Nascido em Sorrento, filho de Bernardo Tasso, um nobre de Bérgamo, sua mãe Porzia de Rossi era uma nobre da Toscana, que morreu em 1556, enquanto em 1558 a irmã escapou por pouco da morte quando os turcos atacaram Sorrento.[1]
É um dos clássicosrenascentistas, que aparece já na época decadente da literatura italiana. Após abandonar os estudos de jurisprudência, que iniciara em Pádua, entrou em 1565 para a corte dos Estenses, onde passou sete anos sem uma ocupação fixa. Por esse tempo já planejara e escrevia seu célebre poema, terminado só em 1575.
Assaltado, entretanto, por escrúpulos de ordem estética e, especialmente, religiosa, foi sempre adiando a publicação de sua obra. Agravando-se seu estado de escrúpulos, começou a dar mostras de descontrole mental, em 1576, e a mania de perseguição não tardou em torná-lo perigoso.[1] Esteve várias vezes recolhido em conventos e manicômios, e foi, numa dessas ocasiões, que lhe roubaram os manuscritos do seu poema, publicando-o sem sua autorização.
O poema suscitou vivas polêmicas, que ainda mais agravaram o estado do poeta. Doente e na miséria passou a mendigar proteção e favores ora numa corte, ora noutra, recebendo já no último ano de sua vida, a graça duma pensão papal, por intermédio do cardeal Pietro Aldobrandini. Em 1593 fez ainda aparecer seu poema revisado, sob o título de Gerusalemme conquistata.
Tasso escreveu em 1580 um soneto encomiástico a Luís de Camões ("buon Luigi"), como tributo ao poeta português, o único na Europa que Tasso dizia temer como rival.[3]
↑George Monteiro, The Presence of Camões: Influences on the Literature of England, America, and Southern Africa (1996), cap. 1: "Tasso's Legacy", p. 7.
As cartas de Torquato Tasso organizadas em ordem de tempo e ilustradas por Cesare Giusti, 5 voll., Florença, Felice Le Monnier, 1854-55: vol. 1, vol. 2, vol. 3, vol. 4, vol. 5.
Os diálogos de Torquato Tasso editados por Cesare Guasti, 3 vols., Florença, Felice Le Monnier, 1858-59: vol. 1, vol. 2, vol. 3.
As rimas de Torquato Tasso. Edição crítica sobre manuscritos e gravuras antigas editada por Angelo Solerti, 4 vols., Bolonha, em Romagnoli-Dall'Acqua, 1898-1902: vol. 1, vol. 2, vol. 3, vol. 4.