Templo de Heliogábalo, conhecido também como Elagabálio (em latim: Elagabalium), foi um templo romano construído pelo imperador Heliogábalo no canto nordeste do Monte Palatino. Durante o seu reinado, de 218 a 222, este templo foi o centro de um controverso culto religioso ao Sol Invicto do qual o próprio imperador é o sumo-sacerdote.
História
O templo era uma estrutura colunada com cerca de 70 x 40 metros de frente para o Coliseu. A plataforma sobre a qual ele foi construído foi originalmente criada na época de Domiciano (r. 81-96) e pode ter sido um templo dedicado a Júpiter.[1] Este terraço ainda pode ser visto no local.
Quando Heliogábalo se tornou imperador, em 218, o templo foi ampliado e rededicado o deus Heliogábalo, o patrono de sua cidade natal, Emesa, na Síria.[2] O imperador rebatizou-o de Sol Invicto e pessoalmente passou a liderar seu culto. Sua personificação era uma pedra negra cônica, que alguns sugerem ter sido um meteorito.[3]
Depois que Heliogábalo foi assassinado, em 222, o templo foi novamente dedicado a Júpiter por Alexandre Severo. Um segundo templo, menor, dedicado a Heliogábalo foi construído no local onde está hoje a igreja de Santa Croce in Gerusalemme.
Culto de Heliogábalo
A partir do reinado de Sétimo Severo, a adoração ao sol aumentou por todo o Império Romano,[4] o que Heliogábalo percebeu como uma oportunidade para consolidar o seu próprio deus, Heliogábalo, como divindade maior do panteão romano. Rebatizado como Sol Invicto, ele foi posicionado acima até mesmo de Júpiter.[5] Como sinal da união entre duas religiões, Heliogábalo determinou que Astarte, Minerva ou Urânia (ou uma combinação entre elas) seria esposa do Sol Invicto.[6] Herodiano escreveu que Heliogábalo forçava senadores a assistirem enquanto ele dançava ao redor do altar do Sol Invicto ao som de tambores e címbalos.[2] O solstício de verão foi transformado num grande festival ao Sol Invicto, muito popular por causa da ampla distribuição de comida.[6] Durante este festival, Heliogábalo colocava o Sol Invicto numa carruagem decorado com ouro e jóias e desfilava pela cidade atirando presentes para a multidão[6]:
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Depois de levar o deus de volta e de o colocar no templo, Heliogábalo realizava os rituais e sacrifícios descritos acima; então, escalando as enormes e espaçosas torres que ele havia construído, ele atirava, de forma indiscriminada, copos de ouro e prata, roupas e tecidos de todos os tipos para a massa abaixo.
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As mais sagradas relíquias da religião romana foram transferidas de seus respectivos santuários para o Templo de Heliogábalo, incluindo a grande estátua da Grande Mãe, o fogo das vestais, os escudos sagrados dos sálios e o Paládio.[7] Historiadores antigos relatam casos de sacrifício humano no templo, geralmente envolvendo crianças coletadas por toda a Itália nas famílias mais ricas e nobres.[8][9] Os excessos religiosos do reinado de Heliogábalo certamente contribuíram para sua derrocada. Em 11 de março de 222, ele foi assassinado por sua própria Guarda Pretoriana e substituído por seu primo, Alexandre Severo. Seus éditos religiosos foram revertidos e todas as relíquias foram devolvidas para seus templos originais[10]
Referências
- ↑ Van Zoonen, Lauren. «Temple of Elagabal» (em inglês). Livius.org. Arquivado do original em 16 de abril de 2007
- ↑ a b Herodiano, História Romana V.5
- ↑ Herodiano, História Romana V.3.5
- ↑ Halsberghe, Gaston H. (1972). The Cult of Sol Invictus. Leiden: Brill. p. 36
- ↑ Dião Cássio, História Romana LXXX.11
- ↑ a b c d Herodiano, História Romana V.6
- ↑ História Augusta, Vida de Heliogábalo I.3
- ↑ História Augusta, Vida de Heliogábalo I.8
- ↑ Dião Cássio, História Romana LXXX.11.3
- ↑ Herodiano, História Romana VI.1
Ligações externas