Nasceu em Metz em 1938, de pais de origem húngara, naturalizados franceses antes de seu nascimento. Seu pai é um antigo jogador de futebol profissional, conhecido como Edmond Weiskopf (1911-1996). Após seus estudos primários e secundários na Ecole des Roches e no Lycée Janson de Sailly, em Paris, ele entra na faculdade de Ciências, em seguida de Medicina de Paris. É admitido nos Hospitais de Paris como médico externo e, depois, interno. Em seguida, é nomeado Chefe de Clínica na faculdade e se especializa em cirurgia cardiovascular. Cria muitas unidades de cirurgia cardiovascular em estabelecimentos privados antes de se interessar pela impotência sexual de origem vascular, para a qual desenvolve técnicas de exploração específicas e concebe diversas intervenções cirúrgicas originais – tais como a arterialização da veia dorsal do pênis, que leva seu nome. Em 1982 descobre por acaso que é possível provocar uma ereção durável utilizando diretamente no pênis um vasodilatador, a papaverina. Desenvolve, então, a técnica das injeções intracavernosa utilizadas no mundo inteiro desde 1983. Torna-se médico consultor na Harvard Medical School. Ensina, igualmente, em diferentes estruturas de formação médica e em Sociedades Científicas francesas e estrangeiras. É membro titular da Academia Nacional de Cirurgia.[2]
Disfunção erétil
Até o primeiro terço do século XX, a medicina se interessou muito pouco pelo tratamento das dificuldades de ereção.[3] Quando o urologista era consultado, recebia os infelizes “impotentes” entre duas infecções urinárias, lhes prescrevia um tratamento com hormônios masculinos que, com frequência, era logo interrompido, depois os encaminhava ao psiquiatra. Para muitos, sob influência de Freud, os problemas de sexualidade estavam relacionados apenas a neuroses. Entretanto, desde os século XVI, através dos anatomistas italianos (Varolio, Leonardo da Vinci) sabia-se que a ereção era um fenômeno vascular. Foi preciso esperar até os anos 70 para que alguns pioneiros (como o cirurgião tcheco Vaclav Michal) desenvolvessem técnicas cirúrgicas e médicas para devolver o vigor aos « impotentes». Entre esse pioneiros, Ronald Virag, ainda um jovem chefe de clínica no hospital Broussais, se interessou pelas complicações de impotência de que sofriam os pacientes afetados pela síndrome de Leriche (obstrução da parte inferior da aorta que ocasiona, ao mesmo tempo, problemas motores e impossibilidade de ereção). Tratavam bem de suas pernas, mas não de seus pênis. Impulsionado pelo sofrimento desses pacientes, o jovem pesquisador vai, a partir de então, se apaixonar por esse problema e dedicar-lhe o essencial de sua vida profissional. Um pequeno grupo internacional será formado, associando os europeus (cujo eixo era a fisiologia) e os americanos (que desenvolveram as técnicas de implante peniano). Esse grupo fundará uma sociedade científica que se tornou, atualmente, a International Society for Sexual Medicine(ISSM).[4]
Quando o laboratório americano Pfizer se dá conta de que uma molécula testada contra a insuficiência cardíaca tem efeitos positivos sobre a ereção, Ronald Virag é imediatamente consultado para uma primeira avaliação que decidirá começar a pesquisa sobre o assunto. Ele conduzirá, em seguida, com um colega norueguês, o primeiro estudo clínico europeu prévio à comercialização do medicamento. « Viagra », nome do pequeno losango azul que apresenta estranhas semelhanças com o nome do cirurgião francês, suscitará muitas interrogações. Em 1999, ele faz parte do grupo de trabalho sobre tratamentos da impotência constituído pelo Secretário de estado da Saúde B. Kouchner, a pedido do Diretor Geral da Saúde, Joël Ménard.[8] É consultado no mesmo ano pelo Comité Consultatif National d’Ethique.[9]
Prêmios e distinções
Em 1985, a sociedade americana de urologia lhe confere o prêmio John Lattimer (feito único para um médico não especializado em urologia e não americano) recompensando uma descoberta que mudou o curso dessa especialidade. A instituição, em seguida, destacou sua descoberta sobre os efeitos da injeção intracavernosa como uma das mais importantes do século na área da urologia e andrologia. Em 1997, foi homenageado pela Sociedade Europeia de Medicina Sexual pelo conjunto de sua obra. Sociedades médicas brasileiras, portuguesas, espanholas e gregas o homenagearam igualmente. Foi eleito membro associado, depois membro titular, da Académie Nationale de Chirurgie (2012).
Bibliografia
Papavérine et Impuissance (Les Editions du CERI) 1987
L’Homme qui Marche (Table Ronde) 1990
Le Sexe de l’Homme (Albin Michel et Poche) 1997, 2001
La pilule de l’Erection et votre sexualité (Albin Michel) 1998
Histoires de Pénis (Albin Michel) 2003
Les Injections intracaverneuses (John Libbey-Eurotext) 2004
Le Sexe de l’Homme nouvelle edition (Albin Michel) 2011
Ereçao, modo de usar (Editions Clément) Outubro 2013