The Line (em árabe: ذا لاين; em português: A Linha) é uma cidade inteligente linear[1] em construção desde abril de 2022 em Neom, na região Tabuque, Arábia Saudita,[2] cuja principal premissa é a inexistência de ruas e carros e, também, o uso exclusivo de energias limpas.[3][4][5][6] A cidade de 170 quilômetros de extensão faz parte do projeto Saudi Vision 2030, que o governo saudita afirma que criará cerca de 460 mil empregos e adicionará cerca de 48 bilhões de dólares ao PIB do país.[3] A Linha está planejada para ser o primeiro desenvolvimento de um projeto de 500 bilhões de dólares em Neom.[7] Os planos da cidade preveem uma população de 9 milhões.[8] Os trabalhos de escavação foram iniciados ao longo de toda a extensão do projeto em outubro de 2022.
O projeto tem enfrentado críticas sobre seu impacto no meio ambiente e na população atual da área, bem como dúvidas sobre sua viabilidade tecnológica e econômica.
História
Num ambiente internacional no qual o uso de energias renováveis é tão importante, um dos principais produtores mundiais de hidrocarbonetos, Arábia Saudita, começou a criar um plano estratégico para diversificar o negocio e começar a deixar de depender do petróleo. Esse objetivo, junto a outros, fez parte do plano conhecido como Saudi Vision 2030. Tal plano incluía a criação de uma nova zona econômica, batizada como NEOM, projetada para ser feita no Golfo de Acaba do mar Vermelho, devido a sua proximidade com a fronteira com o Egito e Jordânia. Por outro lado, em 2018, o país saudita era um dos mais contaminantes do mundo, chegando a emitir 624.987 quiilotoneladas de CO2.[9]
Em janeiro de 2011, o príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, anunciou publicamente a criação da primeira cidade do país livre de emissões de CO2, com um design linear, de onde se origina seu nome, a fim de evitar a existência de ruas.[3]
(the city) "It will be powered by 100 percent clean energy, providing pollution-free, healthier and more sustainable environments for residents."
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(A cidade) "Funcionará com energia 100% limpa, proporcionando ambientes livres de contaminação, mais saudáveis e mais sustentáveis para os residentes".
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Estrutura
Ao longo da história, a medida que os humanos têm tido a necessidade de se agrupar em quantidades maiores para viver, relacionar-se, proteger-se ou estabelecer comércio, têm surgido diferentes morfologias, como a planta ortogonal, planta radioconcêntrica ou a planta irregular. Todas elas, têm em comum uma expansão a partir dos seus núcleos até o exterior. Por essa razão, uma das principais características é sua forma linear. Concretamente, e a fim de criar uma cidade completamente feita para pedestres e sem ruas, decidiu-se construí-la no formato de uma linha totalmente reta ao longo de 170 km pelo deserto, começando às margens do mar Vermelho. Este formato particular, segundo o próprio príncipe, reduziria também o impacto ambiental no entorno, assegurando que "preserva 95% da natureza".[10]
Outra das particularidades é o desenho em três andares, começando pela camada superior para pedestres, a primeira camada subterrânea para os serviços e a segunda e última camada onde se situará a rede de transporte de alta velocidade que conectaria a cidade de uma ponta a outra. Mediante a conta oficial do governo, foi assegurado que em comparação com as morfologias habituais das cidades, adotar a forma retilínea garante que seus habitantes não demorem mais de 20 minutos no transporte ultrarrápido[11] para chegar ao ponto mais distante de todos, ao mesmo tempo que não se demoraria mais de 5 minutos a pé de todos os serviços essenciais.[12]
Ao longo dos 170Km, The Line vai cruzar de ponta a ponta as quatro zonas ecológicas da região econômica NEOM,[13] as quais marcarão as particularidades y contorno de cada ponto da cidade dependendo da região que atravesse. Tocando o mar Vermelho, a primeira parte que cruza a cidade é a zona costeira, destacando os complexos de entretenimento e turismo ligados às atividades aquáticas e diversão. A partir desse ponto, a cidade se estende até cruzar a zona desértica, a montanhosa inferior e a superior.
Referências
Ligações externas