar. Nada menos do que a Revolução.

Discografia e lançamentos

Com o Metrô

  • 1983: A Gota Suspensa (como A Gota Suspensa) - LP Vinil - Underground
  • 1985: Olhar (LP, fita cassette) - CBS/Sony
  • 2002: Déjà Vu (CD e digital) Independente
  • 2015: Single Dando Voltas no Mundo Digital/independente
  • 2016: Olhar edição comemorativa - Digipack duplo CD comemorativo dos trinta anos de OLHAR, com faixas ao vivo+bônus /digital
  • 2016 : Metrô ao vivo no Showlivre - digital
  • 2016: Single A Vida é Bela [2]Digital/independente
  • 2022 : Message d'amour - Metrô/Virginie Boutaud-Digital/independente
  • 2022 : A Vida é bela lalaiá - versão acustica - Virginie Boutaud/Metrô -Digital/independente

Com Virginie & Fruto Proibido

  • 1988: Crime Perfeito CBS/SONY - (album relançado em formato digital em todas as plataformas Sony Music em 2017)

Como convidada

Em parceria -e/ou Co-produção

Produção musical

  • 2020 "Irmã" 90% instrumental - Digital-independente
  • 2020 Com o projeto Bruxas exorcistas "Vade retro Satanás" com clip por Rapha Erichsen - Digital- Maxilar
  • 2022 Com Bruxas Exorcistas "Sex object", versão de Kraftwerk no projeto Kraftworld com clip editado por Luiz Terra- Digital - Maxilar/Youtube
  • 2022 Com Bruxas exorcistas "Nada menos do que a Revolução" - com participação especial de Aline Deluna - Digital - Maxilar
  • 2022 "Vive le vent" canção de Natal clip editado por Roberto Gava -Digital-independente
  • 2022 "Mon beau sapin" canção de Natal clip editado por Roberto Gava - Digital-independente

Referências

Ligações externas