Filho ilegítimo de Richard Seymour-Conway, então Visconde de Beauchamp, e de Agnes Jackson, Richard Wallace nasceu a 21 de junho de 1818, em Londres, tendo sido registado inicialmente como filho de pai incógnito. Devido a este facto, Richard recebeu apenas o apelido Jackson, sendo lhe escondida a sua verdadeira filiação pela sua mãe que receava que este sofresse pela má reputação de Richard Seymour-Conway.[3] Posteriormente, quando este tinha seis anos de idade, ao descobrir da existência do seu neto, a sua avô paterna Maria Seymour-Conway, Marquesa de Hertford, encarregou-se de o educar e o levou para Paris, onde este viveu com ela e o seu tio, Lord Henry Seymour, convencido de que os actos desta se tratavam de uma acção de beneficência. Anos mais tarde, enquanto já trabalhava como secretário para o seu pai em Paris e após este ter herdado o título de Marquês de Hertford, foi lhe finalmente revelada toda a verdade, sendo pouco depois baptizado pela Igreja Anglicana com o apelido Wallace.[4]
Em 1870, após a morte do seu pai, não existindo herdeiros legítimos, o seu primo Francis Seymour herdou o título de 5º Marquês de Hertford, enquanto Richard Wallace herdou várias propriedades da sua família paterna em França, Inglaterra e Irlanda do Norte, assim como uma extensa colecção de arte europeia, casando-se a 15 de fevereiro de 1871 com Julie Amélie Charlotte Castelnau, filha do oficial militar francês Bernard Castelnau e conhecida desde então como Lady Wallace.[5]
Benemérito e com uma recém obtida fortuna, durante o cerco de Paris de 1870 a 1871, devido à Guerra Franco-Prussiana, o filantropo inglês financiou a compra de duas ambulâncias, presidiu uma associação britânica de caridade e assistência ao povo francês e doou mais de 4 mil libras para a criação de abrigos para as vítimas da guerra, tendo ainda financiado a reconstrução da Igreja Protestante de Neuilly-sur-Seine em 1872.
Tornando-se num dos nomes mais conhecidos durante esse período, o filantropo foi condecorado pela Ordem Nacional da Legião de Honra, recebeu o título de Baronete pela Rainha Victoria do Reino Unido e expandiu a colecção de arte herdada do seu pai, tornando-se num dos mais ricos mecenas e mais conhecidos boémios de Paris durante o século XIX, tendo ainda participado em diversos salões, organizados pela sua amante e musa de artistas Apollonie Sabatier.[6]
Conhecido pelas suas acções de caridade e apoio às artes, doou 50 fontanários, conhecidos posteriormente como Fontes Wallace, por várias cidades do mundo, financiou a construção do Wallace Park em Lisburn, administrou a National Portrait Gallery e a National Gallery de Londres, foi nomeado presidente honorário do Museu de Ipswich em 1874 e comissionou a Exposição de Paris de 1878, tendo ainda entrado na política ao desempenhar como membro do parlamento de Lisburn de 1873 a 1885.[7]
Retirando-se para Bagatelle nos últimos anos da sua vida, Richard Wallace faleceu a 20 de julho de 1890, com 72 anos de idade, deixando todas as suas poses para a sua esposa Julie Amélie Wallace, que após a sua morte as doou para a criação do museu de Londres conhecido como Coleção Wallace.[8] Foi sepultado no jazigo da sua família paterna no cemitério Père-Lachaise, em Paris, ao lado do seu tio Lord Henry Seymour.
Galeria
Sir Richard Wallace
Caricaturado como uma Fonte Wallace, por Georges Lafosse