Frequentou a Universidade de São Petersburgo. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como comissário no exército vermelho, como ele descreve em suas memórias Sentimental'noe puteshestvie, vospominaniia (Uma Jornada Sentimental).
Shklovsky desenvolveu o conceito de ostranenie ou estranhamento em literatura. Este conceito foi aplicado por Bertolt Brecht ao seu teatro. Shklovsky explica suas ideias da seguinte maneira:
“
O propósito da arte é promover (impart) a sensação das coisas como elas são percebidas e não como elas são conhecidas. O objetivo da técnica na arte é tornar os objetos não familiares, fazer as formas difíceis, aumentar a dificuldade e capacidade de percepção porque o processo de percepção na arte é um fim em si e deve ser prolongado. Arte é sempre um caminho da experiência artística de um objeto; o objeto não é importante. (Shklovsky, "Art as Technique", p.12)
”
Em outras palavras, a Arte deve apresentar as coisas numa nova e estranha forma, desfamiliarizando o conhecido.
Shklovsky fundou a OPOJAZ (Sociedade para o Estudo da Linguagem Poética - Obscestvo izucenija Poeticeskogo Jazyka), um dos dois principais grupos do Círculo Linguístico de Moscou, onde foram desenvolvidas as técnicas e teorias críticas do formalismo russo.
O trabalho de Shklovsky colocou o formalismo russo na direção do entendimento da atividade literária como parte integral da prática social, uma ideia central no trabalho de Mikhail Bakhtin, dos formalistas e da semiótica.
Além de trabalhos críticos e biografias sobre os seguintes autores Laurence Sterne, Máximo Gorki, Leo Tolstoy e Vladimir Mayakovsky, ele escreveu um grande número de trabalhos autobiográficos. Praticamente toda sua obra pode ser encontrada em traduções do russo ao italiano.
Bibliografia
Teoria da literatura: formalistas russos. Dionisio de Oliveira Toledo, Ana Maria Ribeiro Filipouski (org.). Porto Alegre: Globo, 1978.
Teoria Da Literatura, V.1 e 2 . Textos dos Formalistas Russos. Tzvevtan Todorov. Lisboa: Edições 70, 1999.
Inglês
A Sentimental Journey: Memoirs, 1917-1922 (1923, traduzida ao inglês em 1970)
Zoo, or Letters Not About Love (1923, traduzida ao inglês em 1971)
Mayakovsky and his circle (1941, traduzida ao inglês em 1972)
Third Factory (1926, traduzida ao inglês em 1979)
Theory of Prose (1925, traduzida ao inglês em 1990)
Leo Tolstoy (1963, traduzida ao inglês em 1996)
Knight's Move (1923, traduzida ao inglês em 2005)
Energy of Delusion: A Book on Plot (1981, traduzida ao inglês em 2007)
Francês
Ensaios e biografias
Résurrection du mot, 1913
La Marche du Cheval, 1923
Technique du métier d'écrivain, 1927
Tolstoï, 1928
Romances
Voyage sentimental, 1923
Zoo, lettres qui ne parlent pas d'amour, 1923
La Troisième Fabrique, 1926
Il était une fois, 1964
Espanhol
Viaje Sentimental. Barcelona, Anagrama, 1972.
Maiakovski. Barcelona, Anagrama, 1972.
Formalismo y Vanguardia: textos de los formalistas rusos. Madrid: A. Corazón,1973.
La Disimilitud de lo Similar. Madrid, Alberto Corazón Editor, 1973.
Teoría de la Litératura de los Formalistas Rusos. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 1976.
Formalistas Rusos y el Cine. Paidós, 1998.
Zoo o cartas de no amor, Ático de los Libros, 2010
Italiano
Teoria della prosa, 1917 (tr. Maria Olsoufieva, Bari: De Donato, 1966; tr. Cesare G. de Michelis e Renzo Oliva, Torino: Einaudi, 1976, 1981, 1991), int. Jan Mukařovský
Connessione tra i procedimenti di costruzione dell'intreccio e i procedimenti stilistici generali
Viaggio sentimentale: ricordi 1917-1922, 1923 (tr. Maria Olsoufieva, Bari: De Donato, 1966; Milano: SE, 1991)
Zoo o lettere non d'amore, 1923 (tr. Sergio Leone e Sergio Pescatore, Torino: Einaudi, 1966, 1979; tr. Maria Zalambani, Palermo: Sellerio, 2002)
La mossa del cavallo: libro di articoli, 1923 (tr. Maria Olsoufieva, Bari: De Donato, 1967)
Lev Tolstoj, 1963 (tr. Maria Olsoufieva, Milano: Il Saggiatore, 1978)
C'era una volta, 1966 (tr. Sergio Leone, Milano: Il Saggiatore, 1968, 1994)
I fratelli di Serapione, a cura di Maria Olsoufieva, Bari: De Donato, 1967 (antologia di scritti di Sklovskij, Grudzev, Lunc, Ivanov, Fedin, Nikitin, Kaverin, Slonimskij, Zamjatin, Zoscenko e Tichonov)
Il punteggio di Amburgo, 1968 (tr. Maria Olsoufieva, Bari: De Donato, 1969)
Introduzione a Jurij Nikolaevič Tynjanov, Avanguardia e tradizione, tr. Sergio Leone, Bari: Dedalo, 1968
Lettura del Decameron: dal romanzo d'avventura al romanzo di carattere, tr. Alessandro Ivanov, Bologna: Il mulino, 1969
Marco Polo (tr. Maria Olsufieva, Milano: Oscar Mondadori, 1972, 1982)
Sua maestà Ejzenstejn: biografia di un protagonista, 1973 (tr. Pietro Zvzteremich, Bari: De Donato, 1974; Torino: Aleph, 1992)
Saggio in Aleksandr Petrovič Dovzenko, Memorie di fuoco, a cura di Umberto Silva con la collaborazione di Michele Mancini, Alessandro Cappabianca e Rita Giuliani, Milano: Mazzotta, 1973
Testimone di un'epoca: conversazioni con Serena Vitale, Roma: Editori Riuniti, 1979
Prefazione a Jurij Karlovič Oleša, Nessun giorno senza una riga, a cura di Costantino Di Paola, Milano: Garzanti, 1981
Simile e dissimile: saggi di poetica, tr. Erica Klein, Milano: Mursia, 1982
L'energia dell'errore: libro sul soggetto, 1983 (tr. Maria Di Salvo, Roma: Editori Riuniti, 1984)
Articoli in appendice a I formalisti russi nel cinema, a cura di Giorgio Kraiski, Milano: Garzanti, 1987
Postfazione a Lev Tolstoj, Guerra e pace, tr. Erme Cadei, introduzione di Giovanni Giudici, Milano: Oscar Mondadori, 1995
Il mestiere dello scrittore e la sua tecnica, tr. Pia Pera, con saggi di Vittorio Strada ed Emanuele Trevi, Firenze: Liberal libri, 1999