Seixo, também conhecida como Seixo de Mira, é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Seixo do Município de Mira, freguesia com 15,70 km² de área[1] e 1253 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 79,8 hab./km².
A freguesia é composta pelos seguintes lugares: Seixo, Cabeças Verdes e Marco Soalheiro. Foi criada pela Lei n.º 56/84, de 31 de dezembro, com lugares desanexados da Freguesia de Mira.
Demografia
A população registada nos censos foi:[2]
População da Freguesia de Seixo[3] |
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Ano | Pop. | ±% |
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1991 | 1 265 | — |
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2001 | 1 339 | +5.8% |
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2011 | 1 234 | −7.8% |
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2021 | 1 253 | +1.5% |
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Distribuição da População por Grupos Etários[4]
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Ano
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0-14 Anos
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15-24 Anos
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25-64 Anos
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> 65 Anos
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2001
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202
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186
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665
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286
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2011
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151
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126
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582
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375
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2021
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136
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109
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539
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469
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História
O lugar do Seixo aparece pela primeira vez mencionado em 1619 nas inquirições relativas ao concelho de Mira. O lugar era composto de poucos fogos, sendo mencionado um Manuel Figueiras, como morador principal do sitio. Rapidamente o lugar foi crescendo em casas e população, devida a migrações do interior. O lugar de Cabeças Verdes surge com a extensão e abertura dos terrenos ao uso do povo. Nessa época de crescimento foi decisiva a utilização do moliço para fertilização dos solos, constituindo uma autêntica epopeia a “vida à ria de Aveiro". Não era fácil, e para muitos se tornava uma vida dura cheia de tormentos, arrojo e aventura. A apanha do moliço constituiu durante décadas o sustento de muitas famílias da terra, marcando assim, profundamente, o modo de ser e de pensar das suas gentes.[5] O Marco Soalheiro, como sítio já existia, mas com o tempo surgiram construções urbanas, sobretudo com gentes de Calvão, que do Canto construíam fogos para cá do limite do concelho.
A criação da Freguesia eclesiástica, primeiro como curato, deu-se em 1919, sendo então bispo de Coimbra, Dom Manuel Luís Coelho da Silva. Foi um momento muito marcante para a população que via a sua capela elevada a igreja, sinal de reconhecimento e emancipação. A primitiva capela, cuja construção era de 1865, foi demolida em Novembro de 1964. Segundo documento da cúria da Diocese de Coimbra, onde de lê que “a capella-mor está em estado decente e em termos de nella se poder celebrar depois de benzida…o corpo ainda…se conserva em bruto, sem solho e forro”.[6] O seixense é um povo profundamente religioso e com uma fé viva, demonstrada no elevado número de sacerdotes católicos. Merecem também referência especial os inúmeros serviços e organismos que têm nascido à sombra da instituição religiosa com o forte dinamismo dos párocos e dos movimentos eclesiais auspiciadores dos alicerces do futuro desta terra. A Igreja Nova, construída no tempo dum magnífico homem que marcou o Seixo, o padre Carvalhais, é um monumento impressionante do espírito comunitário do povo do Seixo, Cabeças Verdes e do Marco Soalheiro. Sua construção começara a ser idealizada nos inícios da década de 40, sob a presidência do então pároco padre Basílio da Costa Morgado que, em 1946, procedeu à Escritura da doação do terreno para a mesma. No entanto, a construção do novo templo só teve inicio no tempo do padre António Carvalhais. A nova igreja é finalmente "benzida solenemente em 23 de Setembro de 1956, pelas dezassete horas, com grande solenidade e festejos da população".[7]
Em 1984 é criada a freguesia civil com sede no Seixo. A elevação a autarquia sub-municipal constituiu o culminar de uma forte demonstração da vontade e um momento alto para as populações dos três lugares que vê a sua emancipação estendida a nível de governo local.[8][9]
Apesar das suas origens humildes, o Seixo apresenta características próprias bem definidas e distintas, das quais se salientam o desde sempre elevado números de pessoas com cursos universitários contrastando como elevado analfabetismo. Contudo, a economia local continua sendo primária, com algumas iniciativas no sector terciário. A Zona Industrial do município localizado na área da freguesia.
A nível de infraestruturas sociais, destacam-se a construção da Sede da Junta e do Posto Médico, a construção do armazém de apoio, com os equipamentos para Centro de Bem-estar Infantil, da Cerci e do centro de dia, a construção do Polidesportivo do Seixo e do monumento à Mãe Gandaresa e a homenagem a todas as mães do Seixo.
Património Cultural Construído
- Igreja de Nossa Senhora do Carmo
- Fonte da Barroca, Fonte de Cima, Fonte da Meneza
- Parque de Merendas e Lazer denominado de S. João
- Casa Gandaresa
- Monumento à Mãe Gandaresa
- Sede da Junta e do Posto Médico
- Lar de Idosos do Seixo
Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022
- ↑ "História do Seixo," <Acedido 9 de agosto de 2010> http://www.seixo.net/site/index.php?option=com_content&view=article&id=107&Itemid=64
- ↑ A.U.C, Fundo do cabido cx. 19, nº 24
- ↑ BOA NOVA, semanário de Cantanhede, edição de 28 de Setembro de 1956
- ↑ Luís Rocha, 25 Anos que Mudaram o Seixo, Edição CM Mira, 2010
- ↑ Fim de Semana da Saúde, in Voz de Mira, Quinzenário, Ano XXX, no. 720 de 25 de Julho de 2010