A temporada de ciclones no Pacífico sul de 2007-08 foi uma das temporadas de ciclones tropicais menos ativos do Oceano Pacífico Sul, com apenas quatro ciclones tropicais que ocorrem no Sul da bacia do Pacífico, a leste de 160° E.[1][2] A temporada oficialmente decorreu de 1 de novembro de 2007 até 30 de abril de 2008, embora o primeiro ciclone a Depressão Tropical 01F, desenvolveu-se em 17 de outubro. O ciclone tropical mais intenso da temporada foi o Ciclone Tropical Daman, que atingiu uma pressão mínima de 925 hPa (27.32 inHg). Após o fim da temporada, os nomes Daman, Funa e Gene foram retirados das listas de nomes dos ciclones tropicais.[3]
A temporada ciclônica de 2007-08 no Pacífico sul foi normal, com 16 ciclones tropicais, 4 ciclones tropicais nomeados (aqueles que apresentaram ventos máximos sustentados superiores a 63 km/h) e 3 ciclones tropicais intensos. O ciclone tropical Daman foi o mais intenso ciclone da temporada, mas causou apenas danos mínimos em Fiji. Dentre todos os ciclones da temporada, o ciclone Gene tem o maior destaque. Gene atingiu as ilhas Fiji, causando 7 fatalidades. Outros ciclones com destaque são os ciclones Funa e Elisa.
O sistema começou a ser atingido duramente por ventos de cisalhamento e no final de 18 de Outubro, a depressão se enfraqueceu para uma perturbação tropical.[6] No dia seguinte, a perturbação se enfraqueceu para uma área de baixa pressão remanescente e logo depois se dissipou.[7]
Em 20 de Novembro, uma área de distúrbios meteorológicos formou-se a oeste da Linha Internacional de Data. Logo depois, o CMRE de Nadi classificou este sistema como a perturbação tropical 02F.[8] A perturbação continuou a se fortalecer e depois, ainda no mesmo dia, o sistema se tornou uma depressão tropical.[9]
Entretanto, suas áreas de convecção associadas eram desorganizada,e, juntamente com ventos de cisalhamento desfavoráveis e águas frias, o sistema se enfraqueceu. Em 22 de Novembro, o CMRE de Nadi emitiu seu último aviso sobre o sistema.
Em 22 de Novembro, uma área de distúrbios meteorológicos formou-se próximo do limite da área de responsabilidade do CMRE de Nadi. Logo depois, esta área tornou-se consolidou e tornou-se a perturbação tropical 03F.[10] O sistema fortaleceu-se lentamente e em 25 de Novembro, a perturbação tornou-se uma depressão tropical.[10]
O sistema manteve sua intensidade por vários dias, mas em 28 de Novembro o sistema se enfraqueceu, tornando-se uma perturbação tropical. A tendência de enfraquecimento continuou e o sistema se enfraqueceu para uma área de baixa pressão remanescente em 29 de Novembro, quando o CMRE de Nadi emitiu seu último aviso sobre o sistema.
Entretanto, em 30 de Novembro, a área de baixa pressão se regenerou e o CMRE recomeçou a emitir avisos sobre o mesmo sistema, classificando-o novamente como uma perturbação tropical. A intensificação continuou e a perturbação tornou-se novamente uma depressão tropical. O sistema começou a deslocar-se mais rapidamente para sudeste, movendo-se sobre águas frias.
Este fator em conjunção com o aumento dos ventos de cisalhamento causaram o enfraquecimento das áreas de convecção profunda e o enfraquecimento subseqüente do sistema.[11] O CMRE de Nadi emitiu seu último aviso sobre o sistema em 2 de Dezembro assim que a tempestade ficou desorganizada, com seu centro muito exposto devido aos ventos de cisalhamento.[12]
Entretanto, a intensificação foi de curta duração e Daman começou a se enfraquecer assim que passou ao norte de Fiji.[17] Daman continuou a se enfraquecer e em 8 de Dezembro, o centro de Daman ficou exposto e quase todas as áreas de convecção estavam a leste do sistema devido aos ventos de cisalhamento.[18] No começo da madrugada de 9 de Dezembro, o CMRE de Nadi "rebaixou" Daman para uma depressão tropical ao mesmo tempo em que o JTWC emitiu seu último aviso sobre o sistema. Segundo o JTWC, a justificativa de não emitir mais avisos regulares é devido à falta de áreas de convecção de ar no sistema.[19] Então, o CMRE de Nadi emitiu também seu último aviso sobre o sistema em 10 de Dezembro.[20]
No começo da madrugada de 11 de Dezembro, uma área de distúrbios tropicais que estava localizada perto de Samoa Americana foi classificada como a depressão tropical "05F" pelo Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Nadi, Fiji.[21]
Entretanto, o sistema não fortaleceu-se assim que afetou o sul das Ilhas Cook. O CMRE de Nadi emitiu seu último aviso sobre o sistema em 15 de Dezembro.[20]
No começo da madrugada de 26 de Dezembro, uma área de distúrbios meteorológicos ao sul das Ilhas Cook foi classificado como a perturbação tropical 06F.[22] Entretanto, o sistema não fortaleceu-se, pois estava sobre águas frias.[23]
O CMRE de Nadi emitiu seu último aviso sobre a perturbação em 28 de Dezembro assim que o sistema deixava a área de responsabilidade da agência meteorológica.[24]
Em 6 de Janeiro, o Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Nadi, Fiji, começou a emitir avisos regulares sobre uma área de baixa pressão tropical próximo a Linha Internacional de Data.[25] No começo da manhã do dia seguinte, o sistema foi classificado como uma depressão tropical mesmo apresentando um centro altamente exposto e estando num sistema com fortes ventos de cisalhamento.[26] Porém, estes ventos de cisalhamento se enfraqueceram assim que a depressão movia-se para o sul e posteriormente para sul-sudeste. Em 10 de Janeiro, o CMRE de Nadi classificou o sistema como o ciclone tropical Elisa.[27] Pouco depois, o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical '11P'.[28] Ainda no mesmo dia, Elisa alcançou seu pico de intensidade, com ventos de 95 km/h.[29]
A partir deste momento, Elisa começou a se enfraquecer rapidamente assim que encontrou ventos de cisalhamento e águas frias[30] e no dia seguinte, o CMRE de Nadi e o JTWC emitiram seus últimos avisos sobre o sistema.[30]
Em 9 de Janeiro, O Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Nadi, Fiji, classificou uma área de baixa pressão tropical perto de Vanuatu como a depressão tropical 08F.[31] Nos dias seguintes, a depressão moveu-se erraticamente sobre o Oceano Pacífico sul e em 11 de Janeiro, o sistema começou a se deslocar para oeste-sudoeste.
Entretanto, a depressão não fortaleceu-se e dissipou-se em 15 de Janeiro.[32]
Em 12 de Janeiro, uma área de distúrbios tropicais formou-se a nordeste de Nova Caledônia. Aos poucos, essa área organizou-se e em 16 de Janeiro, o CMRE de Nadi classificou o sistema como uma depressão tropical.[35] Poucas horas depois, O CMRE de Nadi classificou novamente o sistema como o ciclone tropical Funa, a terceira tempestade nomeada da temporada de 2007-08, assim que movia-se para leste, em direção a Vanuatu.[36] No dia seguinte, Funa intensificou e tornou-se um ciclone de categoria 2 na escala australiana, ou um furacão de categoria 1 na escala de furacões de Saffir-Simpson assim que começou a rumar para leste-sudeste e para sudeste. Em 18 de janeiro, formou-se um olho no centro de Funa. No mesmo dia, Funa começou a sofrer rápida intensificação e no final daquele dia, já era considerado um ciclone equivalente a um furacão de categoria 3 na escala de furacões de Saffir-Simpson.[37]
Assim que Funa moveu-se para o sul, encontrou águas frias e rapidamente começou a se enfraquecer. A interação com águas frias e ventos de latitude média causou o começo da transformação de Funa para um ciclone extratropical.[38] Já como um sistema extratropical, Funa atingiu a Ilha Norfolk, mas não causou danos. Logo após, Funa começou a seguir para sul e posteriormente sudeste, indo em direção à Nova Zelândia.
Uma área de distúrbios meteorológicos formou-se a leste de Samoa Americana e em 21 de Janeiro, o CMRE de Nadi, Fiji, classificou este sistema como uma depressão tropical.[39]
Em 23 de Janeiro, o CMRE de Nadi retirou a designação "tropical", pois os ventos mais fortes estão já afastados do seu centro, subentendendo-se que o sistema tenha se tornado uma depressão subtropical.[40]
Movendo-se rapidamente para sul-sudeste, a depressão encontrou águas frias e rapidamente ficou pouco definida e logo depois se dissipou.[41]
Em 26 de Janeiro, o Serviço Meteorológico de Fiji classificou uma área de distúrbios meteorológicos como a depressão tropical 12F. No dia seguinte, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical 15P.[42] Mais tarde naquele dia, o Serviço Meteorológico de Fiji classificou a depressão como o ciclone tropical Gene.[43] Durante a sua passagem em Fiji, Gene causou a morte de 6 pessoas e causou muitos danos nas duas ilhas principais do país.[44] Em 30 de Janeiro, O CMRE de Nadi classificou Gene como um ciclone tropical intenso.[45] Em 1º de Fevereiro, Gene alcançou o pico de intensidade, com ventos constantes de 165 km/h assim que começou a seguir para o sul.
Adentrando uma área com ventos de cisalhamento moderados, Gene começou a se enfraquecer ligeiramente.[46] Em 4 de Fevereiro, Gene encontrou ventos de média latitude e águas frias. Como resultado, Gene começou a se transformar um sistema extratropical. Em 6 de Fevereiro, Gene finalizou a sua transformação para um ciclone extratropical.[47]
No entanto, no dia seguinte, o alerta foi cancelado assim que o sistema seguiu rapidamente para o sul e adentrou a zona baroclínica, tornando-se um ciclone extratropical.[49]
Uma área de distúrbios meteorológicos a oeste de Vanuatu foi classificada pelo Centro Meteorológico Regional Especializado (CMRE) de Nadi no final de 19 de Março como a perturbação tropical 14F.[50] Logo em seguida, o CMRE de Nadi classificou a perturbação como a depressão tropical 14F.[51] Em 20 de Março, o Joint Typhoon Warning Center (JTWC) emitiu um alerta de formação de ciclone tropical (AFCT) sobre o sistema em desenvolvimento. Horas depois, o JTWC começou a emitir avisos regulares sobre o ciclone tropical 24P.[52] No dia seguinte, a depressão atingiu a porção noroeste de Nova Caledônia.
A circulação ciclônica de baixos níveis interagiu com os terrenos montanhosos da ilha e, com a associação de ventos de cisalhamento e águas mais frias, a depressão começou a se enfraquecer. No final de 21 de março, o JTWC emitiu seu último aviso sobre a depressão,[53] enquanto que o CMRE de Nadi desclassificou-no numa perturbação tropical. em 23 de Março, o CMRE de Nadi emitiu seu último aviso sobre o sistema.
No entanto, os ventos de cisalhamento aumentaram dramaticamente[57] e o JTWC emitiu seu último aviso sobre o sistema na madrugada (UTC) de 19 de Abril.[58] O CMRE de Nadi fez o mesmo no dia seguinte.
A tabela a direita mostra a Energia ciclônica acumulada (ECA) para cada ciclone tropical formado durante a temporada. A ECA é, de forma abrangente, uma energia medida da tempestade multiplicada pelo tempo em que a mesma existiu. Quanto mais tempo dura e quanto mais forte a tempestade, a mesma terá uma ECA maior. A ECA somente é calculada para aqueles sistemas que alcancem força de tempestade tropical, ou seja, sistemas cujos ventos alcancem 63 km/h ou mais.
Nomes das tempestades
Áreas de baixa pressão de escala sinótica que se formam sobre águas quentes são nomeados a qualquer momento, desde que análises via Técnica Dvorak indicassem ventos fortes perto do centro do sistema. Diferente do padrão atlântico, um sistema tropical não nomeado poderá ter ventos fortes em um ou mais quadrantes, mas nunca perto do centro.[3]
Ciclones tropicais que se formam entre os meridianos 160°E e 120°W são monitorados pelo Serviço Meteorológico de Fiji (SMF). Nunca foi observado a formação de um ciclone tropical a leste do meridiano 120°W e a costa oeste da América do Sul.[60] Se futuramente um ciclone tropical se formar nesta região, é incerto como ele será monitorado.
Os nomes são dados em listas sequenciais. Estão sendo mostrados abaixo apenas os quatro nomes usados na temporada de 2007-08.[61]
↑RSMC Nadi — Tropical Cyclone Centre; Fiji Meteorological Service (8 de dezembro de 2008). Tropical Cyclone Seasonal Summary 2007-08 (Relatório). World Meteorological Organization. Consultado em 26 de fevereiro de 2012