Um registo de azulejos é um painel de azulejos decorativos[nota 1] com intenção devocional colocado, em regra, em fachadas de edifícios, invocando a proteção da Virgem Maria ou de santos, contra cataclismos.[1].[2]
O registo representa, em regra, um santo, a Virgem Maria ou a Sagrada Família.
Uma das invocações mais frequentes é a de São Marçal, protetor contra os incêndios.[4]
Colocação
Os registos de azulejos eram normalmente colocados na fachada dos edifícios, sobre a porta, ou entre as janelas, invocando a protecção da entidade representada.[5]
Em Portugal
Em Portugal os registos em azulejo surgem com maior frequência a partir da segunda metade do século XVIII, como forma de suscitar a intercessão da Virgem Maria ou de um santo para a proteção da casa e dos seus moradores contra catástrofes naturais e epidemias.
Embora existam exemplares anteriores, a maioria dos registos é posterior ao terramoto de 1755.[5][4]
Notas
↑Um painel de azulejos é uma composição formada por um número variável de azulejos que constitui uma unidade formal, funcional, e estética (Cf. aa. vv. Museu Nacional do Azulejo : roteiro. Lisboa, Instituto Português dos Museus : Edições ASA, 2003, p. 235. ISBN972-776-215-8)
↑Um registo é uma pequena estampa, representando santos ou certos passos da Bíblia, que servem para a veneração dos crentes. Cf. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, s.v. Registo : Belas-Artes.
↑A Biblioteca Nacional de Portugal tem um importante fundo de registos.
↑Cf. aa. vv. Museu Nacional do Azulejo : roteiro. Lisboa, Instituto Português dos Museus : Edições ASA, 2003, p. 235. ISBN972-776-215-8
↑António Mendes Correia; et al. (1960). Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link)
CAMPELO, Maria Joana. «Registos de santos em azulejo : aproximação às fontes gravadas», in Revista de Artes Decorativas', 2 (2008) p. 171-182.
CAMPELO, Maria Joana. Registos de santos em azulejo (c. 1700-1830) : fontes gravadas e distribuição em Lisboa. Dissertação apresentada à Escola de Artes da Universidade Católica Portuguesa (Porto), em 2010, para a obtenção do grau de mestre em Artes Decorativas.
CARDOSO, Nuno Catarino. Registos de azulejos e lápides brasonadas. Lisboa : ed. a. 1937.
CHABY, João Pedro; MARQUES, Tiago Pires; PINTO, Paulo Mendes. «Registos de Santos em Azulejos : inventário e abordagem : Religiosidade e Urbanismo», in Arte e Arqueologia n.º 52, pp. 147-154.
Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão. Patrimómio azulejar de Setúbal e Azeitão. Setúbal : Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, 2008. ISBN978-972-9339-09-7
LOPES, Fernando M. Peixoto; BASTOS, Margarida Almeida. Registos em azulejo na Mouraria : devoção e fé. Lisboa : Apenas Livros, 2017. ISBN978-989-618-564-0
LOPES, Fernando M. Peixoto; BASTOS, Margarida Almeida; CORREIA, Ana Paula Rebelo (revisão científica). Devoção e fé : registos em azulejo na cidade de Lisboa. Lisboa : EGEAC - Museu de Lisboa, 2019. {{|978-989-8763-19-8}}
OLIVEIRA, Ricardo Miguel. Azulejaria de exterior em Sintra : História, Arte e Tipologias. Dissertação elaborada para a obtenção do grau de mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro, pela Universidade de lisboa, através da Faculdade de Letras. 2019
Cf. páginas 81 a 91.
QUEIRÓS, José; GARCIA, José Manuel (org., apresent., notas e adenda iconográfica); PINTO, Orlando da Rocha (id.). Cerâmica portuguesa e outros estudos. Lisboa : Presença, , 4.ª ed., 2002 ISBN972-23-2969-3. Parte III : Azulejos : alguns registos não datados.
REIS, João Vasco. Horizontes de azul : azulejaria e iconografia : registos de santos no concelho de Lagoa. Lagoa : Câmara Municipal de Lagoa, 2018.
SIMÕES, J. M. dos Santos. Registos de azulejos de Lisboa. Dactiloscrito, com anotações manuscritas. Listagem ordenada por ordem alfabética de arruamento, incluindo a Coleção Vilhena, com indicação das dimensões, tipo, datação e descrição.