Vasco CallixtoComM (Amadora, 12 de janeiro de 1925 – Loures, 27 de dezembro de 2021) foi um jornalista e escritor de viagens, com destaque para a presença portuguesa no mundo. Nas suas monografias e artigos, especializou-se também na investigação nas áreas do automobilismo, do desporto automóvel e da história da aviação em Portugal. Foi colaborador da imprensa portuguesa desde 1944 e publicadou mais de 50 livros desde 1962.
A primeira destas obras, Fala a Velha Guarda, publicada em 1962, é constituída por um conjunto de entrevistas aos mais antigos automobilistas portugueses. Em 1963 saiu o segundo volume deste trabalho.[nota 1][1]
Morreu a 27 de dezembro de 2021, em Loures, aos 96 anos.[2]
Biografia literária
Os livros de viagens
A publicação de livros de viagens iniciou-se em 1965, com Pelas Estradas da Europa, e essa é a vertente mais prolífica da sua obra de. Em títulos como Viagem às Terras do Sol da Meia-Noite (1966), Viagem até às Portas da Ásia (1969), Viagem Transafricana (1972), Viagem a Macau (1978), Viagem à Índia (1985), Por Estradas da Venezuela (1989) ou Uma Volta ao Mundo em Português (1996), relata de forma detalhada as viagens que efetuou por todos os continentes.
Em 1964, conduziu até ao Cabo Norte o primeiro veículo automóvel construído em Portugal.
Os meios de transporte
Em As Rodas da Capital (1967), relata a história dos meios de transporte na cidade de Lisboa. A investigação na área do automobilismo teve seguimento em Primeiro Arranque (1971)[nota 2] e, mais recentemente, em Desporto Automóvel : 1957-2007 : 50 Anos de Memórias (2007).
Entre as décadas de 1970 e 1990, foi diretor da revista Rodoviária, dedicada ao turismo e ao automobilismo, e que tinha sido fundada por Manuel Oliveira Santos em 1955.[3]
A aviação
Na área da história da aviação, destacam-se na sua obra os títulos A Aviação na Amadora (1974), sobre a sua cidade natal e que foi nas décadas de 1920 e 1930 um dos berços da aviação em Portugal, Plácido de Abreu, um Meteoro Aeronáutico (1985) e Os Primeiros Aviadores Portugueses em Macau (1999).
A família
Em 2005, publicou Uma Família de Serpa, onde historia as origens da sua família desde meados do século XVIII, com destaque para seu bisavô António Carlos Callixto e para seu avô Carlos Callixto, ambos nascidos naquela localidade alentejana.[1][4]
↑Sobre estes livros de Vasco Calixto diz-nos José Carlos Barros Rodrigues na sua tese de doutoramento: «Outros livro importantes dedicados à história do automobilismo, são aqueles que foram editados por Vasco Calixto, neto de Carlos Calixto, figura que participou de forma particularmente activa, entre outras, na organização da corrida da Figueira da Foz-Lisboa. No final da década de 50, efectuou pequenas entrevistas a várias figuras que estiveram directamente envolvidas no desenvolvimento do Automóvel em Portugal, desde importadores a simples mecânicos, coligindo-as num volume de sua edição. Embora as entrevistas sejam particularmente pequenas e sem um modelo pré-definido para obter informação relevante – a responsabilidade da qualidade dessa informação acaba assim por ser confiada apenas ao entrevistado – existe aí um conjunto de factos que servem para enriquecer o conteúdo de qualquer trabalho em História do Automóvel e, em particular, no período do nosso interesse.» RODRIGUES, José Carlos Barros. A Implantação do Automóvel em Portugal (1895-1910). Dissertação para obtenção do Grau de Doutor em História, Filosofia e Património da Ciência pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, outubro de 2012,p. 25.
↑Sobre este livro de Vasco Calixto diz-nos José Carlos Barros Rodrigues na sua tese de doutoramento: «Mais tarde, em 1971, Vasco Calixto publica o livro Primeiro Arranque que constitui a primeira súmula organizada das provas do automobilismo desportivo organizadas em Portugal entre 1902 e 1940. Apesar da omissão de algumas provas, e de recorrentemente se omitirem as fontes primárias, é um trabalho incontornável por ter sido o primeiro e por continuar a constituir um precioso auxiliar para a investigação de outros factos mais circunscritos no tempo ou com um carácter mais transversal (por exemplo, a carreira de pilotos, resultados das marcas em provas desportivas nacionais, etc.).» RODRIGUES, José Carlos Barros. A Implantação do Automóvel em Portugal (1895-1910). Dissertação para obtenção do Grau de Doutor em História, Filosofia e Património da Ciência pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, outubro de 2012,p. 25.