Síndrome aguda de radiação (em sua sigla inglesa, ARS), também conhecida como envenenamento radioativo, envenenamento por radiação ou doença de radiação, é uma coleção de efeitos para a saúde que aparecem no prazo de 24 horas após a exposição a grandes quantidades de radiação ionizante. A radiação provoca a degradação celular devido a danos ao DNA e a outras estruturas moleculares fundamentais das células em vários tecidos; esta destruição, em particular afeta a capacidade de reprodução das células. Os sintomas podem começar dentro de uma ou duas horas e podem durar vários meses.[1][2] O termo "aguda" refere-se a um problema médico grave que ocorre rapidamente.[3][4][5]
O início e o tipo dos sintomas dependem da exposição à radiação. Doses relativamente menores resultam em efeitos gastrointestinais, como náuseas e vômitos, além de sintomas relacionados à queda dos hemogramas, como predisposição a infecções e hemorragias. Doses relativamente maiores podem resultar em efeitos neurológicos e morte rápida. O tratamento da síndrome aguda da radiação é geralmente de suporte, com transfusões de sangue e antibióticos, com alguns tratamentos mais agressivos, como a transfusões de medula óssea, que pode ser necessária em casos extremos.[1]
Sintomas semelhantes podem surgir meses ou anos após a exposição crônica, quando a taxa de radiação é demasiadamente baixa para provocar a forma aguda da doença.[6] A exposição à radiação também pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento de algumas outras doenças, principalmente diferentes tipos de cânceres.
História
Os efeitos agudos da radiação ionizante foram observados pela primeira vez quando Wilhelm Röntgen submeteu intencionalmente seus dedos aos raios-X em 1895. David Walsh estabeleceu os primeiros sintomas da doença por radiação em 1897.[7]
A ingestão de materiais radioativos causou muitos casos de cânceres induzidos por radiação na década de 1930, mas ninguém foi exposto a doses altas o suficiente e em taxas elevadas para desenvolver a Síndrome Aguda da Radiação.
Os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki resultaram em altas doses de radiação para um grande número de japoneses, permitindo uma melhor compreensão de seus sintomas e perigos. O cirurgião Terufumi Sasaki, do Hospital da Cruz Vermelha, liderou pesquisas intensivas sobre a síndrome nas semanas e meses seguintes aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Sasaki e sua equipe puderam monitorar os efeitos da radiação em pacientes, levando ao estabelecimento de três estágios registrados da síndrome. Cerca de 25 a 30 dias após a explosão, Sasaki observou uma forte queda no número de glóbulos brancos no sangue e estabeleceu que essa redução, juntamente com sintomas de febre, como padrões prognósticos para a Síndrome da Radiação Aguda.[8]
Referências
Ligações externas