O verdilhão-serrano (Carduelis citrinella) é uma ave da família Fringillidae. É bastante parecido com o chamariz, podendo ser distinguido pela plumagem cinzenta na nuca.
Esta espécie nidifica nas terras altas do sul da Europa (Alpes e Pirenéus). Em Portugal a sua ocorrência é acidental.
Descrição
O verdilhão-serrano tem um comprimento de 12 a 13cm,[1][2] um peso de 11 a 14g e uma envergadura entre asas de 22cm.[1] O macho tem as partes inferiores amarelas e as superiores amarelas-esverdeadas,[1][3] as asas pretas com 2 barras amarelas-esverdeadas,[1][4] a cauda castanha escura,[3] o uropígio amarelo, a nuca e os lados do peito cinzentos, a testa e o mento amarelos.[1] A fêmea é mais acinzentada do que o macho, com cores mais baças e menos amarelo-esverdeado, o dorso é ligeiramente estriado.[1] Os juvenis são castanhos-acinzentados, com as partes inferiores estriadas de castanho escuro, as barras alares cor-de-camurça e ausência das cores amarela e esverdeada.[1]
Descrito por Pallas em 1764, com o nome de Fringilla citrinella. [6]
Durante muito tempo foi considerado, juntamente com o verdilhão-corso (Carduelis corsicana), como subespécies mas estudos recentes, baseados em particular na sequência do ADN mitocondrial (Sangster, 2000, Pasquet & Thibault, 1997, Förschler et al. 2009), mas também nas diferenças na morfologia e nas vocalizações (Förschler & Kalko, 2007), levaram alguns autores a considerá-los duas espécies diferentes.[7]
Ambos estavam incluídos no género Serinus mas parecem ser parentes próximos do pintassilgo,[8] pelo que foram integrados no género carduelis,[7] embora não seja consensual. Sem subespécies.[6]
Habitat
O verdilhão-serrano é um pássaro de montanha, pelo que pode ser encontrado a partir dos 700m de altitude[1] até à linha das árvores, a cerca de 1300-1500m, chegando a frequentar altitudes de mais de 3300m fora da época de reprodução.[4] Os seus habitats naturais situam-se nas regiões montanhosas da Europa como a Cordilheira Cantábrica, as serras de Castela Velha e os Pirenéus, em Espanha; o Maciço central, os Vosges, o Jura, os Alpes e os Pirenéus, em França; os Alpes austríacos e italianos;[1] a Floresta Negra, na Alemanha[4][9] É comum nas clareiras das florestas de coníferas de montanha (pinheiros, píceas), nas encostas rochosas semeadas de arbustos e abetos,[1] preferindo como território de reprodução florestas abertas de coníferas,[4][10] geralmente contíguas a prados alpinos ou pequenos bosques de píceas dispersas em terreno aberto.[4] Sempre ligado às árvores, não gosta de florestas densas.[4]
Alimentação
O verdilhão-serrano alimenta-se de diversas sementes de gramíneas e de ervas, debicando no solo ou agarrando-se aos caules das plantas, e também de insectos.[1] As sementes de coníferas, como os pinheiros ou os abetos, são também importantes na sua dieta.[4]
Nos Pirenéus, consome principalmente sementes de diversas ervas e plantas herbáceas como o Chenopodium album, o dente-de-leão (Taraxacum officinalis) ou o cardo (Cirsium eriophorum) e sementes de pinheiros como o pinheiro-larício (Pinus nigra), o pinheiro-da-escócia (P.sylvestris) ou o pinheiro-das–montanhas (Pinus uncinata ou pinus mugo uncinata). [11]
Na Floresta Negra e nos Pré-Pirenéus, durante a época de reprodução, alimenta-se principalmente de sementes de dente-de-leão e de pinheiro-larício.[12]
Nidificação
A época de reprodução inicia-se nos finais de Abril, princípios de Maio,[1][4] nas regiões subalpinas, e em Março na Catalunha e dura até Junho.[13] O ninho é construído, na maior parte dos casos, no ramo de uma conífera,[4][10] com caules secos, pauzinhos, líquenes, musgos e raízes e forrado com pêlos e penas.[1] A fêmea põe 4 a 5 ovos,[1][2][4] azuis-esverdeados com pintas castanhas e pretas,[1] que incuba durante 13 a 14 dias.[1][2][4] Os juvenis permanecem no ninho durante 17 a 18 dias.[1][2] Por época a fêmea faz 2 posturas.[1][4]
Filogenia
Obtida por Antonio Arnaiz-Villena et al.[8][14] e por Zamora et al.[15]
↑Arnaiz-Villena, Antonio; Gomez-Prieto P, Ruiz-del-Valle V (2009). Phylogeography of Finches and Sparrows. [S.l.]: Nova Science. ISBN978-1-60741-844-3. Consultado em 23 de março de 2013. Arquivado do original em 3 de novembro de 2013A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Pasquet, E. & Thibault, J.-C. (1997): Genetic differences among mainland and insular forms of the Citril Finch Serinus citrinella. Ibis, 139: 679–684. doi:10.1111/j.1474-919X.1997.tb04691.x
Sangster, G. (2000): Genetic distance as a test of species boundaries in the Citril Finch Serinus citrinella: a critique and taxonomic reinterpretation. Ibis142(3): 487–490. doi:10.1111/j.1474-919X.2000.tb04447.x
Förschler, M.I.; Senar, J.C.; Perret, P. & Björklund, M. (2009): The species status of the Corsican Finch Carduelis corsicana assessed by three genetic markers with different rates of evolution. Molecular Phylogenetics and Evolution52:234-240. doi:10.1016/j.ympev.2009.02.014