A Universidade Grenoble Alpes (UGA, do francês: Université Grenoble Alpes) é uma universidade pública de pesquisa localizada em Grenoble, nos alpes franceses.
Está entre as 100 melhores universidades do mundo, sendo a 5ª melhor universidade francesa, segundo o Ranking de Xangai (2020).[3][4]
A universidade foi fundada em 1339 sob o nome Universidade de Grenoble, tendo sido dividida em diferentes instituições em 1971. Três das instituições advindas da separação - Universidade Joseph Fourier, Universidade Pierre Mendès-França e Universidade Stendhal - fusionaram-se em 2016, formando a agora Universidade Grenoble Alpes.[5] Após a fusão, seu campus conta com mais de 175 hectares, ganhando o prêmio de uma das 10 mais belas universidades na Europa.[6] É também a 2ª maior universidade francesa em número de alunos, perdendo apenas para a Universidade de Aix-Marselha.
A lista de seus estudantes ilustres conta com cientistas vencedores do prêmio Nobel, astronauta e presidentes.[7]
História
A universidade foi fundada pelo delfin Humberto II em 1339 e confirmada por bula papal de Bento XII datada de 12 de maio de 1339[8][9] para ensinar direito civil e canônico, medicina e as artes liberais.[10] Entretanto, a instituição carecia de recursos e desapareceu, por não ter como sustentar-se, após a morte de Humberto II. Foi restabelecida, em 1542 por Francisco de Bourbon e unificada com a Universidade de Valência em 1565.[11] Os habitantes de Grenoble tentaram, sem êxito, restabelecer a universidade várias vezes nos séculos XVI e XVII. Napoleão II restabeleceu as faculdades de direito, letras e ciências entre 1805-1808. Durante a restauração borbónica, em 1815 a Faculdade de Letras foi suprimida (restabelecida em 1847) e a Faculdade de Direito em 1818 (restabelecida em 1824). A Escola de Farmácia e Medicina foi estabelecida em 1866 e se converteu na quarta faculdade em 1894.[12] Entretanto, nessa época a universidade tinha poucos estudantes e oferecia poucas titulações. O desenvolvimento das ciências na universidade foi favorecido pela transformação de Grenoble de uma cidade isolada nas montanhas em um importante fornecedor de técnicas e equipamentos elétricos na década de 1880.[12] As faculdades foram inauguradas formalmente como a Universidade de Grenoble em 1879 na, então recentemente construída, Place Verdun.[13]
O número de estudantes aumentou dos, aproximadamente 340 existentes em 1868, para 3 000 em 1930. O conceito de Établissement public à caractère scientifique, culturel et professionnel (EPCSP) desenvolveu-se à época de Edgar Faure como ministro da educação. Como resultado, a universidade foi dividida em diferentes organizações independentes em 1970 e tornou-se em dos maiores centros universitários da França com aproximadamente 60 000 estudantes em três grandes universidades. Em 2020, havia cerca de 9 000 estudantes internacionais matriculados, além de 8 000 pesquisadores externos convidados.[6]
A Divisão em Universidades distintas
Em 1970 foi dividida em várias instituições diferentes:
Grenoble I: Universidade Joseph Fourier (Université Joseph Fourier - UJF) (ciências, tecnologia, geografia, medicina e farmácia);
Grenoble III: Universidade Stendhal (Université Stendhal) (línguas, letras, linguagem e comunicação)
Grenoble-INP: Instituto Politécnico de Grenoble (Institut Polytechnique de Grenoble, antigo INPG: Instituto Nacional Politécnico de Grenoble) com cursos de engenharia. Trata-se igualmente de um estabelecimento de ensino superior com status de universidade: o Grenoble INP agrupa nove escolas de engenharia e diversos laboratórios de pesquisa, notabilizando-se pelo CENG, Centro de Estudos Nucleares de Grenoble e pelos laboratórios de Hidráulica e de Hidrologia. Além disso há alunos e professores de diversas nacionalidades, a exemplo dos professores brasileiros José M. de Azevedo Netto e Jorge Paes Rios.
Tal separação foi parcialmente abolida com a fusão das três principais universidades (Grenoble I, Grenoble II e Grenoble III) no ano de 2016, com INP ainda separado. Em 2020, o Instituto Politécnico de Grenoble, o Instituto de Estudos Políticos de Grenoble e a Escola de Arquitetura devem se fundir com a universidade para levar o nome de universidade integrada.[14]
Todavia, em questões mais objetivas, o fato é que as distintas instituições compartilhavam o mesmo campus e outras instalações. A partir de 2010 foi criado um projeto para a unificação das cinco organizações mas que ainda não se concretizou, portanto, a partir de 1970, o nome "Universidade de Grenoble" (Université de Grenoble) não se refere a uma instituição educativa com existência administrativa real.
↑O papa Bento XII, além desta bula, publica mais duas bulas confirmando a fundação da Universidade de Grenoble nos dias 27 de maio e 30 de setembro do mesmo ano de 1339.