Sistema operacional em disco ou sistema operativo em disco (Disk Operating System, especificamente, e disk operating system, genericamente, mais frequentemente abreviados como DOS em inglês), refere-se ao software de sistema operacional usado na maioria dos computadores e que provê a abstração e gerenciamento dos dispositivos de armazenamento secundário e as informações neles contidas (por exemplo, sistemas para organização dos arquivos de todos os tipos). Tal software é referido como um sistema operacional de disco quando o dispositivo de armazenamento que ele gerencia possui discos rotativos (tais como HDs ou disquetes).[1]
Nos primórdios da microcomputação, o espaço de memória RAM era bastante limitado, de forma que o sistema operacional em disco era uma extensão do sistema operacional. Este componente era carregado somente quando necessário. Do contrário, o acesso ao disco ficaria limitado às operações de baixo nível, tais como ler e escrever setores de disco.
Em alguns casos, o componente sistema operacional em disco (ou mesmo o sistema operacional) era conhecido como DOS. Em outros casos, a expressão sistema operacional em disco poderia referir-se ao sistema operacional inteiro se este fosse carregado de um disquete e suportasse a abstração e o gerenciamento de dispositivos de disco. Entre os exemplos, estão o DOS/360 e FreeDOS. Na plataforma dos PC compatíveis, uma família inteira de sistemas operacionais foi denominada DOS.
Tanto HDs quanto acionadores de disquete exigem um software capaz de gerenciar o acesso rápido aos blocos de armazenamento de dados. Num tempo em que microcomputadores raramente possuíam acionadores de qualquer tipo (por conta de seu preço elevado), a necessidade de ter tal software (o sistema operacional em disco) representava um sinal de grande prestígio. A medida em que os preços tanto do hardware dos acionadores quanto dos sistemas operacionais começaram a baixar, surgiram muitos sistemas desse tipo para microcomputadores.
Geralmente, um sistema operacional em disco era carregado a partir de um disquete. Somente algumas poucas exceções não seguiam esta regra; entre elas, o Disc Filing System (DFS), opcional para o BBC Microbritânico, oferecido como um kit com um chipcontrolador de disco, um chip de ROM e um punhado de chips lógicos para serem instalados dentro do computador, e o CBM DOS da Commodore, firmware armazenado num chip de ROM em cada acionador de disquete.
Exemplos de sistemas operacionais em disco que eram extensões do SO
O sistema operacional DOS para a família de computadores Apple II. Foi o principal sistema operacional para esta linha a partir de 1979, com a introdução dos acionadores de disco, até 1983 quando foi lançado o ProDOS; muitos usuários, todavia, continuaram usando-o muito depois desta data. Geralmente, era chamado de Apple DOS para diferenciá-lo do MS-DOS.
O Commodore DOS, que foi usado por microcomputadores Commodore de 8 bits. Diferentemente de outros sistemas DOS, ele era integrado aos acionadores de disco, não carregado na própria memória do computador.
O Atari DOS, o qual foi usado por microcomputadores da família Atari de 8 bits. O SO Atari somente oferecia acesso de baixo nível aos discos, de forma que uma camada extra denominada DOS tinha de ser carregada de um disquete para oferecer funções de alto nível, tais como sistemas de arquivos.
O MSX-DOS, para o padrão MSX. A versão inicial, lançada em 1984, não era nada mais que o DOS 1.0 portado para o Zilog Z80; mas, em 1988, evoluiu para a versão 2.0, oferecendo facilidades tais como subdiretórios, gerenciamento de memória e variáveis de ambiente. O núcleo do MSX-DOS residia numa ROM (embutida no controlador de disco), de modo que a capacidade de acesso básica de arquivos estava disponível mesmo sem o interpretador de comandos, através de comandos estendidos do BASIC.
O Disc Filing System (DFS), componente opcional para o BBC Micro, oferecido como um kit com um chipcontrolador de disco, um chip de ROM e um punhado de chips lógicos, para serem instalados dentro do computador. Houve também um Advanced Disc Filing System.
GDOS e G+DOS, para as interfaces de disco +D e Disciple do ZX Spectrum.
Exemplos de sistemas operacionais em disco que eram o próprio SO
O sistema operacional simples DOS/360 produzido para a família de mainframesSystem/360 da IBM (e que posteriormente tornou-se o DOS/VSE, e acabou eventualmente sendo denominado apenas de VSE).
O sistema operacional DOS para o minicomputadorPDP-11 da DEC (este SO e os computadores nos quais era executado já estavam praticamente obsoletos na época em que os PCs tornaram-se comuns, com vários descendentes e substitutos).
A família de sistemas operacionais mais conhecida a usar o nome "DOS" é aquela executada em hardware IBM PC usando UCPsIntel ou máquinas compatíveis e seus descendentes, produzidos por terceiros. Qualquer DOS desta família é geralmente citado apenas como DOS. O DOS original foi o 86-DOS, o qual posteriormente tornou-se o MicrosoftMS-DOS. Também foi licenciado para a IBM pela Microsoft, e comercializado como PC-DOS. A Digital Research produziu um similar conhecido como DR-DOS, o qual foi eventualmente incorporado por outras empresas (pela Novell, depois desta comprar a Digital Research, e depois pela Caldera International). O DR-DOS tornou-se o Novell DOS, depois originou o open sourceOpenDOS, antes de ser novamente renomeado como DR-DOS. Há também uma versão grátis, denominada FreeDOS.