Segundo a lenda, morreu afogado ao tentar atravessar o rio Álbula, que passou então a se chamar Tiberino (ou Tibre), e do qual se tornou o deus protetor. Foi antepassado de Rômulo e Remo, fundadores da cidade de Roma.
Virgílio o descreve, no livro VIII da Eneida, com o aspecto de um ancião que surge entre as folhas dos álamos. Um tecido fino de linho o envolve com um manto esverdeado e juncos escuros cobrem seus cabelos. Aparece em sonho a Eneias e o tranquiliza sobre seu destino, anunciando-lhe a iminência do presságio da porca branca, que prefigura sobretudo a fundação de Alba Longa por Ascânio.
Dá a Eneias o conselho de procurar Evandro, rei dos árcades, e se unir a ele para vencer os rútulos de Turno e os latinos que se opõem a ele. O deus se apresenta como o Tibre azulado, o rio mais amado pelos deuses. Virgílio imagina que seu palácio fica na foz do rio. Para ele, o Tibre é o rei dos rios da Itália.
Sua festa anual (as Tiberinalia) era celebrada em 8 de dezembro, aniversário da fundação do templo do deus na ilha Tiberina e era um rito de purificação e propiciatório. É uma das divindades itálicas mais antigas.
Referências
Tito Lívio, História de Roma desde a sua fundação, I, 3.8