Salvia officinalis (nomes comuns sálvia,[1]salva,[2]erva-santa, sálvia-comum, salva-das-boticas,[3]salva-mansa,[4]sálvia-rubra, salva-verdadeira,[5]salveta)[6] é uma pequena planta perenesubarbustiva, com caules lenhosos, folhas acinzentadas, e flores azuis a violáceas. Faz parte da família das mentas, Lamiaceae. É nativa da região Mediterrânica e cultivada como erva aromática e medicinal ou como planta ornamental. O termo sálvia e nomes derivados são usados para várias espécies relacionadas ou não com esta.
Usos
Em algumas partes da Europa, especialmente nos Balcãs, a sálvia-comum é também cultivada para a destilação de um óleo essencial, apesar de outras espécies, como Salvia fruticosa, poderem ser conjuntamente colhidas e destiladas.
Culinária
Como erva aromática, a sálvia tem um sabor ligeiramente apimentado. Na cozinha Ocidental é usada para dar sabor a carnes gordas (especialmente em marinada), queijos, e algumas bebidas. Nos Estados Unidos, Reino Unido e Flandres, a sálvia é usada com cebola, em recheios de porco ou aves e também em molhos. Na cozinha francesa, a sálvia é usada para cozinhar carne branca e em sopas de vegetais. Os alemães usam-na frequentemente em pratos de salsichas. É também de uso comum na cozinha italiana. Nos Balcãs e no Médio Oriente, é usada em assados de borrego.
Medicinal
A palavra latina salvia significa "curar". Apesar da eficácia da sálvia-comum ser discutível, tem sido recomendada ao longo do tempo para quase todas as enfermidades. As evidências modernas apoiam os seus efeitos como anidrótico, antibiótico, antifúngico, adstringente, antiespasmódico, estrogénico, hipoglicémico e tónico.[7] Num ensaio duplo-cego, ao acaso controlado com placebo, concluiu-se que a sálvia era eficaz no controle de alguns estados de doença de Alzheimer.[8]
De acordo com as pesquisas recentes da equipa de Peter Rogers da Universidade de Bristol[9], o extracto de salvia pode aumentar a performance cognitiva, com resultados superiores aos do café.
História
A Salvia officinalis é usada desde tempos antigos para afastar o mal, para tratar mordeduras de cobra, aumentar a fertilidade feminina, e mais. Provavelmente foi introduzida na Europa a partir do Egito pelos romanos, como planta medicinal.[10]Teofrasto escreveu sobre duas sálvias diferentes, um subarbusto a que chamou sphakos, e uma planta cultivada semelhante a que chamou elelisphakos. Plínio, o Velho disse que a última delas era chamada "salvia" pelos romanos, e usada como diurético, anestésico local para a pele, hemostático, entre outros usos. Carlos Magno recomendava o cultivo desta planta na Idade Média e durante o Império Carolíngio era cultivada nos jardins dos mosteiros.[10]Valfrido Estrabo descreveu-a no seu poema Hortulus como tendo um aroma doce e como sendo útil em muitas enfermidades humanas - regressando à raiz grega do nome chamou-lhe Lelifragus.[11]
A planta tinha uma grande reputação durante a Idade Média, com muitos provérbios referindo-se às suas propriedades curativas e valor.[12] Era por vezes chamada S. salvatrix (Salva a salvadora), e era um dos ingredientes do vinagre dos quatro ladrões, uma mistura de ervas que supostamente protegia da peste. Dioscórides, Plínio, e Galeno todos recomendavam a sálvia como diurético, hemostático, emenagogo e tónico.[11]
↑ abc«Sage». OBeWise Nutriceutica. Applied Health. Consultado em 4 de fevereiro de 2008
↑Akhondzadeh S, Noroozian M, Mohammadi M, Ohadinia S, Jamshidi AH, Khani M. (2003). «Salvia officinalis extract in the treatment of patients with mild to moderate Alzheimer's disease: a double blind, randomized and placebo-controlled trial». J Clin Pharm Ther. 28 (1): 53–9. PMID12605619. doi:10.1046/j.1365-2710.2003.00463.x !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)