Em 2006, após o termino de seu contrato com a Sony, o grupo entrou em um hiato para se concentrar em suas carreiras solo. Desde então, elas se reuniram para uma participação no talent showFábrica de Estrelas (2013), do canal Multishow, e para concertos em comemoração aos seus 15 e 20 anos de existência (2017 e 2022), ambos na festa Chá da Alice, dessa vez com Andrade. Entre 2018 e 2019, elas assinaram novamente com a Sony Music e embarcaram em uma nova turnê de shows esgotados em todo o Brasil, a Rouge 15 Anos. Além disso, lançaram Les 5inq, o quinto álbum de estúdio do grupo, e os singles "Bailando", "Dona da Minha Vida" e "Solo Tu".
O grupo Rouge foi formado através da primeira temporada de Popstars, versão brasileira do talent show neo-zelandês de mesmo nome, produzido no Brasil pela produtora argentina RGB e transmitido pelo SBT em 27 de abril a 7 de setembro de 2002.[5] O conceito do programa, desde o princípio, era formar um grupo vocal feminino de música pop com cinco integrantes.[6][7] O painel de jurados consistia nos produtores Liminha e Rick Bonadio, a instrutora vocal Iara Negrete e o coreógrafo Ivan Santos, além de Alexandre Schiavo, diretor artístico da Sony Music Brasil.[8] 30 mil garotas de todas as partes do país se inscreveram para fazer audições e mostrar seus talentos aos jurados, com o objetivo de tornar-se uma popstar.[7] Ao longo de 20 episódios, candidatas de 18 a 25 anos passaram por sucessivos testes eliminatórios onde eram avaliados suas habilidades como afinação, fotogenia, desenvoltura em frente às câmeras, carisma e talento para a dança.[8]
Das milhares de candidatas que se inscreveram, 6 mil foram selecionadas para a primeira fase eliminatória no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, onde fizeram avaliação de canto.[9] Para a segunda fase, foram classificadas apenas 2 mil garotas.[7] Nas fases seguintes, os jurados ficaram cada vez mais exigentes, desta forma, selecionando para as próximas etapas somente as candidatas que realmente tivessem condições de enfrentar a carreira de cantora pop.[10] Após 5 fases eliminatórias, apenas 8 garotas foram classificadas para a etapa final que ocorreu na casa das Popstars.[11] Depois da 6ª e última fase eliminatória ser concluída, Aline Wirley, Fantine Thó, Karin Hils, Lissah e Luciana Andrade foram escolhidas e assinaram um contrato para a gravação de quatro álbuns e outros projetos paralelos com a Sony Music e a RGB.[12][13] O nome escolhido para o grupo foi Rouge "porque tem cinco letras e também porque em francês significa vermelho, uma cor associada à sensualidade [...] e é pop!".[14] O programa ainda acompanhou o então recém formado Rouge durante suas sessões iniciais de gravação, fotos, videoclipes e outros compromissos promocionais.[12]
2002–03: Sucesso comercial com Rouge e C'est la Vie
Em 19 de agosto é lançado o primeiro álbum do grupo, o homônimo, Rouge.[14] O material conta com quatorze faixas, sendo nove versões de músicas internacionais, e as outras cinco composições de Bonadio, em parceria com outros compositores e não apresenta composições de nenhuma das integrantes, uma vez que as músicas já estavam prontas para o grupo que vencesse o concurso.[14][15] A gravadora apostou alto na repercussão obtida pelo programa e distribuiu cerca de 150 mil exemplares do produto nas lojas já na primeira remessa.[14] No mesmo dia é lançado a primeira música de trabalho de Rouge, "Não Dá pra Resistir",[14] tornando-se instantaneamente um sucesso na nas paradas de singles do Brasil e da Argentina, onde atingiu a décima posição.[16] Em 22 de agosto é realizado um pocket show, para apresenta-las ao público pela primeira vez, junto com Ivan Santos, atraindo 10 mil pessoas ao Parque Dom Pedro Shopping, em Campinas, para assisti-las.[17] No dia 31 é lançado o segundo single, "Ragatanga", faixa com participação especial de Las Ketchup, que são as intérpretes originais do tema, cuja base é um refrão onomatopaico.[18] Segundo a redação do jornal Folha de Londrina, "ela praticamente atropelou a música "Não Dá Para Resistir", que foi concebida para ser o hit do grupo."[19] A canção tornou-se não só o maior sucesso do álbum, mas o maior sucesso da banda, alcançando e permanecendo na primeira posição das rádios por 11 semanas.[20]
Em 31 de agosto realizam o primeiro show oficial de Rouge, no Via Funchal, em São Paulo, trazendo a participação do trio KLB na canção "Nunca Deixe de Sonhar".[21] Durante essa apresentação é gravado o primeiro DVD do grupo para lança-lo no mesmo ano, onde veio a receber o certificado de ouro.[4] Em 2 de dezembro estreiam como apresentadoras de seu próprio programa, Rouge: A História, onde contavam suas emoções e relatavam sobre cada fase que tiveram que enfrentar no Popstars.[15] Sendo exibido até 27 do mesmo mês pelo SBT.[15] No dia 7 iniciam oficialmente sua primeira turnê, a Turnê Popstar, passando por casas de espetáculo e arenas.[22] Ainda naquele ano a Sony convoca alguns DJs para remixarem algumas canções do primeiro álbum do grupo, visando capitalizar com o público de música eletrônica, incluindo-as no disco intitulado Rouge Remixes, que vendeu em torno de 20 mil cópias.[23] O quarto e último single de Rouge, a canção "Beijo Molhado", é disponibilizada em 19 de janeiro de 2003.[24] Após cinco meses, o material já havia vendido 1 milhão de cópias.[25] Desde então, estimam-se que foram mais de 2 milhões de exemplares distribuídos da obra até 2012.[26] Recebendo o certificado de platina dupla pela Pro-Música Brasil (PMB), além de tornar-se o segundo disco mais comprado no Brasil em 2002.[27][4] Em 2 de fevereiro de 2003 se apresentam na quinta edição do Festival de Verão Salvador para 32 mil pessoas, seu maior público até então.[28]
Depois de semanas de gravação, C'est La Vie, o segundo álbum de estúdio da banda, chega às lojas em 9 de maio, vendendo 100 mil cópias apenas na primeira semana, e foi eventualmente certificado como platina e ouro pela PMB.[29][4][30] Acumulando vendas totais superiores à 900 mil unidades.[1] O repertório da obra é composto principalmente de versões de músicas de encomenda feitas por compositores internacionais e faixas de autoria de Bonadio, assim como aconteceu no primeiro álbum.[31] No entanto, as integrantes da banda, puderam participar do processo de produção e introduziram suas composições ao trabalho, a exemplo fica a canção "Um Anjo Veio Me Falar", composta pelas cinco membros, segundo Martins; "Nesse disco, participamos de reuniões com o Rick Bonadio, para ajudar a escolher o repertório. Ouvimos músicas que foram mandadas e chegamos a fazer uma versão".[29]C'est La Vie apostou no ritmo zouk em algumas canções; "O zouk está no Brasil há muito tempo, mas nenhum artista ainda o apresentou para o grande público. Estamos lançando o "pop zouk", com a cara do Rouge".[32] Em 6 de maio lançam o single "Brilha La Luna", que mostrou-se outra aposta acertada da banda ao conquistar o topo das paradas brasileiras.[33] Também foram promovidas as canções "Um Anjo Veio Me Falar" e "Vem Cair Na Zueira", que alcançaram o top 20 nas paradas.[34][35] Em 9 de julho, as garotas embarcam em sua segunda turnê nacional, Turnê C'est La Vie, apresentando shows esgotados em casas de espetáculos.[36] Elas também fizeram sua estreia nos cinemas no filme Xuxa Abracadabra, lançado em 19 de dezembro, onde aparecem fazendo um show numa casa noturna em um determinado momento da trama.[37][38] Em comemoração a um de existência do grupo, é realizado em 21 de setembro um concerto para 23 mil pessoas no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu), em São Paulo.[39] A gravação tornou-se o segundo DVD do Rouge, A Festa dos Seus Sonhos, lançado em 22 de dezembro.[40]
2004–06: Blá Blá Blá, Mil e uma Noites e separação
Ainda em novembro de 2003, rumores que a integrante Andrade iria deixar o grupo começaram a surgir na imprensa.[41] No dia 11 de fevereiro de 2004, a notícia foi confirmada.[42] Andrade justificou a decisão alegando estar sofrendo de exaustão e querendo fazer uma pausa, afirmando não ter permissão de revelar maiores detalhes por questões contratuais.[42][43] Embora rumores de brigas – principalmente com Thó –, os baixos salários e a quantidade excessiva de compromissos profissionais, tenham circulado pela imprensa como os reais motivos de sua saída.[44][45] Ela revelou, em entrevista anos mais tarde, que sua partida se deu devido ao assédio moral cometido pelos empresários e a baixa remuneração: "Tinham zero preocupação se a gente estava se sentindo bem, se estava doente ou se não estava. 'Vai lá e trabalha porque você é uma marionete. É meu escravo' [...] Chegamos a conversar a respeito, se queríamos lutar por melhores condições, por mais justiça ali dentro [...] Tem casos que nunca contei e que não vou contar também, porque são muito pesados. Eu vivi coisas extremamente pesadas. Hoje eu sei que foram assédio moral. Naquela época, não se falava nisso".[46] Um álbum em espanhol estava sendo gravado para lança-las no mercado de países hispânicos e Estados Unidos, porém com a saída de Andrade, o projeto foi cancelado.[47] As membros remanescentes asseguraram a continuidade do Rouge como um quarteto, sem substituições, e que a saída uma componente surtiu um efeito positivo, pois fez com que todas reavaliassem tudo que estava acontecendo em suas carreiras e seus objetivos a partir dali.[42][47]
Rouge anunciou que voltariam aos estúdios após o fim do carnaval de 2004, onde desacelerariam as atividades para começar a trabalhar em seu terceiro álbum de estúdio.[48] Lançado em 4 de maio, o primeiro single do novo trabalho, "Blá Blá Blá", converteu-se em um êxito e atingiu a segunda posição nas paradas.[49][50] O videoclipe da canção recebeu uma indicação ao MTV Video Music Brasil do mesmo ano.[51] Também intitulado Blá Blá Blá, o terceiro álbum da banda foi finalmente lançado em 26 de maio.[49][52] Sob a produção de Bonadio, a obra apresenta um lado mais maduro e agressivo da música pop, adicionando pitadas de rock ao pop-dançante do grupo.[53] Com um total de cerca de 150,000 cópias vendidas, rendeu um certificado de ouro ao grupo, no entanto, a obra falhou em alcançar o mesmo sucesso de seus dois discos predecessores.[4] Em 5 de junho estreiam sua nova turnê, no Via Funchal, em São Paulo, também intitulada Blá Blá Blá.[54] O espetáculo trouxe rearranjos das canções antigas, além da performance das inéditas, com um novo grupo de instrumentistas, e a adição de quatro dançarinos participando das coreografias com as garotas.[54] Para compor as coreografias, as membros da banda tiveram aulas com Dante Harper, o até então coreógrafo de Justin Timberlake.[52] Em 25 de julho gravam seu terceiro DVD em São Paulo, porém o trabalho nunca foi lançado ou os vídeos liberados.[55] Em 13 de setembro liberam seu segundo single, a balada "Sem Você", repetindo o sucesso da faixa anterior ao atingir a quarta posição nas tabelas,[56][57] seguido do terceiro lançamento, "Pá Pá Lá Lá", que alcançou o número quinze.[58] "Vem Dançar", o quarto e último single da era Blá Blá Blá, chega às rádios em 3 de novembro, sendo adicionada a trilha sonora do filme Eliana e o Segredo dos Golfinhos, onde o Rouge também participa do enredo interpretando-a.[59][60] Em 9 de dezembro, deixam a RGB, após três anos, descontentes com a má administração da empresa para com a carreira do grupo ao longo do ano e assinam com a Arsenal Eventos, pertencente à Bonadio.[61]
Após um breve hiato, a imprensa começou a especular que o grupo iria se separar. No entanto elas desmentiram os boatos; "Ficamos seis meses paradas, meio sumidas, esperando o que iria acontecer. Disseram que seguiríamos carreiras solo. Realmente fizemos algumas coisas sozinhas, mas o grupo não acabou".[62] Em 23 de maio liberam o primeiro single do novo projeto, "Vem Habib (Wala Wala)", trazendo uma mistura de pop e música árabe, tendo uma sonoridade totalmente diferente da canções anteriores do grupo.[63] A faixa alcançou o quarto lugar nas paradas.[64] As garotas também passaram a ter aulas de dança do ventre, para poderem desenvolver as coreografias da canção.[65] No dia 26, chega às lojas seu quarto álbum de estúdio e primeiro de grandes sucessos, Mil e uma Noites, trazendo apenas seis faixas inéditas e oito do catálogo anterior da banda.[62][65] Essa foi a maneira encontrada para unir interesses, uma vez que a gravadora queria lançar uma coletânea e as garotas já estavam desenvolvendo novas canções.[66] O álbum foi certificado como ouro por mais de 50 mil cópias vendidas.[67] Paralelamente, montam sua nova digressão, estreando em 23 de junho a Turnê Mil e uma Noites, em apresentação no Olympia, onde apareciam no palco trajando adereços árabes.[65] Em 14 de julho é exibido a participação especial do grupo em um capitulo da telenovela Floribella, onde além de atuarem como elas mesmas também aparecem cantando "Um Anjo Veio me Falar" e "Vem Habib".[68] A segunda música de trabalho do álbum, foi também a última da carreira da banda naquele momento, "O Amor É Ilusão", uma versão em português de "Torn", famosa na voz da cantora Natalie Imbruglia, que chegou às rádios em 29 de setembro.[69] No fim de 2005, diversos meios de comunicação deram como certo que o grupo iria se separar no ano seguinte, devido ao final do contrato com a Sony.[70] Em agosto de 2006, isso de fato ocorreu e elas anunciaram o fim das atividades com o Rouge.[71]
2011–14: Campanhas para reencontro, tentativas e impedimento
No início de 2011, antigos fãs e seguidores do Rouge começam uma campanha intitulada Queremos Rouge DVD 10 Anos, que visava fazer o grupo retornar para a gravação de um DVD comemorativo aos dez anos de sua existência, que viria a ser completado em 2012, e uma turnê de despedida. Se caso ocorresse, marcaria o retorno do grupo após sete anos extinto e oito sem sua formação original. Um vídeo foi inserido no siteYouTube, em apoio à campanha, gerando um número considerável de visualizações.[72][73] Ainda no final daquele ano, Hils declara estar surpreendida ao saber que haviam tantas pessoas que gostariam do regresso do grupo, porém descartou a ideia de um recomeço, dizendo que apenas uma apresentação de despedida era considerável; "Não vou negar que toda essa comoção dá uma mexida na gente. Não para começar de novo, mas para terminar de maneira bonita essa nossa história".[74] No início de 2012 ao ser questionada sobre a campanha, Andrade diz que gostaria de voltar com o Rouge desde que não fosse para reviver canções dance-pop e coreografadas, uma vez que não se sentia mais confortável na situação. Acrescentando que seria ótimo retornar com um trabalho mais maduro, sem prender-se ao passado; "Eu gostaria de reencontrar as meninas, cantar uma música nova ou gravar a versão [de "Underneath Your Clothes"] da Shakira que escrevemos juntas, acho uma excelente ideia fazer algo único e novo. Eu me sentiria desconfortável cantando e dançando aquelas músicas hoje".[75]
Em 26 de setembro, inesperadamente Bonadio, o ex-produtor do Rouge, levanta uma campanha no Twitter para que o grupo realize um retorno. Segundo ele, traze-las de volta seria seu principal objetivo para 2013.[76] Logo em seguida, o jornal Diário de S. Paulo publica que as membros estariam planejando uma reunião secreta para conversar sobre o assunto.[77] Martins, no entanto, declarou que até aquele momento ninguém sabia dos planos de Bonadio, porém após ligarem uma para as outras, elas estavam pensando em se reunir para discutir sobre o regresso, mas que não havia nada confirmado ou planejado.[78] Em 1 de outubro, Andrade, em carta aberta, revela que havia sido convidada por Matins para tomar um café com ela e Hils, porém que até o momento não havia recebido nenhum convite de Bonadio e não poderia aceitar uma proposta que até então não havia sido feita a ela.[79] Na ocasião a imprensa apontou-a como o grande impasse para o retorno do Rouge.[80] Dias depois, em 4 de outubro, Martins rebate as críticas à Andrade, justificando que ela apenas não pode estar presente na data, porém iriam marcar outra reunião.[80] Em 10 de outubro, Bonadio realiza uma reunião para tratar do assunto com Wirley e Martins, tendo também a presença de Thó por videoconferência, direto dos Países Baixos.[81] Em 17 de outubro, Hils confirma para a Revista Caras que o grupo estava se reunindo novamente para gravar o reality show de Bonadio no Multishow, Fábrica de Estrelas. A integrante também disse que isso não representava um retorno definitivo e que estavam planejando apenas uma turnê de despedida, com novas músicas e que, apesar de Thó quase não ter aceito, apenas Andrade não retornaria.[82]
Em 8 de abril de 2013 é liberado o episódio de Fábrica de Estrelas, onde Bonadio se reúne com as integrantes para convidá-las à gravar novas canções. Na ocasião foi exibida também a reunião com Andrade, que decidiu não voltar reafirmando sua falta de identificação com o repertório do Rouge.[83] Na semana seguinte é lançado o primeiro single promocional, "Tudo É Rouge", gravado no programa[84] e, em 22 de abril, o segundo, "Tudo Outra Vez".[85] Porém a consolidação do retorno não ocorreu na época. Em 10 de julho, Thó explica em sua página pessoal que o grupo passava por problemas burocráticos, como a liberação das antigas músicas e da marca 'Rouge' para poderem utilizar o nome novamente; "Eu falo francamente que tô bem de saco cheio de esperar, são 3 anos de suspense e expectativa (...) Não entendo esse povo ganancioso que se perde na grana e no poder e só atrapalha o desenvolvimento de coisas bonitas".[86] Em 30 de março de 2014, um ano após a ideia original de retornarem, liberam uma carta ao público explicando as dificuldades de conseguirem concretizar o projeto. Entre os motivos citados estavam as etapas burocráticas, como não poderem utilizar o nome do grupo, além dos patrocínios estarem voltados à Copa do Mundo, o que defasaria o meio artístico naquele ano.[87] Além disso, elas parabenizaram Andrade pelo trabalho solo; "Ela continua construindo sua carreira solo com extrema qualidade. Lu, torcemos por sua carreira e sucesso", dizendo também para os fãs não a pressionarem.[88]
“
Passamos por muitas burocracias (...) porém, infelizmente muita coisa inviabilizou que o projeto ocorresse esse ano. O projeto Rouge continua tendo continuidade, junto com as reuniões, negociações e afins (...) Optamos por adiar o projeto um pouco mais, para fazer algo maior e melhor do que poderíamos fazer no momento, se quiséssemos ainda assim nadar contra a maré. Não queremos fazer um show qualquer para nosso público.
”
2017–19: Chá Rouge, Rouge 15 Anos e Les 5inq
No dia 13 de setembro de 2017 é anunciado que o Rouge, incluindo Andrade, se reuniria para realizarem uma apresentação especial na festa Chá da Alice. No dia seguinte, os ingressos foram colocados à venda e se esgotaram em apenas um minuto.[89] Depois de três horas, a organização do evento anunciou oficialmente que todos os cinco mil ingressos disponibilizados haviam sido comprados e um show extra seria marcado para o dia seguinte.[90] No dia 26 de outubro dão início as vendas para o show de São Paulo e assim como no Rio, os sete mil ingressos foram esgotados em pouco mais de 3 horas.[91] O site responsável pelas vendas do ingressos não suportou tamanha procura e ficou fora do ar durante alguns minutos.[91] Foi relatado que a fila virtual chegou a quase 20.000 pessoas, o que causou um grande transtorno com o público.[92] Um concerto extra foi marcado para o dia 2 de dezembro, sendo esgotado ainda no mesmo dia.[93] As apresentações repercutiram e tiveram uma exposição tão intensa que o grupo anunciou seu retorno definitivo, uma turnê para 2018, além do lançamento de um novo DVD.[94] Em 29 de novembro, assinam novamente com a Sony Music e em 1 de dezembro, toda sua discografia é disponibilizada para venda e streaming nas plataformas digitais.[95][96]
Em 27 de janeiro de 2018, é iniciada em Fortaleza, Ceará a turnê Rouge 15 Anos, que reuniu canções dos quatros primeiros álbuns do grupo,[97] sendo finalizada em 11 de agosto, em Recife, Pernambuco.[98][99] "Bailando", o single de retorno do grupo, é disponibilizado a partir de 4 de fevereiro.[100] A música estreou em primeiro lugar no ranking de diversas plataformas digitais, ficando no topo de listas como as "As 50 Virais do Brasil" na plataforma Spotify e tendo seu videoclipe no topo dos mais vistos no YouTube, com mais de 2 milhões de acessos em menos de 48 horas.[101][102] Com o grande sucesso dos shows do Chá do Rouge, o formato foi adaptado para bloco de carnaval. Apresentando-o em 11 de fevereiro na Avenida 23 de Maio, em São Paulo, reunindo, segundo a prefeitura da capital, 1,2 milhão de pessoas.[103] Em 19 de março, lançam "Confia em mim", para a trilha sonora do filme infantil Pedro Coelho.[104] Enquanto o primeiro single do novo disco, "Dona da Minha Vida", escalou para o topo das principais plataformas de streaming e venda online no Brasil, ocupando o primeiro lugar no Itunes e Apple Music.[105][106] A primeira performance ao vivo da canção aconteceu no Prêmio Multishow de Música Brasileira, no qual o grupo conquistou o prêmio de melhor grupo de 2018.[107]
Em 8 de outubro, disponibilizam seu primeiro EP, que recebeu o nome de 5, em referência ao fato de ser o quinto trabalho inédito delas, além de conter cinco faixas.[108][109] Em 19 de janeiro de 2019 é lançado o segundo single do disco, "Solo Tu".[110] No dia 24 anunciam, por meio de suas páginas oficiais, que entrariam em uma pausa por tempo indeterminado mas que deixariam para os fãs o seu quinto álbum de estúdio, Les 5inq, lançado posteriormente em 1 de fevereiro. Além disso, para finalizar a segunda fase de trabalhos iniciada em 2017, elas disponibilizaram o EP acústico Rouge Sessions - De Portas Abertas, que contou com vídeos para todas as músicas.[111][112]
2022: Comemoração de aniversário
Em 2022, a impressa começou a cogitar que o Rouge se reuniria novamente para celebrar seus 20 anos de existência.[113][114] Em 23 de junho, Hils revelou os bastidores da formação do grupo, durante o Popstars, em entrevista ao podcast Venus. Segundo ela, Andrade não se identificava com as músicas do projeto, e que já estava claro para as integrantes que a cantora não tinha vontade de fazer parte do grupo desde o início da formação: "A Luciana tinha crises no quarto querendo não entrar no grupo. A produtora entrava no quarto tentando conversar, pedindo calma, e ela: 'eu não gosto disso, eu não quero isso, eu não quero essa música, eu não quero nada'. Até onde eu entendi, ela era a mais querida [pelos empresários], mas ela não queria".[115] Já no dia 26 de julho, foi a vez de Thó ser entrevistada pelo mesmo podcast, que revelou nunca ter conseguido se dar bem com Andrade e "não gostar" dela, o que, de acordo com ela, era um sentimento recíproco, dizendo: "Nunca me dei bem com ela, não faço questão de ser amiga dela. Essa é a verdade. Quero ter o direito de não gostar de uma pessoa. Não gosto, não convivo bem. [...] Me incomoda esse posicionamento vitimizado: 'Ah, só ela não gosta de mim, eu sou um anjo'. Não é, cara. Desculpa".[116] Apesar disso, em dezembro de 2022, as cinco membros se reuniram para um show comemorativo de 20 anos do grupo, no Chá da Alice.[117] Nesse novo Chá Rouge, que reuniu os maiores sucessos da banda, os fãs lotaram o Qualistage, uma das maiores casas de espetáculos da América do Sul.[118]
Outros empreendimentos
Publicidade
Antes mesmo do grupo Rouge se tornar um sucesso, já havia um planejamento por parte de seus empresários para o lançamento de diversos produtos utilizando o nome das componenetes do grupo, bem como da própria marca Rouge.[119] Inicialmente, o grupo estrelou comerciais da rede de lojas femininas Marisa, fazendo campanhas para o Dia das Mães e Natal, e inclusive com adesivos autografados das integrantes sendo distribuídos pelas lojas de todo país.[120] Também foram produzidas bonecas pela Baby Brink, para as cinco integrantes do grupo, que foram distribuídas a partir do dia 9 de setembro de 2003.[121] O grupo também fechou com contrato com a Arcor, empresa que produziu chicletes, confeitos e ovos de páscoa, todos com a imagem das garotas. Foram produzidas mais de sete tipos de produtos para divulgação do grupo.[122]
Em 2003, a Editora Abril lançou o livro ilustrado Rouge, com 180 figurinhas para os fãs do grupo colecionarem[123] e no ano seguinte, a Kromo Editora lançou um livro ilustrado composto com 72 fotos das garotas para os fãs colecionarem e colarem no livro ilustrado. A qualidade dos cromos foi bem conotada pelos colecionadores de álbuns de figurinhas.[124] O Rouge também lançou a "Sandália Rouge" pela Grendene, logo depois de se tornarem um sucesso de mídia, no ano seguinte, elas lançaram uma nova sandália, que vinha com um pingente.[125] O último lançamento com a Grendene, foi o "Tamanco Rouge", um grande sucesso de vendas.[126]
No ano de 2011, a Tilibra lançou uma linha de cadernos inspirados no grupo, com uma cor diferente para cada caderno.[127] Em 2018, foram garotas propaganda do reposicionamento da linha de maquiagens Color Trend da Avon.[128]
Filantropia
Em fevereiro de 2003, o grupo convidou crianças carentes de uma instituição de caridade infantil, algumas portadoras de deficiência física, para irem ao cinema.[129] No mesmo ano, doaram 40 toneladas de alimentos a São Paulo, os produtos foram encaminhados para o Banco de Alimentos, programa municipal de combate à fome, atendo aproximadamente a 160 mil pessoas.[130][131] Em julho, figurinos usados pelo grupo foram doados ao Brechó Social by Agente Cidadão, instalado dentro do Jockey Club de São Paulo, cujo lucro com a venda das peças foram revertidos para instituições de caridade.[132] Em março de 2004, visitaram a brinquedoteca do Centro Infantil Dr. Boldrini, onde ajudaram a distribuir brinquedos para às crianças do hospital.[133] No mesmo ano, elas também ajudaram a entender clientes em uma unidade do McDonald's, como parte do McDia Feliz, uma ação beneficente da empresa.[134]
Durante sua carreira, Rouge tornou-se um dos recordistas em vendas de discos do Brasil, com mais de 6 milhões de cópias vendidas,[3] sendo o girl group que mais vendeu no Brasil e na América Latina.[135] O álbum de estreia do grupo, Rouge, também aparece entre os álbuns mais vendidos da história da indústria fonográfica brasileira, sendo o disco mais vendido no país por um gri group.[4] Consideradas o artista originado de um reality show mais bem sucedido no Brasil, Eduardo Coelho do site Fatos Desconhecidos, escreveu que "mesmo com os prós e contras do formato, foi algo inegável em relação a reality shows em solo nacional, é que eles ao menos criaram, moldaram e produziram um verdadeiro fenômeno chamado: Rouge".[136] Alguns veículos creditaram o grupo por fazer parte do pop brasileiro;[137] sobre isso o Diário do Nordeste, creditou-as por dar "cara à música pop puramente brasileira, trazendo para o Brasil o conceito de girl band, popularizado especialmente pelas Spice Girls.[138] Elas foram consideradas como ícones gays, sobre essa relação elas atribuíram a mensagem de inclusão presente em suas imagens; "Essa diversidade que o Rouge representa é o nosso maior orgulho. A chance de podermos ser como somos – negras, mestiças, gordinhas, baixinhas etc. – passa uma grande mensagem de aceitação".[139]
↑ abLemos, Karen (8 de fevereiro de 2010). «Por Onde Anda: Rouge». MSN. Consultado em 4 de fevereiro de 2020. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2020
↑ abPaulo Bin, Marcos (26 de junho de 2005). «Entre o novo e o antigo : Rouge». Universo Musical. Consultado em 12 de outubro de 2013. Arquivado do original em 14 de outubro de 2010
↑Paraná Online (4 de agosto de 2005). «Rouge autografa novo CD». Consultado em 19 de junho de 2010. Arquivado do original em 14 de outubro de 2010