Na teoria da complexidade computacional o teorema do intervalo é um importante teorema sobre a complexidade de funções computáveis.[1]
O teorema afirma que, essencialmente, existem grandes intervalos computáveis na hierarquia das classes de complexidade. Para qualquer função computável que represente um aumento em recursos computacionais, pode-se encontrar um limite do recurso tal que o conjunto das funções computáveis dentro do limite do recurso expandido é o mesmo que o conjunto das computáveis dentro do limite original.
O teorema foi inicialmente descoberto e provado por Boris Trakhtenbrot em 1964, que o publicou em russo e como resultado, recebeu pouca atenção na época da Guerra Fria.[2] Oito anos mais tarde, o mesmo teorema foi publicado por Allan Borodin em 1972 em inglês e recebeu grande atenção, e como resultado, foi chamado de teorema do intervalo de Borodin.[3]
Teorema do intervalo
A forma geral do teorema é a seguinte.
- Suponha que é uma medida de complexidade abstrata (Blum). Para qualquer função computável total g para o qual para todo , existe uma função computável total t de tal forma que em relação a , as classes de complexidade com funções limitantes e são idênticas.
O teorema pode ser provado usando os axiomas de Blum sem qualquer referências a um modelo computacional concreto, então ele se aplica a tempo, espaço ou qualquer outra medida de complexidade razoável.
Para o caso especial da complexidade de tempo, o teorema pode ser estabelecido de forma mais simples como:
- para qualquer função computável total tal que para todo , existe um limite de tempo tal que .
Como o limite T(n) pode ser bastante grande (e frequentemente será não-construível) o teorema do intervalo não implica nada que seja interessante para classes de complexidade como P ou NP, e não contradiz o teorema de hierarquia de tempo ou o teorema de hierarquia de espaço.
Veja também
Referências