Sebo (do lat. sebum)[1] é o fluido corporal, de conteúdo rico em triglicérides,[2] produzido e secretado pelas glândulas sebáceas. Constitui o filme lipídico da superfície cutânea[3] e possui a função de proteger a pele e o couro cabeludo (por exemplo contra as infecções diversas). É essa substância que garante a lubrificação da pele, evita o ressecamento de pelos e impede a perda de água de maneira excessiva. Além disso, essa substância garante uma leve ação bactericida. O sebo não apresenta nenhum cheiro, entretanto, o desenvolvimento de bactérias nesse local pode levar à produção de odores. A síntese de sebo tende a diminuir em mulheres após a menopausa; em homens, no entanto, não ocorre nenhuma alteração significativa até os 80 anos de idade.[4]
O sebo é comumente confundido com um tecido animal gorduroso proveniente das vísceras e fáscias que envolvem a carne de animais, fonte de gordura saturada, uma mistura de triglicérides de ácidos graxos, com cadeias carbônicas C14 a C22. A diferença é que sebo não é um tecido por ser acelular, isto é, não ser constituído por células, mas uma secreção.
Composição
O sebo de um indivíduo normal mediano é composto por cerca de 57% de triglicérides e ácidos graxos, 26% de ésteres de cera, 12% de escaleno, 3% de ésteres de colesterol e 1% de colesterol.[5]
Distribuição graxa de sebo bovino
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Cromatografia de cadeia graxa
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Gorduras saturadas
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Max -Min
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dados típicos
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Ácido miristico (C14)
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Max
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3%
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Ácido palmitico (C16)
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Max
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26%
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Ácido stearico (C18)
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Max
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14%
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Ácido behenico (C22)
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N/A
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0%
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Subtotal
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43%
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Gorduras insaturadas
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composição típica
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Miristoleico (14:1)
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?
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0%
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Palmitoleico (16:1)
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Max
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3%
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Oleico (18:1)
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Max
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47%
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Linoleico (18:2)
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?
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3%
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Linolenico (18:3)
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Max
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1%
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Outros
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?
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3%
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Análise microscópica
Ao microscópio eletrônico se observa que as células periféricas da glândula contêm tonofilamentos, refletindo sua origem epidérmica, e escassos lipídios. À medida que os lipídios se formam, o glucógeno se vai consumindo, os tonofilamentos vão se deslocando e o citoplasma se enchem de vacuolas. Na célula as vacuolas se fundem entre si provocando um aumento do tamanho da célula em até cem vezes o normal, adquirindo um aspecto de célula de corpo estranho. Em um estágio posterior, a membrana se desorganiza e a célula se rompe eliminando seu conteúdo (o sebo) no canal sebáceo.[6]
Análise macroscópica de anomalias relacionadas ao sebo
As apresentações clínicas são diversas e sua classificação não é universal. A descrição das lesões e sua extensão é a maneira mais útil para definir sua gravidade e orientar seu tratamento. As lesões iniciais são caracterizadas por comedões (tampões de queratina que se formam dentro
dos óstios dos folículos e são descritos como abertos - “pontos pretos” - e/ou fechados - “pontos brancos”) que não apresentam inflamação. Com a progressão para a doença inflamatória, surgem pápulas, pústulas e nódulos (lesões inflamatórias dolorosas maiores do que 5 mm). A estimativa da gravidade depende de diversos fatores, como tipo de lesão, presença de cicatrizes, secreção das lesões ou trajetos fistulosos.[7]
Anomalias da pele relacionadas ao sebo
- Seborréia — erupção cutânea oriunda da raiz dos capilares;
- Acne — causadas pela hiperprodução de sebo glandular.
Referências