A temporada de 2020 foi a primeira em que a franquia dos Raiders jogará em Las Vegas, sendo que o time tinha jogado as vinte e quatro temporadas anteriores em Oakland, se tornando o primeiro time da NFL a se basear em Nevada.[3]
A intertemporada deste ano foi marcada pela movimentação de grandes nomes na free agency (como Tom Brady e Philip Rivers) e ainda as incertezas geradas pela pandemia do COVID-19, que gerou alterações nas negociações das equipes com os atletas e atrasou reuniões da liga. Por exemplo, pela primeira vez na história, o draft da NFL não foi realizado presencialmente mas totalmente online, para evitar aglomerações. A liga também deixou em aberto atrasar o começo da temporada, caso a pandemia não tenha passado até este ponto.[4][5] Outro ponto de contenda foi a questão dos protestos por igualdade racial que os Estados Unidos passavam em 2020. A liga, ao contrário de outros anos, tomou medidas mais brandas e permitiu que qualquer atleta protestasse durante o hino nacional, por exemplo. Os times também tomaram medidas próprias, realizando iniciativas para combater discriminação racial e o preconceito. Muitos elogiaram a postura da NFL, mas outros criticaram, muitos por acharem os protestos desnecessários ou "anti-patrióticos", enquanto outros julgavam as medidas como insuficientes.[6]
Novo acordo coletivo de trabalho
Em março de 2020, a liga e a associação de jogadores acertaram um novo acordo coletivo de trabalho (CBA) que valerá até 2030.[7] O antigo acordo havia sido assinado durante o lockout de 2011 e a liga se moveu para negociar rápido um novo entendimento para evitar uma potência greve de jogadores.[8]
Entre as várias alterações propostas no novo acordo estão:[9]
expansão dos playoffs de 12 para 14 times ainda na temporada de 2020.
expansão de 16 para 17 jogos na temporada regular, começando em 2021, com uma correspondente redução da pré-temporada de quatro para três jogos.
os jogadores receberão cerca de 48% dos lucros da liga a partir de 2021 (um aumento em relação aos 47% do antigo acordo), que aumentaria para 48,8% quando a temporada regular aumentar sua duração para dezessete jogos.
o elenco de jogadores durante a temporada regular é expandido de 53 para 55 jogadores, permitindo mais dois jogadores na lista dos ativos em dias de jogos. Isso é acompanhado de uma acentuada alteração (para cima) no teto salarial da liga.
redução na janela de testes anti-drogas da liga de quatro meses para duas semanas antes do começo do training camp e eliminação de suspensões automáticas baseadas somente em testes positivos.
um "tomador de decisões neutro" substituirá o Comissário da NFL no julgamento da maioria dos casos disciplinares.
Mudanças nas regras
Mudanças permanentes anunciadas antes da temporada
As seguintes mudanças nas regras para a temporada de 2020 foram aprovadas em reunião dos donos de times da NFL em maio de 2020:[10]
Extensão de proteção de jogador indefeso para os retornadores de chutes (punt e/ou kick) que têm posse da bola mas não teve tempo de evitar ou impedir contato iminente com o oponente.
Tornou-se permanente a expansão das revisões de replays automáticos para incluir jogadas que terminam em pontuação ou turnovers negados por falta, e qualquer tentativa de tentativa bem ou malsucedida. Por outro lado, revisão de replays de interferência de passe não é renovado.
Impedir que as equipes cometam múltiplas faltas com bola morta no quarto período ou na prorrogação enquanto o relógio está correndo na tentativa de manipular o relógio do jogo. O relógio agora começa no snap após a falta com bola morta. Isso tem sido conhecido como "a regra Bill Belichick" devido ao seu uso desta tática.[11]
As equipes podem trazer de volta três jogadores da reserva de machucados após perder oito jogos, sendo que anteriormente eram dois jogadores.
Regras temporárias para a temporada 2020
As seguintes alterações de regra temporárias foram feitas em 9 de setembro e só estarão em vigor em 2020 e possivelmente em 2021 se os protocolos COVID-19 permanecerem em vigor:[12]
Um jogador lesionado pode retornar depois de três jogos perdidos, sendo que anteriormente eram oito.
As equipes podem devolver um número ilimitado de jogadores da reserva de machucados ao longo do ano, em vez do limite normal de três.
Times de treinamento (practice squads) podem incluir até 16 jogadores por time, ao invés dos 12 normalmente.
Após as 16h00 ET no jogo de quinta-feira, um time pode designar até quatro jogadores do practice squad como "protegidos", o que significa que eles não estão autorizados a assinar com outra equipe até que sua equipe atual jogue o próximo jogo.
A liga estabeleceu uma lista de jogadores chamada de "reserva de COVID-19", que é onde jogadores que testaram positivo para COVID-19 ou foram expostos a alguém com sintomas de COVID são incluídos. Não existe um período mínimo de tempo que um jogador deve permanecer nesta lista, sendo que ele só é dispensado da lista e aprovado para jogar quando recebe uma licença médica aprovando tal movimento.
A liga administra os testes de COVID-19 para todos os jogadores e outros funcionários essenciais todo dia da temporada regular, exceto em dias de jogos.
Qualquer jogador que está na escalação de um time na Semana 1 ganhará uma temporada acumulada para a free agency enquanto ele está com status de receber salário integralpara pelo menos um jogo da temporada regular, quando anteriormente eram seis.
Efeitos da Pandemia de COVID-19
O desenrolar da Pandemia de COVID-19 nos Estados Unidos gerou várias alterações na programação da NFL na hora de retomar suas atividades. Primeiramente, contratos e negociações foram firmados à distância e o draft de 2020 foi o primeiro a ser realizado virtualmente.[13] O training camp dos times começou sofrendo um pequeno atraso mas aconteceu no mês de julho, como de costume. Contudo, ações proativas foram tomadas, incluindo o uso de máscaras, testes para detectar a infecção pelo vírus e outras medidas higiênicas. Mesmo assim, a forma como o training camp se desenrolou foi diferente para cada time, cada um se adaptando a realilidade do local onde os treinamentos aconteciam e o andamento da pandemia em seus respectivos estados.[14] Medidas também foram tomadas para evitar que os jogadores transitassem muito, com os treinamentos e reuniões se restringindo as instalações de cada equipe.[15]
Outro ponto de contingência entre a liderança da NFL, os donos e, principalmente, os jogadores, foi a pré-temporada. O Pro Football Hall of Fame Game, o primeiro jogo do ano (marcado para 6 de agosto), foi cancelado.[16] Os jogadores, através do seu sindicato (a NFLAP), queriam que todos os jogos de pré-temporada fossem cancelados, mas a NFL queria manter ao menos uma partida. Os atletas e membros das organizações também questionavam a falta de transparência da liga em divulgar quais medidas de segurança e higienização estavam sendo tomadas para que a temporada começasse, com a liga atrasando a promulgação das medidas que tomaria para garantir a segurança e saúde dos jogadores. Em 3 de julho, representantes da NFLPA votaram em favor de cancelar todos os jogos de pré-temporada. A NFL, inicialmente, não confirmou tal medida,[17] mas acabou acatando pouco depois.[18]
Já para a temporada regular, o calendário oficial foi divulgado em 7 de maio.[19] Apesar do medo com relação ao COVID-19, a liderança da NFL afirmou que o calendário da temporada iria prosseguir normalmente, com seus dezessete jogos, mas medidas de contenção já haviam sido firmadas caso algo inesperado acontecesse.[20] Entre algumas medidas tomadas estava o cancelamento dos jogos internacionais (que ocorreriam em Londres e na Cidade do México),[21] coordenação e simultaneidade nas semanas de folga, medidas para que os times não viajassem tantos e estádios com lotação mínima, para evitar aglomerações.[22][23] Além disso, por política imposta pela NFL, dentro dos estádios houve a obrigatoriedade do uso de máscaras. Cada time também, a critério, tomaram medidas e estabeleceram protocolos próprios para lidar com a realidade que suas regiões enfrentavam com relação a pandemia.[24] Para os jogadores, individualmente, a liga ofereceu a eles a opção de não jogar na temporada regular devido a preocupações com o COVID-19, não recebendo o salário integral mas uma parcela de $350,000 dólares. Quando o prazo para desistência foi alcançado no começo de agosto, cerca de 67 jogadores haviam anunciado que não jogariam a temporada em 2020.[25]
Quando a temporada regular começou, a NFL adotou uma série de medidas para garantir a segurança dos jogadores e dos seus empregados em meio a pandemia do COVID-19. Estádios total ou parcialmente vazios, distanciamento social, uso de máscaras e substâncias higienizadoras foram extensamente usadas. Testes regulares contra o vírus também se tornariam padrão pelo ano. A liga também, em conjunto com órgãos de saúde e a associação de jogadores, continuou a engrossar suas medidas de proteção ao longo do ano.[26]
No final da temporada e do Super Bowl, a NFL fez um balanço geral das suas medidas e afirmou que tudo ocorreu dentro dos conformes. No total, cerca de 959 860 testes foram aplicados, entre os dias 1 de agosto de 2020 e 6 de janeiro de 2021. Exatamente 262 jogadores e 464 funcionários da liga e das equipes testaram positivo. No final, nenhum jogo foi cancelado, embora alguns tiveram que ter seus horários e dias mudados.[27]
Classificação
V = Vitórias, D = Derrotas, E = Empates, PCT = porcentagem de vitórias, PF= Pontos feitos, PS = Pontos sofridos[28]
Classificados para os playoffs estão marcados em verde
Os playoffs da temporada de 2020-21 começaram em 9 e 10 de janeiro de 2021 na rodada de repescagem (Wild Card). Sob o novo Acordo Coletivo de Trabalho (ou CBA, em inglês), a pós-temporada foi expandida para englobar 14 times ao todo. A partir deste ano, haveria três times de wild card por conferência e apenas o melhor time na conferência teria uma semana de folga. Foram três jogos em cada um dos dois dias.[29]
A rodada de divisão aconteceu entre 16 e 17 de janeiro. O time mais forte na conferência pegou o time que se qualificou com a pior campanha, com os demais times se enfrentando normalmente. Os vencedores destes jogos avançaram para as Finais de Conferência, que aconteceram em 24 de janeiro. O Super Bowl LV aconteceu em 7 de fevereiro, no Raymond James Stadium, em Tampa, Flórida.
No caso da pandemia de COVID-19 forçar jogos de temporada regular ou de playoffs a serem atrasados, a semana de folga após as finais de conferência poderiam ser eliminadas e o Super Bowl poderia ser adiado para o final de fevereiro.[30] Em outubro, a liga aprovou um plano de contingência para adicionar uma "Semana 18" para o cronograma da temporada regular para acontecer no começo de janeiro se algum jogo "significativo" fosse adiado.[31] Isso forçaria o atraso em cada semana da pós-temporada para o fim de semana seguinte e eliminaria a semana de folga entre as finais de conferência e o Super Bowl.[31] Um outro plano, onde o formato antigo de 16 times na pós-temporada, também foi firmado caso fosse necessário. Porém, nenhuma rodada foi atrasada devido a pandemia e os playoffs seguiram normalmente.[32]
O Pro Bowl de 2021 deveria acontecer em 31 de janeiro, no Allegiant Stadium, em Paradise, Nevada. Contudo, em 14 de outubro, o jogo acabou sendo cancelado devido a preocupações com a pandemia de COVID-19. O elenco do Pro Bowl escolhido na temporada de 2020 foi divulgado em 21 de dezembro e a liga realizou um evento virtual para homenagear os jogadores escolhidos. Os jogadores selecionados participaram de uma transmissão de um jogo de videogame Madden NFL 21.[33] Esta foi a primeira vez desde 1949 em que uma temporada não têm um jogo de Pro Bowl sendo disputado.[34]